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A conversa da "solidariedade europeia" tem o módico problema de embater na dura realidade dos factos. Queremos o dinheiro alemão, mas não estamos dispostos a transigir no "modus vivendi" vigente. Há algum tempo atrás escrevi aqui no blog que o país carece de um compromisso histórico à portuguesa, de um entendimento amplo que reforme o inadiável. Em suma, necessitamos de um compromisso pragmático que congregue as rígidas vontades das nossas elites. A última semana provou que o meu anseio é uma utopia que em pouco difere das utopias desumanizadoras dos "sóis na terra". A pretensão dos que decidem limita-se, somente, à protecção enovelada das suas capelinhas, sendo que, no fim, é o zé povinho, e, why not?, os alemães, que pagam a factura. O relatório é uma mera peça na engrenagem da não-reforma. O que releva é a indisponibilidade de todos os actores, repito, todos os actores, para a consecução de um pacto que vá ao essencial. Porque o essencial é, como já dizia Renan, o despertar. Nem mais nem menos.