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O desespero do Pedro Nuno Santos

por John Wolf, em 25.02.24

 

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Pedro Nuno Santos, no primeiro dia oficial de campanha, já denota o enorme stress que o atormenta. O desespero é mais que evidente. Começa a sentir a grande probabilidade de sofrer várias derrotas em simultâneo na noite de 10 de março. O defraudar dos camaradas por ter sido uma aposta totalmente errada, o defraudar da esquerda por não reunir condições para a sua agregação, e a traição do povo português — por fazer promessas furadas e oferecer fantasias governativas. Mais uma vez, hoje, à falta de argumentos do presente, acena com o papão da austeridade, resgatando Passos Coelho do passado arqueológico, e omitindo que foram os socialistas que estenderam a passadeira rosa à Troika com o descalabro provocado pelo governo de José Sócrates. Resta saber quem no Partido Socialista o hipnotizou ao ponto de não perceber como vai ser sacrificado, como está a ser usado para fazer a limpeza da casa. Temos a certeza de que o cinismo reina no Largo do Rato. Porque enviar para a linha da frente um soldado raso que julga que um dia será general é tenebroso, não se faz. Veremos agora o nível de adrenalina dos socialistas aumentar e contaminar ainda mais os media. Porque a angústia crescente também infecta os comentadores avençados para darem o seu contributo para tentar inverter o rumo dos acontecimentos. Os portugueses, na sua maioria, a maioria que elege, já não é ferrenho ideologicamente como já fora no passado. Já não quer saber de sondagens ou orientações partidárias. Quer melhores condições de vida. Quer trabalhar e dormir sossegado. Quer dinheiro para pagar as contas e médicos para tratar da saúde. Os últimos oito anos falam por si. É deixá-los andar, a falar sozinho, os camaradas, que eles já caíram, mas ainda julgam o contrário. O balão não tarda nada rebenta. Porque cheio de basófia já ele está...

publicado às 19:46

Na hora da demissão de António Costa

por Samuel de Paiva Pires, em 07.11.23

Naturalmente, estamos agora focados na árvore e a pensar no que se seguirá, ou seja, se o Presidente da República, que convocou os partidos e o Conselho de Estado para os próximos dias, dará espaço a uma solução interna da maioria parlamentar do PS (com que legitimidade?), ou, o que é mais provável, dissolverá a Assembleia da República - isto numa altura de discussão do Orçamento do Estado para o próximo ano. O país político estará hoje especialmente agitado, num corrupio de telefonemas e especulação sobre cenários eleitorais, e muito provavelmente passará os próximos meses a fazer listas de candidatos a deputados à porta fechada - que os cidadãos são meramente chamados a ratificar nas urnas - e a preparar e conduzir a campanha eleitoral, onde mais uma vez o foco será nas lideranças políticas, como é timbre da personalização do poder político.

Mas talvez valha a pena olhar para a floresta. Nos últimos 23 anos, o PS foi governo durante 16. Dos seus 3 Primeiros-Ministros neste período, um saiu perante o “pântano político”, outro continua numa rocambolesca relação com a Justiça e é com esta que o terceiro inicia agora uma relação cujos contornos ainda desconhecemos. A isto acrescem ainda dezenas de casos de Ministros, Secretários de Estado, adjuntos, assessores e autarcas envolvidos em diversas suspeitas de corrupção e afins. Por mais “códigos de ética e conduta” e “estratégias nacionais de combate à corrupção” que sejam formulados, é inegável que Portugal tem um problema estrutural de corrupção e descrédito das instituições políticas, o que alimenta os populismos quer à esquerda quer à direita.

Na sua classificação das formas de governo Montesquieu explica que, quanto à sua natureza, existem três: a monarquia, a república (que pode ser mais aristocrática ou mais democrática) e o despotismo. Quanto ao princípio que anima cada forma, entendendo por tal o propósito que anima o povo, o que o faz actuar, considera que a república se fundamenta na virtude (amor à pátria e dedicação à causa pública), a monarquia na honra (baseada nos privilégios e distinções) e o despotismo no medo. O autor da fórmula final da separação de poderes admirava as repúblicas, mas considerava que a virtude cívica requer um elevado padrão moral, um espírito público por parte dos cidadãos que os motive a subordinar os interesses privados ao público.

Acontece que, como salienta Chandran Kukathas a respeito da teoria política de David Hume, “Não podemos depender da benevolência ou virtude dos actores políticos se queremos que a liberdade e a segurança das possessões sejam asseguradas”, pelo que “a única solução é ter uma constituição forte cujas regras gerais mantenham os grupos de interesse e indivíduos ambiciosos em xeque. São as regras e não os indivíduos que governam que asseguram a segurança e a liberdade da sociedade.”

