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Imperiais, ou não

por Nuno Castelo-Branco, em 10.12.18

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Ainda a propósito da recente visita do Chefe de Estado chinês, ontem Paulo Portas teceu uma série de muito oportunas considerações a propósito das relações internacionais portuguesas, mostrando-se moderadamente entusiasmado e chamando à razão que directamente provem de um quase ininterrupto processo histórico secular. Muito positivo, sem dúvida.

Não se trataria de qualquer excentricidade, se durante demasiado tempo todo o esquema vigente em Lisboa não tivesse sofrido um deliberado e oportunista curto-circuito mental que apagou precisamente a memória daquilo que ontem através da sua boca terá miraculosamente ressuscitado. Todos recordamos as tiradas de Sampaio a propósito da ilha indonésia que foi Timor e das decorrentes humilhantes e infindáveis esperas a que se submeteu nos corredores ministeriais de Lisboa um homem da classe de Ramos Horta, aquele que seria o Prémio Nobel da Paz que sempre escapou a qualquer outro português. Sampaio é apenas um daqueles que foi emulado por praticamente toda a gente que do regime se tem servido, alijando como tralha inútil aquilo que ciosamente deveria ter sido preservado como continuidade de um país que se reconhece e pretende progredir, adaptando-se a qualquer modificação da ordem internacional e mantendo intacto o núcleo duro da sua política externa, precisamente o que não pode mudar ao sabor da corrente ou interesses de grupo. Foram e ainda são fracos imitadores do que de fora vem, estando muito distantes daquilo que britânicos, espanhóis ou franceses têm feito.  Deveriam ter aprendido algo com D. Carlos I que antes de dar posse a qualquer um dos seus Presidentes do Conselho, os advertia como princípio basilar de conduta internacional:

- Toma nota de que poderemos estar de mal com todo o mundo, menos com a Inglaterra e o Brasil. 

O mesmo princípio é hoje extensível a todos os países componentes da CPLP e a quem connosco tem aproximadas relações de dimensão variável como as económicas, políticas ou históricas na Europa, Américas, África e Ásia e no pleno respeito pela ordem interna de cada um ditada pela soberania. 

Seguindo adiante, muito tempo viveu Portugal diante do El Dorado das croissanteries pagas com perdidos fundos europeus, nisto irmanando-se os três partidos que rotineiramente têm feito a alternância do exercício do poder. Enfim, gostam e ainda almejam dar-se a ares europeus, mesmo que os seus homólogos do eixo Estrasburgo-Bruxelas, na sua imensa maioria utentes de passaportes provenientes de algo que existe no mapa-mundi há pouco mais de um século, entre discreta galhofa dentro de portas os reduzam a todos como partisanos de "copos e gajas" e a quem, nesta hora aflitiva da U.E., entre duas palmadinhas nas costas atiram uns amendoins que os entretenha. 

O que pareceu ser uma novidade, afinal nunca o foi para os mais atentos e sofríveis conhecedores da nossa história. Estando quem esteja no poder, voltou-se ao equilíbrio que nos fez ser alguém neste planeta e isso é o que há a reter. Oxalá não seja mais um subterfúgio tendo na mira mais uns tantos confortáveis lugares e respectiva engorda de conta bancária in ou offshore.

Nisso o regime teve pleno sucesso, o de fazer da imensa maioria dos portugueses gente muito desconfiada. 


publicado às 15:44

Da importância do timing em política

por Samuel de Paiva Pires, em 01.10.17

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Uma das melhores qualidades que um político pode ter é saber quando deve retirar-se, evitando a humilhação de ser forçado a sair. Esta qualidade torna-se ainda mais importante em determinadas circunstâncias, como, por exemplo, quando um líder político-partidário fica indelevelmente associado a políticas impopulares, tornando-se um óbice ao regresso do seu partido ao poder. Passos Coelho ainda não percebeu isto. Paulo Portas, dono de um aguçado instinto político, soube precisamente qual o melhor momento para ceder o lugar. O resultado está à vista, especialmente em Lisboa.  

