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Tal como em muitíssias outras matérias, assumo a completa ignorância quanto aos assuntos religiosos, mas tenho a certeza destes dois homens já serem a máxima referência do início do século XXI. Pelas melhores razões, pois apesar da repetição do chinfrim* por todos escutado aquando da eleição de Bento XVI, o novo Papa já é, tal como o seu antecessor, a máxima referência do Ocidente. Do Grande Ocidente.
* Curiosamente, por parte de quem idolatra santarrões do calibre de Lenine, Estaline, do Che, irmãos Castro, Mao Tsé, Enver Hohxa, Pol Pot, etc.
Decorridas umas horas após a renúncia do Papa, os canais televisivos abarrotavam de comentadores conjecturando todo o tipo de possibilidades, desde a eleição de um continuador, até à "revolução" da escolha de um Papa proveniente de outro continente que não o europeu. Não sendo a Europa um continente, torcem por alguém que em primeiro lugar deverá oferecer como característica primeira, o tom da pele. Já ouvimos isto nos meses anteriores à eleição de Obama e agora as atenções voltam-se todas para o Vaticano. E quem neste assunto parece estar mais interessado, senão os sectores que tradicionalmente se reclamam de ateus ou pelo menos, agnósticos?
Querem um verdadeiro e contemporâneo Gaspar no trono de S. Pedro, até porque o citado Rei Mago não seria assim tão retintamente africano como a fértil imaginação popular quer acreditar.
Aposta-se agora no Cardeal Turkson. Pois bem, se Sua Eminência for eleita, preparem-se para uma surpresa. Como parece evidente, para o comentadoreirismo não será daquelas contemplativas esperas em êxtases politicamente correctos, mas significará um contrariado acordar para as realidades africanas.
Lembram-se que há uns tempos aqui se disse que qualquer Governador-Geral de Moçambique ou Angola não dispunha de um milésimo do poder hoje exercido pelos senhores do Palácio da Ponta Vermelha e do Futungo de Belas? Esperem pela pancada...
Foi hoje revelada uma alegada conspiração a ter lugar nos próximos 12 meses e que se destinaria a assassinar o Papa Bento XVI.
O cardeal colombiano Dario Castrillón Hoyos entregou ao papa Bento XVI um documento sobre uma alegada conspiração para o matar, noticiou esta sexta-feira o jornal italiano 'Il Fatto Quotidiano', jornal especializado em jornalismo político e de investigação e que o Correio da Manhã online hoje cita.
O mesmo media afirmou que Castrillón entregou na Secretaria de Estado do Vaticano um documento, escrito em alemão, para Bento XVI no qual o informava sobre o que lhe tinha dito o cardeal e arcebispo de Palermo, Paolo Romeo, durante algumas conversas na China em Novembro de 2011.
"Vaticano, intrigas e venenos. O papa morrerá dentro de 12 meses", destacou o jornal na primeira página. Nas páginas interiores apresenta-se a tradução de toda a mensagem.
Neste documento, que é considerado "estritamente confidencial", são citadas declarações "de uma pessoa bem informada" sobre as conversas mantidas durante uma viagem do cardeal à China.
"Seguro de si mesmo, como se o soubesse com precisão, o cardeal Romeo anunciou que só restam 12 meses de vida ao papa", de acordo com a tradução do documento.
O porta-voz da sala de imprensa do Vaticano, o padre jesuíta Federico Lombardi, questionado pelo diário afirmou que a informação estava "tão fora da realidade e tão pouco séria que não se podia tomar em consideração".
"Parece-me inacreditável e não quero comentar", adiantou Lombardi, referiu o jornal.
Confira aqui em Estado Sentido os três parágrafos fundamentais do documento-choque que já abala o mundo (em inglês):
"THE THREE PARAGRAPHS.
The anonymous writer describers Romeo as a braggart. The archbishop of Palermo bears out to be an old friend of cardinal Castrillon, expert of undergound churches in the Philippines and even as a member of a secret council that manages the Roman Catholic Church under the Ratzinger pontificate. “Cardinal Romeo surprised his interlocutors with the statement that he- Romeo- the Holy Father- Pope Benedict XVI- and cardinal Scola are a troika. On important matters, then, the Holy Father consults with him- Romeo- and with Scola.”
Then, in the second paragraph, Romeo seems to criticize the secretary of State, Tarcisio Bertone. “Cardinal Romeo harshly criticized Pope Benedict XVI because he would take care only of the liturgy, neglectting ‘daily affairs’ entrusted from Pope Benedict to cardinal Tarcisio Bertone”.
