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Sem excepções, e diariamente, atravessar uma passadeira na cidade de Lisboa é um martírio. O total desrespeito pelos peões diz muito sobre o modo como o cidadão trata o seu concidadão. E pouco importa que as posições sejam revezadas - o mesmíssimo peão, que há instantes quase foi atropelado na passadeira, será o condutor seguinte a colocar em perigo a vida de outrém. Este estado de alma nacional tem muito a ver com as causas da crise, do descalabro. Tem a ver com a ideia da obtenção de vantagens sobre o semelhante. Tem a ver com atribuir maior importância à vida de uns em detrimento de outros. Tem a ver com a distorção do conceito de democracia. Tem a ver com a ditadura e a liberdade que residem no espírito de cada um. Tem a ver com a pressa de chegar a parte alguma, a um destino que pouca diferença faz. Animais. Zebra - superior no seu estado selvagem.