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A respeito de um desabafo de quem falava para uma assistência representante de alguns milénios de civilização, alguém classificou a ora como chinesices. Eis o resmungo de sonoridade estridentemente xenófoba do Sr. Barroso, Alfredo.
Se Costa acabou por involuntariamente se ver livre de mais um membro da familiar oligarquia presumivelmente habituada à feijoada servida em louça de Cantão ou ao entesourar de colecções família rosa, temos por boa e única forma de classificar as palavras do ex-camarada, como apenas mais uma singerie. Mais uma, talvez não a derradeira, na diluviana série desta enxurrada de duas ou três gerações, se contarmos ou não, com o primordial e despadrado patriarca primo-republicano.
Soam as sirenes de alarme, os bombardeiros que parecem saídos do Segredo do Espadão andam em patrulha ao largo da costa portuguesa. Nada de novo, pois este tipo de cruzeiros nas alturas são algo de bastante habitual por parte das forças aéreas da Rússia e dos Estados Unidos da América. Os mais receosos apontam a capacidade de transporte de bombas atómicas nos porões dos Tupolev-95 Bear. É como se receássemos hoje uma patrulha de dois B-29 dos tempos do Enola Gay. Alguns poderão justificar o medo com o argumento daquela solitária Fortaleza Voadora que em 1945 despejou a sua carga sobre Hiroxima. Ora, com um punhado de F-16 já um tanto ou quanto ultrapassados, mesmo o depauperadíssimo Portugal parece melhor apetrechado do que o Império do Japão estava em Agosto daquele já longínquo ano, garantindo que nem mesmo uma enorme frota de obsoletos Bear poderiam alguma vez semear cogumelos nucleares na nossa paisagem.
Partamos então do princípio de os aflitos comentadores da NATO ainda adormecerem com a leitura das aventuras de Blake e Mortimer, transfigurando em Putin, o bicho-papão Basam Dambu que pelo menos, era um imperador com bombardeiros aparentemente mais modernos. É mesmo, aproveitemos então para enviar uma declaração de guerra aos russos!
Se Eça foi um vencido da vida, que dizer, pois, da imensa cáfila que pastoreia os imberbes lusos? O que mais me custou ao ler esta notícia (conto de terror), foi verificar que até Rentes de Carvalho resolveu ceder aos impulsos idiotizantes do hebdomadário das parvoíces. Mas já que estamos numa de continuações de grandes clássicos da literatura, que tal Ricardo Costa convidar E. L. James para uma reescrita sensualóide do Moby Dick de Melville? A estória da baleia teria, certamente, outro encanto. O sucesso seria automático e além-fronteiras. Ademais, seria um desafio, digno de uma coroação olímpica, juntar no mesmo espaço o talento norte-coreano de José Luís Peixoto com a imaginação orgíaca de James.
Não me ocorre outra expressão para qualificar a insuportável inércia que acometeu os representantes da Nação. Representantes que, em boa verdade, já só se representam a si próprios e aos seus. Fisiologismo da pior espécie, como diriam os irmãos brasileiros. Só isso explica que, hoje, dia 1 de Julho de 2013, após a prolação de algumas decisões judiciais contraditórias, a lei eleitoral autárquica permaneça inalterada. Com uma deputação deste gabarito, o melhor mesmo é esperar sentado. Há gente que, de facto, não se enxerga.
O Rafael abordou há pouco a enésima atoarda do papá da República, o decano Mário Soares. Pelos vistos, segundo o venerando ex-presidente e ex-tudo, Paulo Portas tem sido chantageado pelo Governo. Estão a ver a lógica da coisa? Imaginem o seguinte: Portas, num belo dia de Verão, resolveu juntar-se a Passos e dar-lhe , em conformidade com os parâmetros estabelecidos pelo seu partido, um apoio político bem delimitado, exigindo em troca algumas pastas ministeriais. Contudo, passado algum tempo, Passos, o suserano-mor, após uma breve indisposição, decidiu cortar as asas a Portas, chantageando-o e intimando-o. "Ou aceitas o que te digo, ou ponho cá para fora o teu envolvimento no caso dos submarinos". Sim, caríssimos leitores, não é difícil imaginar esta cena operática. Passos, um vilão torpe, passe o pleonasmo, ameaçou entalar a reputação de Portas, usando para isso a chantagem do xadrez. Ou sim, ou cadeia. Agora, um pouco mais a sério: Soares vive em que planeta? Marte? Há limites para a estultícia, ainda para mais quando é do domínio público que Soares nunca foi flor que se cheire. Mais: ouvir Soares pronunciar a palavra chantagem é quase o mesmo que associar Jorge Jesus à vitória final no campeonato. A dissonância cognitiva tem destas coisas.