No fundo, ecoa Cícero e Santo Agostinho, a propósito de quem Alan Ryan afirma que “[Cícero faz] da justiça a característica definidora de uma república que é realmente uma república, e antecipa a famosa observação de Santo Agostinho de que sem justiça um estado é simplesmente um grande gangue de ladrões: um estado corrupto não é uma comunidade. Não pode haver res publica se as instituições do governo são pervertidas para servir interesses privados. (...). Boas instituições protegem o interesse comum contra a erosão por interesses privados e evitam que os conflitos de interesses privados se tornem destrutivos.”

Enquanto comunidade politicamente organizada, temos evidentes problemas éticos, que não raro desaguam em problemas legais. Estes são particularmente notórios no PS porque a sua permanência durante longos períodos no poder acaba por potenciar vícios que conduzem à captura do Estado por determinados interesses privados e à erosão do interesse público. A forma de reduzir a elevada exigência moral colocada pela virtude cívica e levar a uma revalorização da causa pública é através do desenho institucional. Como também ensina Montesquieu, “todo o homem que tem poder é levado a abusar dele” indo até onde encontra limites.

Por outras palavras, precisamos urgentemente de reformar o sistema político nas suas diversas componentes. Sobre isto, teci algumas considerações já há quatro anos no Observador. Talvez esta seja uma boa oportunidade para reflectirmos sobre o que precisamos de fazer para melhorar a qualidade da nossa democracia liberal antes que ela se degrade ainda mais.

publicado às 15:46

A expressão "à política o que é da política, à justiça o que é da justiça", recorrentemente utilizada por António Costa, bem como a frequente recusa de julgamentos morais ou de carácter, não passam de habilidades retóricas a que um PS permeado por casos de corrupção e de duvidosa moralidade tem recorrido nos últimos anos com o objectivo de os afastar do debate político. Estas habilidades têm obtido bons resultados, talvez porque boa parte da oposição não tenha engenho para as denunciar e também porque o temor reverencial de grande parte da comunicação social se encarrega de fazer com que esta as reproduza acriticamente e acabe por criar na opinião pública a percepção de que serão válidas. Ora, na verdade não passam de habilidades retóricas que certas acções do PS, quando no governo, se têm encarregado de demonstrar serem falsas, quer pela interferência na justiça, quer pelos julgamentos de carácter que fazem dos adversários políticos, evidenciando à saciedade a hipocrisia de muitos militantes da agremiação do Largo do Rato.

De resto, nestas coisas, pese embora muitos não hesitem em salientar o duplo processo de judicialização da política e de politização da justiça, cujos contornos não conseguem precisar, a separação de poderes não implica que uma questão não tenha ambas as dimensões e possam ser retiradas consequências nos respectivos domínios. Veja-se, a este respeito, a forma como os poderes estão separados mas fundidos na Constituição dos EUA e como no caso do processo de impeachment de Donald Trump estão em causa consequências políticas para uma acção que poderá também ser alvo de julgamento pelo poder judicial.

Ademais, no que concerne aos julgamentos morais ou de carácter, estes fazem e sempre fizeram parte da política. São, aliás, parte essencial dela, ao contrário do que o Primeiro-ministro nos quer fazer crer, particularmente num país como o nosso, em que se discute muito mais politics, o jogo político-partidário quotidiano, do que policies, as políticas públicas. Dado que o jogo político-partidário é protagonizado por indivíduos, a avaliação do seu carácter é uma componente central da política, especialmente em momentos eleitorais, e é precisamente por o saber que António Costa declara publicamente a sua recusa. Ninguém gosta de tirar uma fotografia em que sabe logo à partida que ficará mal.

publicado às 17:31

Nem a vergonha os limita

por Samuel de Paiva Pires, em 26.03.19

Nomeado a 11 de Março, sendo uma boa forma de Duarte Cordeiro dizer à sociedade portuguesa: "Estou-me ca*ando para a polémica das nomeações". Aliás, ao afirmar que "Nenhuma relação familiar pesou na minha escolha", demonstra o que continua a ser a falta de ética do PS nesta questão, pois seriam precisamente as relações familiares que deveriam afastar quaisquer possibilidades de nomeações. Explicava Montesquieu que "todo o homem que tem poder é levado a abusar dele” indo até onde encontra limites. Já se percebeu que não há limites, checks and balances, no sistema político português a este respeito. Agora ficamos a saber que já nem a vergonha constitui limite para os socialistas, comportando-se ostensivamente como donos do regime. Ora, como aprendi com um dos meus mestres, nós inventámos a política para deixarmos de ter um dono, um dominus ou pater. Quando se governa a polis como o pater domina a casa, a oikos ou domus, não estamos no domínio da democracia, mas sim do paternalismo e do despotismo. Por mais tergiversações e justificações que utilizem, nada disfarça a falta de ética e de vergonha do PS e os seus tiques de pendor autoritário.

