Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Devo ser mesmo burro. Devo ser um passageiro muito ingénuo. Não sei se estou a perceber bem. Fizeram um projecto para um comboio veloz, pediram guito emprestado a um amigo que ofereceu condições especiais. Decidiram acabar com a ideia do comboio, mas ficáram com o dinheiro que vai ser utilizado para pagar a dívida de um agarrado. Sim - agarrado -, quase que significa holding em Inglês! É isso? Então para começar também quero encomendar uma locomotiva. Deêm-me a massa e depois eu digo, pois e tal, afinal tenho aqui umas facturas para liquidar e como tal já não quero o comboio, mas o dinheiro dá mesmo jeito. Pelo que leio, a enfâse é colocada nas boas condições de crédito. Nas boas condições de crédito? Estão a gozar? Será que isso é argumento bastante para justificar seja o que fôr? Agora já falam em comboio de mercadorias de alta-velocidade. Que eu saiba, só pelo facto do material chegar mais depressa, não significa que a economia e o emprego também acelerem. A lógica de linhas estendidas tem de ser analisada. Não ouvimos outros chefes de estação em mandatos anteriores virem com este paleio? Não é verdade que a grande obra pública, que constitui o lançamento de uma linha de alta velocidade, significa também privilegiar certos grupos económicos? Distribuir carris pelos amigos? Pergunto quantos empregos serão gerados e de que forma um mero meio de transporte pode salvar um país? A alvorada da revolução industrial já foi há séculos e Portugal, à época, também perdeu esse comboio. Olho para esta conversa política do vai não vai, como se fosse um entroncamento que divide as hostes em Portugal. Este tipo de projecto não reúne os ingredientes necessários para galvanizar os Portugueses em torno da ideia de desígnio nacional. Antes de instalarem a canalização, tem de se saber o que vai ser fornecido. Será que a velocidade das exportações Portuguesas tem relação com o volume e qualidade das mesmas? A União Europeia tem vendido esta ideia ao longo dos anos. Mas os anos mudáram. A crise tornou-nos mais lentos. Estamos junto de apeadeiros e querem vender-nos algo alucinante e muito caro, uma festa chamada RAVE.