publicado às 22:23

Alemanha e o voto dos refugiados

por John Wolf, em 13.03.16

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Portugal queixa-se da sua Direita, mas a estirpe benigna da mesma deve ser louvada. Paulo Portas, definido pela Esquerda como perigoso e ultra-conservador, afinal foi um dos políticos mais moderados que a história democrática de Portugal conheceu. Mas passemos adiante. A Alemanha enfrenta perigos muito maiores, e, por arrasto, a Europa corre o risco de replicar certas tendências ideológicas. Pela primeira vez na história da Alemanha os refugiados vão "eleger" políticos, e não são uns "quaisquer". O AfD (Alternative für Deutschland), o partido mais jovem de extrema-direita, irá, nas eleições que se seguem, desferir um duro golpe no partido de Angela Merkel e nas demais forças do espectro político moderado daquele país. Putin, malentendido e subestimado, tem sido um formidável jogador europeu, um híper-realista capaz de confundir os seus adversários e lançar o caos na política de salão da União Europeia, ainda crente nas virtudes das suas instituições, mas coxa no capítulo da política externa comum (PESC) - podemos incluir os refugiados no conceito de guerra híbrida da Rússia. Se juntarmos a tudo isto umas pitadas de irreverência monetária de Mário Draghi e do Banco Central Europeu, estão reunidos os factores para uma tempestade perfeita. Os eurocratas têm sido lestos na interpretação dos genuínos desafios que se lhes apresentam. Portugal deve ter algum cuidado com aquilo que deseja. A sorte do país continental é ter apenas duas fronteiras - a do Oceano Atlântico e aquela de Espanha. Se Portugal fosse a Áustria, com as suas sete portas de entrada, não estaria a dançar o bailarico canhoto da Esquerda. Os portugueses devem agradecer a moderação e o civismo político de Paulo Portas que se encontra a milhas de distância dos monstros que estarão para nascer na vossa Europa civilizada. Não vale a pena referir o governo de António Costa e parceiros. Imaginem se o preço da gasolina fosse mais baixo nas ilhas Canárias?

publicado às 10:54

Paulo Portas e o Congresso do CDS

por Nuno Castelo-Branco, em 12.03.16

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Conheci Paulo Portas em 1980, na campanha da Aliança Democrática. Ocasionalmente participámos nas longas, por vezes divertidas, por vezes perigosas, colagens de cartazes que se iniciavam à tardinha e terminavam já raiava o dia seguinte. Salpicadas por intervalos de galhofa e devorar de bolos comprados na Praça do Chile, serviram como convívio antes do surgimento das redes sociais. Era o cara a cara de outros tempos para sempre idos. Era ele um membro avulso da JSD, enquanto eu, ainda não inscrito, aparecia pela coordenação da sede da então JPM - a organização juvenil do PPM - sediada na Rua da Escola Politécnica, elementos de uma coligação eleitoral a que se acrescentava o contigente enviado pela Juventude Centrista, vindos do largo do Caldas.  

Os contactos não foram muito além disso, mas dele retenho a palavra fluida, a graça mordaz, a precocidade e rapidez do raciocínio, a análise certeira, própria de um adulto. Teria ele uns dezassete anos e pelos jornais fui seguindo na década seguinte, a sua carreira de acérrimo adversário daquilo a que então se crismou de cavaquismo, como se de uma ideologia se tratasse. Não era ideia, era e é uma prática que preenche mandatos, sejam eles laranja ou rosa e que em si mesma trouxe o que de melhor e pior este país tem interiorizado ao longo de séculos. Trinta anos passados, ainda algumas vezes o encontrei na rua e estivesse ele com quem estivesse, a mim sempre se dirigiu, não olhando ao meu trajar e tratando-me pelo nome. Há atitudes que não se esquecem e ao Paulo Portas muito poderão alegar, salvo a sobranceria. Não precisa dela, nasceu com muitas certezas e poucas ou nenhumas dúvidas. 

Segui hoje o seu discurso de despedida e excluindo o demais, retive apenas dois pontos que me pareceram urgentes porque óbvios, embora isto à maioria obcecada com contas de mercearia e politiquice caseira que pouco ou nada têm a ver com a intemporalidade das civilizações, quase nada diga. De facto, estamos perante um confronto civilizacional.

O primeiro, possivelmente o mais urgente e indicativo de perigo iminente, é a situação em que a Europa se encontra, mercê de políticas absolutamente erradas e infamantes para as quais foi atirada por uma elite descabelada de gula e de cegueira perante realidades que em tudo a transcendem. Paulo Portas, sem sequer precisar de ir muito além - para bom entendedor a sugestão bastou -, mencionou a incontornável necessidade do entendimento europeu com russos e chineses, alargando então ao espaço atlântico, ao qual não podemos ou ousamos escapar, essa aliança que obrigatoriamente deverá enfrentar um inimigo comum, infernal, impiedoso, brutal e que aproveitando aquilo que julga ser a nossa fraqueza ditada pelo liberalismo politicamente correcto, arde de delírios de há muito fanada grandeza postiça e assassina. Neste âmbito, a viagem inaugural do mandato de Marcelo Rebelo de Sousa quererá inequivocamente  marcar uma posição que contradiz toda a tralha que o costismo de há cem anos eterniza: separação entre o Estado e a Igreja, sim, definitivamente sim, mas...

O segundo, talvez aquele que mais directamente nos diga respeito, é a relação com Angola, hoje mediaticamente posta em causa devido aos erros que de longe vêm e que por única e exclusiva culpa da antiga Metrópole, permitiram a ascensão ao poder de um núcleo de mandantes que o exercício da realpolitik deve hoje apresentar-nos como os necessários interlocutores, eles mesmos num processo de transição inexorável.