publicado às 10:06

Do processo de corrupção moral do Bloco de Esquerda

por Samuel de Paiva Pires, em 28.07.18

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Sobre Ricardo Robles, certamente, e é o mais escandaloso no caso em apreço, podemos falar na distância que vai daquilo que se proclama àquilo que se pratica, no sentimento de impunidade de quem se assume defensor de certas virtudes públicas, mas que na vida privada faz o mesmo que condena em terceiros, numa variante do provérbio “bem prega frei Tomás, faz o que ele diz e não o que ele faz”, apetecendo até invocar Lord Acton, para quem o poder corrompe, ou ainda Montesquieu, que nos ensinou que “todo o homem que tem poder é levado a abusar dele; vai até encontrar limites”.

 

Mas mais interessante até que os negócios de Robles, é assistir às tergiversações bloquistas a seu respeito, particularmente ilustrativas do que é uma certa esquerda que se auto-proclama detentora de uma qualquer superioridade moral que, alegadamente, a diferencia não só dos restantes posicionamentos políticos como de outros partidos e actores políticos individualmente considerados, mas que, na realidade, se tiver oportunidade, toma atitudes idênticas às daqueles que critica recorrentemente. Não é novidade que os parceiros geringonceiros do PS talvez tenham alcançado a maioridade política ao, finalmente, perceberem que a política não pode ser só pregar a suposta superioridade moral e pensar de forma absolutista, sendo muito mais a arte do possível, em que o exercício do poder requer a capacidade de negociar e encontrar compromissos. Os silêncios, nos últimos anos, dos geringonceiros BE e PCP sobre diversas matérias denotam isto mesmo. Mas coisa bem diferente é a tentativa de spin a respeito de factos que, além de reflectirem uma gritante hipocrisia (as posições políticas de Robles sobre o alojamento local e os negócios que realiza neste âmbito), objectivamente considerados, são censuráveis em qualquer pessoa, independentemente do partido em que milite, e que, obviamente, diminuem - e muito - a legitimidade política do político em causa.

 

Sabemos há muito que, como dizia Sir Humphrey Appleby, “where one stands depends upon where one sits”. Só não estávamos habituados a ver esta atitude no BE de forma tão explícita. Está, assim, concluído o processo de corrupção moral do BE, mais uma grande vitória de António Costa e do PS, mas que aproveita especialmente à direita portuguesa. Talvez os bloquistas ainda não o tenham percebido, mas este episódio coloca em causa todo o edifício da sua praxis política e terá notórias consequências no futuro do partido. Mas compreende-se que estejam ocupados com o debate, a decorrer enquanto escrevo este texto, subordinado à temática “propriedade é roubo”.

 

(também publicado aqui.)

publicado às 15:56

PS bloqueia 300 militantes

por John Wolf, em 18.12.17

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O Partido Socialista (PS) e eu, afinal, temos algo em comum. Também expulsei perto de 300 militantes do Facebook. Foram directamente para a minha pasta de bloqueados. A única diferença é que eu sou ditador e o PS supostamente é o pai da Democracia portuguesa. As três centenas de "ex-socialistas" que concorreram em listas adversárias nas últimas eleições autárquicas, serão porventura os verdadeiros socialistas do partido. O PS, ao excomungar esta gente, despeja pela janela património importante. Os candidatos, eleitos ou não, permitiriam a realização de uma revolução silenciosa. Esses autarcas híbridos estariam em posição privilegiada para obter informação directamente das linhas inimigas. Estranho que José Sócrates, o maior traidor de todos, ainda não sido expulso do partido sem dó nem piedade - aposto que tem um seguro de vida partidária com uma apólice imbatível. São incoerências éticas de esta natureza que concedem ao PS o perfil autoritário e intolerante que o mesmo diz rejeitar. Não nos esqueçamos das 7 vidas políticas de que dispõem certos sujeitos. Os 300 expulsos não devem acabar ali a sua vida política. Se já estavam com os olhos postos noutros parceiros, significa que não estavam totalmente satisfeitos com a encomenda socialista. Mas há mais considerações a ter em causa; poderão ser integrados na missão de outros partidos residentes ou emergentes. Afinal o que importa são boas ideias de governação. O resto são tiques de promiscuidade e conluio políticos. Mas quem sou eu para oferecer juízos sobre o que quer que seja? Sou um fascista de primeira e de segunda. Ou pior ainda.