Bertone and Ratzinger are described having continuous quarrels. “The relationship between Pope Benedict XVI and his secretary of State Tarcisio Bertone seems conflictual. In confidentiality, cardinal Romeo reckoned that Pope Benedict XVI hates Tarcisio Bertone so much he would replace him right away with another cardinal. Romeo added, although, that there is no other cardinal available to fit this position and that is why cardinal Tarcisio Bertone is still in charged of the secretariat.”
At this point, given that “also the relationship between the Secretary of State and cardinal Scola is troubled as well”, here comes the paragraph that deals with the Pope’s succession. And cardinal Scola is way ahead in the nomination, due to his links to Comunione and Liberazione. “The Holy Father is managing the succession and he picked cardinal Scola as a suitable candidate, because he appears close to his personality. Slowly though relentlessly he is preparing and training him up to be the next Pope. On Holy Father’s initiative – says Romeo – cardinal Scola was transferred from Venice to Milan to get ready for his Papacy. Cardinal Romero kept astonishing his interlocutors in China – reckons the document delivered from the Colombian cardinal to the Pope – with his ever increasing indiscretions”.
After picturing conflictual relationships inside the Vatican, Romeo now tosses the bomb. “Cardinal Romeo announced the Holy Father had only 12 months ahead to live. And he was so sure about himself, as he knew it with precision, that he prophesied Pope Benedict’s death within the next 12 months. Cardinal Romeo’s allegations were told by a well informed source. His statement of a death plot against the Pope made his Chinese interlocutors thought the Holy Father was about to be the victim of an attack”. But the note goes on: “Cardinal Romeo didn’t imagine that his statements during private hearings in China could be sent from third parties to the Vatican”.
SUCCESSION, DENIAL AND THE MESS WITH THE VATICAN.
The last paragraph is all about the succession. “Pope Benedict’s successor would be Italian. As cardinal Romeo said in China, after Pope Benedict’s death, cardinal Scola would be elected Pontiff. But Scola has important enemies inside the Vatican as well”.
Il Fatto called the spokesman of the Holy See, father Federico Lombardi, to ask the Vatican official position on the document. His response, yesterday night, was: “You can print anything you want but you’ll take the responsibility for that. It is so out of reality that I won’t even take it in consideration. It is so incredible I won’t even answer your question”.
The denial is questionable because the document raises many questions about the health and the security of the Pope, giving the picture of a troubled Catholic Church.
Besides the truthfulness of the document, the note must be taken to the attention of the public opinion and cannot be kept as a secret. Then again, the document must be explained to Christians worldwide. On Feb. 4th, Il Fatto published the letter in which papal nuncio in the U.S.Carlo Maria Viganò underlined corruption cases, theft and false billing inside the Vatican and pointed at the director of the Vatican museums, Paolo Nicolini, as responsible for those crimes.
Then again, Il Fatto published an exclusive document that shown how the Vatican never gave its bank information to the anti-recycling authorities before April 2011. And now this note that unequivocally talks about the plot of death against the Pope. That is why we published the note: first of all because officials have to verify the truthfulness of the document and, second, because the Holy Roman Church has to explain the reason why hypothesis of murder circulate among cardinals and bishops.
Traduzione di Massimo Paradiso
A propósito desta notícia, recomenda-se que Sua Santidade promova, com carácter de urgência, a leitura serena e atenta por parte dos seus conselheiros económicos de "The Church and the Market: A Catholic Defense of the Free Economy (Studies in Ethics and Economics)", por Thomas Woods Jr.
É que o problema não é haver regulação e banco central a menos. É exactamente o contrário, como o mesmo Thomas Woods aqui explica, de forma sintética. O que segue é um excerto desse seu último texto (meus realces):
«(...) In the United States we have 115 agencies that regulate the financial sector, and the Securities and Exchange Commission never had a bigger budget or staff than under George W. Bush. There has been a threefold (inflation-adjusted) increase in funding for financial regulation since 1980. For reasons I’ve explained in my 2011 book Rollback, the repeal in 1999 of one provision of Glass-Steagall had zero to do with the financial crisis. Europe has never operated under Glass-Steagall-style restrictions and is none the worse for it. There is no repealed regulation that would have prevented the crisis consuming the world right now.
The banking industry is by far the least laissez-faire sector of the U.S. economy; it is a cartel arrangement overseen by the Federal Reserve and shot through with monopoly privilege, bailout protection, and moral hazard.