 

imagem: Irmãos Bacalhau

publicado às 13:56

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Imaginem por um instante que estava filiado no Partido Socialista (PS) com direito a assento parlamentar e desatava a tecer críticas a colegas, patrões de bancada e a mandar bocas sobre decisões tomadas pelo governo. Por esta altura já teria sido saneado à má-fila. Já teriam rasgado o meu cartão de sócio e me enviado para certo e determinado lugar. Não me surpreende que Ascenso Simões esteja a ser alvo de censura e de um provável processo disciplinar da Comissão Nacional de Jurisdição do seu partido. A PIDE do PS - a Polícia Interna de Difamação e Escárnio -, existe há algum tempo. A dissonância nunca foi bem aceite naquele partido que inventou a Democracia em Portugal Continental e Regiões Autónomas. Carlos César que se fez ao terreiro, vindo do refugo insular, assume a sua vocação de ditador de ilhota ideológica, de onde postula sevícias e recomenda sermões. No entanto, Ascenso Simões também é filho da casa e, nessa medida, também sofre de intolerância a lactose política (é googlar...) Mas estas querelas são coisa pequena, de quintal. A ver vamos se Centeno cumpre as ordens dos maiores accionistas do Eurogrupo - os chefes entregaram ao estafeta uma imensa lista de compras e se o rapaz torce o nariz às demandas, ainda leva com a minuta de admoestação da Comissão Europeia e dos Césares lá do sítio. Começo a perceber porque Centeno se quis distanciar do PS. É preferível ser criticado por uma cambada de estrangeiros do que por camaradas de luta - há sempre algo que se perde na tradução.

publicado às 14:06

Uns mais Grândola do que outros

por John Wolf, em 03.11.17

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Quem semeia cravos, colhe Catalunhas. Foi preciso uma causa oriunda de Espanha, da casa dos "nem bons ventos nem bons casamentos" para o Partido Socialista (PS) elencar aqueles que são mais grandoleiros e distinguí-los daqueles que são um pouquito menos. Sabemos que a discussão em torno de Puigdemont e amigos assenta na aliteração: serão prisioneiros políticos ou políticos presos? Como seria se estivesse cá Mário Soares? Que regime imporia ao PS sem tolerar desvios? Em suma, a experiência recente da Geringonça, da vivência a trois, quiçá terá tornado o partido mais maleável, menos disciplinado, e sim, mais democrático. Porém, não nos iludamos. A causa é simbólica, fica bem no resposteiro, no tabliê do carro e pouco mais. Como é um assunto que acontece nos arredores de França, não aquece nem arrefece o assento parlamentar. Portanto, estes arrufos e esta ficção de discordância não servem para grande coisa. Os cinco deputados do PS, que batem o pé catalão, são refugo de gerações distintas. São parecidos com a Catalunha. Andam para ali apregoar independência, mas não largam a saia da mãezinha. Gostava de ver estes heróis vestir a camisola de um limiano derretido pela teimosia das convicções. Assim, a aproveitar as novelas dos outros, demonstram que nem para actores servem. Grândola deveria ser declarada uma república reincidente.

publicado às 20:07

Orçamento-drone do Estado

por John Wolf, em 15.10.17

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O raio do contribuinte quer lá saber de cativações, escalões de IRS ou descongelamentos na carreira de funcionários públicos. Todo este jargão do ministério das finanças apenas serve de manobra de diversão. A pergunta simples que deve ser respondida é a seguinte: o contribuinte vai pagar mais ou vai pagar menos impostos em 2018? A resposta é: pagará mais. Estes esquemas de sais e açucares, sistemas de bike sharing e vales para educação geram esquizofrenia fiscal - atiram areia para os olhos do contribuinte. Enquanto o espectáculo decorre com a apresentação de fotocópias sobre drones,  o fogo que arde e que se vê, a geringonça baralha e torna a dar. Todas as benesses prometidas aos que elegeram os partidos que formam o marco de governação serão entregues, mas com efeitos secundários que serão sentidos por todos. Em 2019 chega a factura da festa - mais de 1000 milhões de euros. Mas por essa altura pouca diferença fará. Se a geringonça continuar no poder será mais do mesmo, como se nada fosse. No entanto, se uma alternativa de governo se materializar com as legislativas, o descalabro financeiro das contas públicas já terá dono - a culpa é sempre dos outros. O governo prevê um crescimento económico de 2,6% para alimentar as suas fantasias e a sua alegada generosidade fiscal, mas está a ser irresponsável porque vem aí muita coisa. O acentuar da crise do Brexit com todas as ramificações no nível de exportações da Zona Euro. A subida de taxas de juro do Banco Central Europeu que terá impacto nos intervalos e respectivos juros da emissão de títulos do tesouro. Uma provável valorização do dólar americano à luz de indicações da Reserva Federal que calendariza a subida das taxas de juro de referência. Enfim, um conjunto de temas que não se pode ignorar como o Partido Socialista faz em relação ao autor-acusado José Sócrates. No Largo do Rato sofrem de memória e realismo selectivos. No seu campo de visão apenas entram os amigos socialistas e as belas histórias que têm para contar. Uma plateia cheia de socratinos. Só cretinos.

publicado às 14:40

Penpal de Portugal

por John Wolf, em 05.02.17

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Portugal é um país de águas de bacalhau. Mas esse estado de alma acarreta consequências. Determina um anda e desanda, um dois passos avante e três à retaguarda. Assim tem sido e desse modo prosseguirá. Sobe uma força partidária ao poder, e logo desfaz à pancada o realizado pelo anterior. E assim sucessivamente e alternadamente. Por outras palavras, o Portugal político é uma imensa bancada central. E, embora possa parecer uma solução consensual e benigna, a verdade é que penaliza a possibilidade de um choque sistémico. A geringonça, no entanto, trai esse conceito mas não adianta grande coisa ao integrar no mesmo embutido um espectro alargado que se anula, que se descaracteriza. Ao diluirem o valor ideológico e a estância de princípios em nome da manutenção do poder, acabam por plantar no seu seio a toupeira do descalabro. O Partido Socialista ao querer ser tudo, é, ao mesmo tempo, comunista, neo-liberal, progressista e populista - mas cada vez mais menos socialista. O governo assume, sem margem para dúvida, um contrato a termo com o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português, embora não o admita, e ao invés do que dizem no PS, os socialistas terão de levar em conta a Direita, senão numa perspectiva doméstica, ao que tudo indica, no plano europeu. A grande questão que se coloca diz respeito ao seguinte: se Marine Le Pen for chamada ao Eliséu, acabou a União Europeia, não tenham dúvidas. A não ser que governos híbridos queiram replicar as suas condições de governabilidade e negoceiem cedências oportunas. Os alegados comentadores políticos e os sucedâneos de jornalistas tardam em perceber que estamos na presença de uma revolução sistémica, à la Kuhn. O modelo organizacional e político que estruturou o Ocidente nas últimas décadas, caminha, a passos largos, para um fim feio, caótico. Não foi um actor político externo a determinar o curso dos eventos  que se encontra em dinâmica crescente. Foram as complicações endémicas do projecto económico e social que falharam. Referem todos a grande paz europeia resultante do carvão e do aço, mas a que preço e com que consequências? Portugal, que não conhece a experiência dos extremos, pode ceder à tentação de negociar geringonças à escala europeia, contribuindo ainda mais para uma cisão irreversível. Quero ver se as políticas da amiga Marine também serão chumbadas na Assembleia da República ou se ela será uma Penpal. Se reprovam Trump, devem admoestar aqui e agora a congénere francesa.

publicado às 19:26

Trump: onde fica Portugal?

por John Wolf, em 16.11.16

 

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O que se passa em Portugal? Com esta história das eleições de Trump quase que me esquecia onde tenho assente o meu arraial. Pois. Não devo ser o único. António Costa também anda equivocado. São só boas notícias. É o tal crescimento do PIB que dá logo vontade de comemorar. É a tal intensificação das exportações. É o passeio dos alegres a Moncloa com direito a beberete com Rajoy. É o doutoramento honório casa de António Guterres nesse país de nem bons ventos nem bons casamentos. E, como cereja em cima do bolo, o beijo de aprovação do Orçamento de Estado de Juncker e companhia! Ah, como é bom fingir que está tudo bem e que os ventos de mudança dos EUA e da Europa não têm nada a ver, que não são suficientemente fortes para albalroar o casco de uma geringonça. Quem tem Centeno e Galamba não precisa de ver esses canais de televisão vendidos aos neo-liberais. Esses Bloombergs ou CNBC. Os juros dos government bonds dos EUA? Isso? Isso é lá com eles, pá. Aqui é porreiro pá. Trumponomics? Nunca ouvi falar. E nós temos a nossa escola. Temos o Constâncio. Temos o BCE, não precisamos de mais nada. E o Donald Trump até nem sabe onde fica Portugal. É na América Latina, não é?

publicado às 13:04

Trump e a banda The Socialists

por John Wolf, em 12.11.16

 

 