( Ver mais... )
O primeiro texto importante para 2011, no Blasfémias:
"É como se entendêssemos que todos os cristãos devem carregar um novo “fardo do homem branco”, sendo obrigados a penar, pelos cinco continentes, os pecados da colonização e, por isso, sendo sempre culpados de todos os males mesmo quando estão inocentes"…
Se os senhores do Corno de Ouro estão descontentes com isto, paciência.
O governo concedeu alguns benefícios fiscais à Igreja que pelo que parece, não está assim tão afastada do Estado como os comemoracionistas querem fazer crer. O mais certo, é ter existido algum acordo tácito ou táctico entre as duas instituições, num toma lá-dá cá que não pode ter deixado de ser apercebido por alguns. Há um ano, em voz fininha e melosa, o bispo do Porto tecia loas ao 31 de Janeiro. Já em 2010 e assim que chegou a Portugal, o Papa passou uma esponja de água benta sobre todas as violências e ilegalidades cometidas pela República Portuguesa, quase celebrando um Te Deum aos acontecimentos do 5 de Outubro de há cem anos. O pobre homem não deve andar bem informado, porque se conhecesse o que está em causa, recusar-se-ia a participar num certo petit-commerce de indulgências que se faz à descarada. De facto, o Papa, o Cardeal-Patriarca e os Bispos, deviam mostrar algum respeito por aqueles religiosos que em Portugal se sacrificaram no exercício das suas funções.
Os programas televisivos e as conferências multiplicam-se, pretendendo deixar uma luminosa aguarela das maravilhas do relacionamento entre a Igreja e a 1ª República, num estranho re-arranjo polifónico da História, decerto sob a batuta dos chefes de orquestra Rosas & Rollo. Pretendendo contribuir para este clima de Saúde e Fraternidade, passaremos a divulgar alguma investigação no M.N.E., aqui deixando uma modestíssima contribuição especialmente dedicada à Conferência Episcopal Portuguesa, assim como a Sua Santidade o Papa:
Passos Coelho tem surpreendido agradavelmente. Primeiro, ao unir internamente o Partido. Depois, revelando sentido de Estado ao emprestar credibilidade a Sócrates para acalmar os mercados internacionais. Terceiro, embora muitos considerem que isso é uma "traição", o ataque que desferiu a Sócrates em entrevista ao espanhol ABC é tão só uma forma de aumentar a pressão sobre Sócrates. Não que o Governo deva cair, que seria o pior que nos poderia acontecer neste momento. Mas impõe-se como mais um contributo para consciencializar o Primeiro-Ministro quanto à calamitosa situação do país. Por último, as sondajocracia já lhe dá uma confortável vantagem sobre Sócrates. Somados estes factores, Passos Coelho tem todas as condições para "encostar Sócrates à parede". Espera-se é que este último não entre em desespero pela sua imagem e popularidade estarem em baixa, como é seu apanágio - poderia até aproveitar a situação para demonstrar algum sentido de Estado e de responsabilidade. Resta ver se, quando chegar ao poder, que acredito que vai chegar, Passos Coelho conseguirá fazer aquilo que promete.
Entretanto, nuestros hermanos anunciam medidas de austeridade, a UE, o FMI e a Grécia chegam a um acordo, e por cá preparamo-nos para receber o Papa. Muita celeuma se tem visto em torno da visita do Papa e por o Governo ter dado tolerância de ponto à função pública. Analisando as coisas, aquilo que me pergunto é: em ano de Centenário da República (laica e anti-clerical), com um Governo socialista, com o contexto de crise que atravessamos e com uma visita do Papa tão prolongada, o que é que está por trás disto? A resposta óbvia, parece-me, é a de que provavelmente o Governo estará a negociar empréstimos com o Vaticano. Eu até nem sou de teorias da conspiração, mas se alguém encontrar uma explicação melhor, é favor avisar.
"Parece que só o chefe da Igreja católica tem o dever de se virar para muros e pedir desculpa ou ir para os jornais nos mesmos preparos. Em vez disto, que nem para consolo dos seus inimigos serve, a Igreja pura e simplesmente devia limitar-se a expulsar estes vermes sem mais. Se Deus lhes perdoa ou não, não é problema de intendência. Por cá, à medida que se aproxima a vinda de Ratzinger, nota-se perfeitamente o incómodo jacobino traduzido em exacerbar "casos" reais ou virtuais. Mais valia que muitos desses jacobinos se olhassem ao espelho."