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O vocalista pop Eddy Cabrita, da banda Trump and the Socialists, percebe muito pouco de arranjos democráticos. Faz-lhe espécie que o princípio da maioria absoluta dos votos populares não tenha sido honrado nas eleições presidenciais dos EUA. Diz o intérprete que Hillary Clinton teve mais votos populares do que Donald Trump. Pois bem, teve sim senhor. Mas não é assim tão linear e "excêntrico" como ele julga. Que fique assente: eu sou a última pessoa à face da terra para tentar ser paternalista ou dar lições a almas extraviadas, mas a ovelha tresmalhada do rebanho do Rato anda a pedí-las. Nem sequer percebe da arquitectura democrática da União Europeia que tem o seu próprio sistema de "colégios eleitorais". A saber, e no que diz respeito ao Parlamento Europeu (em inglês, para não haver brigdes...):The allocation of seats to each member state is based on the principle of degressive proportionality, so that, while the size of the population of each country is taken into account, smaller states elect more MEPs than is proportional to their populations. As the numbers of MEPs to be elected by each country have arisen from treaty negotiations, there is no precise formula for the apportionment of seats among member states. No change in this configuration can occur without the unanimous consent of all governments. Como podem ver, os princípios subjacentes aos colégios eleitorais americanos fazem parte do sistema operativo dos Tratados da União Europeia. E a razão de ser dos mesmos pode ser explicado historicamente. Os EUA instituíram esta prática eleitoral que concede mais peso a uns Estados do que outros em virtude dos danos decorrentes da escravatura. Ou seja, um sistema político dinâmico deve integrar processos de reposição de equilíbrio que sirvam para limar assimetrias anacrónicas. Não sei por que causas o Cabrita se anda a bater nestes últimos tempos, mas talvez pudesse reclamar junto das instâncias europeias a revisão do sistema de quotas, por forma a que países-membros da União Europeia, vítimas da Austeridade, pudessem ter mais peso na produção política dos tempos que se avizinham que certamente farão ruir certas convenções mentais. A pastorícia socialista não sei se merece a subvenção política que tem recebido. Não se esqueçam do seguinte; durante mais de 40 anos prometeram justiça económica e social, mas está a sair-lhes algo diverso na rifa. Numa análise de continuidade, a eleição de Trump é também um processo a ter em conta em todos as sedes políticas deste lado do lago - largo do Rato e afins. A música pode ser outra, mas que é parecida é.

publicado às 08:58

Esta é fácil, Centeno

por John Wolf, em 02.11.16

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"Governo falha meta de redução de funcionários públicos" (?) - como se não soubéssemos que assim seria. Esta deve ser para nivelar outras em relação às quais o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português andaram a torcer o nariz. Era óbvio que nunca iriam dar um tiro no pé. Os funcionários públicos são simultaneamente um balastro e uma arma de arremesso. Andam para alí aos tombos a bel prazer do governo que sem eles nada seria. Se reduzíssem o número de funcionários públicos de um modo credível, e à luz da eficiência administrativa, pagariam certamente um preço político muito elevado. Com as autárquicas tão próximas não convém brincar com fogo. Aliás, nos concelhos de norte a sul do país grassa aquela modalidade de sorvedor de meios e orçamentos. Sim, refiro-me às empresas municipais que têm de existir em duplicado e triplicado para justificar os directores de serviços disto e daquilo. Falam em acordos e entendimentos, declamam estrofes de solidariedade de Esquerda, mas ao longo de tantos mandatos passados ou presentes, não foram capazes de criar plataformas inter-municipais para afectar positivamente os orçamentos locais que por sua vez retirariam alguma carga a Orçamentos de Estado generalistas. Centeno não é economista. Centeno trai a geométria dos números. Centeno é, seguramente, um ideólogo com uma agenda imposta pelo Largo do Rato. Calculo que tenha sido esse um dos pré-requisitos para ser contratado. Tratar da contabilidade, mas não orientar a máquina que tem os carburadores a dar o berro - Deixa estar. Fica quieto. Não estragues o que está estragado.

publicado às 15:44

Ruiu o Roque

por John Wolf, em 26.10.16

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A Confederação de Licenciados de Portugal (CLF) vem agora exigir que o governo da República Portuguesa submeta todos os seus membros ao escrutínio de um polígrafo académico. A CLF, numa nota de imprensa tornada pública, vai mais longe e sugere que todos os titulares de cargos públicos do presente e passado sejam sujeitos a um processo de autenticação de diplomas. Por outro lado, a Intersindical de Não Licenciados de Portugal (INLP) reclama idênticas condições no acesso a cargos públicos. Numa nota conjunta reiteram que não se pode continuar a pactuar com uma situação de "nem rei nem Roque" no que diz respeito às burlas agravadas a que são sujeitas tantas portuguesas e muitos portugueses. Já bastava Bob Dylan ter ganho o Nobel sem o merecer, como afirmou a catedrática Alice Vieira, para agora sermos confrontados com esta pouca vergonha. Daqui a nada temos um padeiro-presidente que nunca viu mais gorda ou mais magra uma carcaça. O que podemos concluir, sem prejuízo de outras casas partidárias, é que o Partido Socialista tem um certo fetiche por engenheiros da tanga.

publicado às 08:30

Os Carlos Santos Silvas das Autárquicas

por John Wolf, em 18.10.16

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Ainda não tinha percebido quais eram os atributos intelectuais ou políticos de Ana Catarina Mendes. Mas agora percebi. Não os tem. Limita-se a seguir o quadro ético do seu partido, que se inspirou no precedente de Sócrates que afirma ter tido a boa fortuna de ter o amigo Carlos Santos Silva para lhe emprestar umas coroas. A fórmula vencedora parece servir na perfeição os intentos do Partido Socialista. O Largo do Rato, falido que está, agora pede aos autarcas para contribuírem com a dízima para as eleições que se avizinham. E quais serão as contrapartidas? Porque almoços grátis não há. Mas a distorção desta prática levanta outras lebres. Discrimina, dentro do próprio partido, os dadores dos forretas. Alimenta a ideia (errada) de que a política apenas se faz com dinheiro quando faltam ideias vencedoras. Se não vai a bem, vai a notas. Quando chegaram as legislativas como vai ser? Também vão ter uma entidade e uma referência de valores morais?

publicado às 20:12

Vacas e tetas salariais

por John Wolf, em 08.06.16

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O mero facto de se discutir o fim do tecto salarial dos administradores da Caixa Geral de Depósitos é uma ofensa para milhões de portugueses que ainda não se levantaram do chão. Mas vamos por partes. Quando a Comissão Europeia aperta os calos da geringonça e ameaça com sanções, a União Europeia é uma madrasta terrível, mas quando o Banco Central Europeu recomenda uma revisão da regra de equiparação de remunerações de gestores a União Europeia já é boazinha. Já sabemos o que acontece à malta que se deita com uns e outros. Já bastava a promiscuidade com os da casa, para agora o Partido Socialista equiparar-se a uma trabalhadora de esquina. São quatro mil milhões de tetas que os portugueses vão ter de mamar. A comissão parlamentar de inquérito à CGD dispensa-se. No comment.

publicado às 22:14

O governo de oposição PSD-CDS

por John Wolf, em 22.02.16

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O PSD e o CDS votaram contra o Orçamento de Estado (OE) de 2016, mas nem precisavam de o ter feito. Ao longo dos últimos anos da minha vida tenho vindo a aprender que por vezes nada fazer é o melhor que se pode fazer. O governo de António Costa não precisa de terceiros para cair pelas escadas abaixo. O conteúdo do OE falará por si, e revelará a seu tempo a sua inviabilidade, a sua fragilidade. A Catarina Martins irá aproveitar para extrair mais dividendos de um governo de que não quis fazer parte. Agora percebemos com ainda maior clareza que não deposita muita fé nas promessas eleitorais dos socialistas. António Costa, em vez de se concentrar nos desafios que o país enfrenta, está obcecado com o fantasma do governo anterior. O Partidos dos Animais e Natureza (PAN) bem que quis tratar da questão das touradas, mas Costa esboçou uma chicuelina, atirando para os curros a investida do seu parceiro a solo. Mas o mais grave disto tudo é que fica demonstrado o modo como o governo não consegue caminhar sozinho sem demonstrar tiques de paranóia. Afinal o PSD e o CDS têm muito mais poder na oposição do que tinham no governo. O PSD e o CDS vão chumbar o OE em Bruxelas, vão afogar as agências de rating com menções desonrosas. Vão conspirar no grupo de Bilderberg. Vão fazer macumba junto de prospectivos investidores internacionais. Vão rogar pragas aos agricultores da Beira-Baixa. Vão formar um cartel em Sines para inflacionar o preço do crude em Portugal. Vão fazer falir empresas públicas e privadas para que um terceiro resgate chegue ainda mais rapidamente. A oposição vai governar, deste modo, na sombra escura, e derrubar Portugal. O guião rectificativo da desgraça pode já ser lido na íntegra. Está escrito naquele tomo socialista sobejamente conhecido, dedicado à responsabilidade política, ao sentido de Estado e ao interesse nacional. O que está acontecer era de prever. Mas também de evitar.

publicado às 18:12

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O Partido Socialista (PS) entrou na fase de narcisismo (sem obra feita), como se fosse um super-homem político, um corpo eticamente inatacável, o depósito de verdade, a marca de superioridade moral na paisagem política portuguesa. Contudo, o aparelho governativo depende de terceiros. Ao reclamar o sucesso da Esquerda e a alegada coesão dos parceiros que a formam, teria sido mais credível oferecer o púlpito a Jerónimo de Sousa e a Catarina Martins - gostava de os escutar e ver passar um cheque em branco ao "seu" governo. Ou seja, as jornadas parlamentares, embora se sirvam do nome, de parlamentar pouco ou nada têm. O arranjo à Esquerda com o PCP e o BE, e baseando-nos nas suas declarações, foi a cunha perfeita para chegar a este estado de arte, ao governo. Ou seja, o PCP e o BE parecem nem sequer existir no espectro mental dos socialistas. Não estive em Vila Real (e pelos vistos António Costa também não), mas pelo que percebi, o agrupamento alfa de socialistas serviu para bater nos que já não estão no poder, quando o que deveria estar a ser perspectivado são matérias bem distintas. A saber; À luz do caos orçamental, e o consequente despite das contas exigidas em sede de contrato com credores internacionais, a probabilidade de ocorrer mais um resgate a Portugal, com natural agravamento das medidas de Austeridade. Segundo. As consequências da saída do Reino Unido da União Europeia e os seus efeitos nos países da periferia. Terceiro; a possibilidade de nova crise hipotecária nos EUA com expressão semelhante àquela registada em 2008. E ainda; a mais que certa subida acentuada do preço do crude nos mercados internacionais (50%!!!) durante o verão de 2016. A pergunta que os portugueses devem colocar é a seguinte: para que servem as jornadas parlamentares do PS? A resposta é relativamente simples: não servem para nada. Funcionam como uma moção de confiança para consumo da casa, mas na casa nem sequer estão os que contam, aqueles que pagam a conta da aprovação de decisões de governação. Ou seja, o BE e o PCP. Se fossem coerentes e verdadeiros democratas, o festival ter-se-ia chamado Jornadas Esquerdamentares. Já vimos o que está acontecer ao país dos departamentos, organismos e direcções. O PS está a plantar os seus nos mais variados postos de recompensa variável. Estão a ter alguma dificuldade em arrancar a urtiga cravada no Banco de Portugal. A tal entidade que terá de arcar com a responsabilidade pela situação calamitosa dos lesados do BES, em relação à qual os socialistas nada têm a ver. Os governos passados dos socialistas, dos seus mandatos históricos, são folhas de cálculo em branco. O PS bem que tenta limpar o seu cadastro, mas em breve terá o seu próprio momento Sócrates. Ainda se lembram daquela emissão em directo de São Bento, quando o 44 lá teve de pedir ajuda aos de fora? Pois. Vai ser mais ou menos assim. Outra vez.

publicado às 17:59

PSP - Pedro Silva Pereira: caso de polícia

por John Wolf, em 19.02.16

 

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O sósia de José Sócrates merece ser processado pela DBRS pelo teor das suas declarações: (uma) “chuva de telefonemas” para a agência de notação financeira DBRS a pressionar para que baixem o rating de Portugal e a oposição do eurodeputado José Manuel Fernandes do PSD a que o plano de investimento Juncker pudesse “apoiar as economias mais atingidas pela crise”Sim, alguém deve ligar à agência de rating DBSR. Isto é muito grave e deve ser comunicado à entidade canadiana. Com quem julga este político de meia-tigela que está a lidar? Isto sim serve para denegrir Portugal.

publicado às 21:17

O branqueamento da rosa

por John Wolf, em 13.02.16

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Está em curso um processo de branqueamento da rosa. O Partido Socialista (PS) sabe há demasiado tempo que as decisões políticas do governo anterior não resultam de preferências ideológicas, mas de circunstâncias incontornáveis respeitantes ao estado da nação. Nenhum governo escolhe o caminho da Austeridade por amor à camisola. Nenhum governo escolhe o caminho conducente à impopularidade e subsequente demissão pelo eleitorado (que até nem foi o caso). António Costa mal teve tempo para aquecer a cadeira de primeiro-ministro, para agora se dar conta de que o caminho traçado pelo governo anterior afinal não era o errado. Ou seja, o que tinha de ser feito foi feito, e pelos vistos deve ser continuado, se Portugal deseja evitar uma catástrofe de proporções gigantescas. É caricato que o mesmo homem que invocou a maioria parlamentar para formar governo, venha agora pedinchar ao PSD e ao CDS o seu apoio. Mais valia que o PS pedisse a abolição de partidos da oposição, que engendrasse um modelo de Estado novo alicerçado na apreciação monolítica dos desafios nacionais. António Costa está à rasca e joga esta cartada - passa a batata quente à oposição -, para se poder libertar do peso da responsabilidade. O casulo é uma metáfora curiosa, mal escolhida por António Costa para descrever o direito ao respouso que assiste ao anterior governo de coligação. O que está a acontecer é o seguinte. Passo a explicar. António Costa quer que a oposição subscreva as medidas de austeridade que vão ter de ser agrafadas ao Orçamento de Estado, mas do casulo brotam borboletas às cores e não flores de rosa. Quisesse Costa evitar transtornos e servir o país, teria, nessa mesma noite eleitoral, se aproximado de Passos Coelho e Paulo Portas para encarar de frente a verdade dos factos duros da vida económica, financeira e social do país. A oposição, chamada à liça pelos socialistas, decorre da possibilidade de Costa ter de substituir peças gastas da geringonça. O que ele quer eu sei bem. Substituir Jerónimo de Sousa por Passos Coelho e Catarina Martins por Assunção Cristas. O homem é esperto. E pouco mais.

publicado às 19:37






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