A portugalidade vai muito além de bandeiras, hinos, regimes, favoritismos de partido e personalidades. É algo entranhado que galga séculos e esbate tonalidades de pele, o inexplicável sentimento de pertença a um devir comum que não conhece fronteiras ou passageiras ideologias. Há quem ilusoriamente julgue poder substituir isto pelo interesse geral do mercado global. Não é assim,  desenganem-se, pois temos a certeza de que do PC ao CDS, aquele sentimento de pertença é comum. Tudo o mais é questionável e fica o que interessa.

Digam o que disserem, obrigado, Paulo Portas. 

publicado às 16:52

Muito bem o CDS

por Samuel de Paiva Pires, em 23.12.15

Portas cumpre o que prometeu a Costa e o CDS vota contra o Orçamento Rectificativo. Mesmo que o PSD se abstenha ou vote a favor, pelo menos o partido que integro vota da forma mais acertada, o que me leva, hoje, a sentir-me plenamente representado pelos seus líderes.

publicado às 11:21

Uma oportunidade que não se deve perder

por Samuel de Paiva Pires, em 22.12.15

Poucas semanas depois, CDS e PSD têm a oportunidade de cumprir o que prometeram a António Costa. Basta recusarem-se a aprovar o Orçamento Rectificativo. É o que Costa merece e, além disso, é o mais acertado perante a desastrosa solução encontrada para o BANIF. Veremos se mantêm o que Portas prometeu e não se deixam ficar reféns de Costa e de um alegado pragmatismo que habitualmente passa por responsabilidade e sentido de Estado, mas que frequentemente serve apenas para justificar más decisões.

publicado às 14:04

Um belíssimo discurso de Paulo Portas

por Samuel de Paiva Pires, em 10.11.15

 

publicado às 13:35

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Passos Coelho e Paulo Portas, digam o que disserem os seus detractores, estão inequivocamente a demonstrar a sua estatura política. A porta para um entendimento a três não está obviamente escancarada, mas deixa entrar alguma luz. Em nome da governabilidade e da salvação nacional, a actual coligação entende que mais altos valores estão em causa - Portugal. António Costa, se for inteligente e não for ganancioso, tem menos a perder integrando o executivo, do que apostando o património do Partido Socialista nos comunistas ou bloquistas. A matriz política do país não é muito diferente daquela dos Estados Unidos. Para bem e para mal, são dois os partidos que disputam o poder. A expressão reaching across the aisle consubstancia bem o que Portugal necessita com alguma urgência. O que deve prevalecer neste momento será algo que escapa à racionalidade e calculismo políticos - o bom-senso. O Partido Socialista, se preza a sua continuidade nos moldes da sua alegada cultura ideológica moderada, deve, sem hesitações, entrar com firmeza e honestidade intelectual em negociações tendentes à distribuição de pastas e a um acordo genérico respeitante a questões políticas fracturantes. Faz isto ou arrisca-se a escutar Cavaco Silva informar que não há nada para ninguém socialista. Quanto a Catarina Martins e Jerónimo de Sousa, lamento muito. Se ainda não perceberam o que se está a passar (após duas semanas de ensaios), então não merecem ocupar os seus postos de liderança. O sonho foi bom enquanto durou. E António Costa não fará mais ou menos do que fez a António José Seguro. Servir-se-á deles como monta-cargas, mas quando for preciso manda-os embora com a cauda entre as pernas.

publicado às 16:32

Sem pedirem a maioria absoluta

por Samuel de Paiva Pires, em 30.09.15

Com jeitinho, Passos e Portas ainda são capazes de a conseguir.

publicado às 18:50

Quando quem governa esconde a cara

por Pedro Quartin Graça, em 28.09.15

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Diz-se por aí que a PàF vai lançar uma última série de cartazes e de novo sem Passos, nem Portas. Uma campanha gráfica sem líderes, nem candidatos? Só figurantes?!!
Será que Passos e Portas têm medo de dar a cara nos cartazes? Terão vergonha? Embaraço? E a PàF não tem candidatos? As eleições são para escolher figurantes? Ninguém deles dá a cara?
Uma VERGONHA!

publicado às 13:54

Leitura recomendada

por Samuel de Paiva Pires, em 16.09.15

"Obviamente, voto Passos", de Maria de Fátima Bonifácio.

publicado às 17:25

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publicado às 10:02

Porque vão todos à Feira Nacional da Agricultura? Não existe partido que não mande um dos seus dar uma volta pelo recinto. Não tinha Portugal deixado de ser um país agrícola? Quando chega a hora das eleições, o voto do agricultor falido conta. Por essa razão, quer Portas quer Costa vão visitar os rebanhos e exultar as virtudes de uma bela alfaia agrícola. Não sei qual o real peso da agricultura na economia nacional, mas tenho a certeza que não deve ser grande coisa. Começamos a ficar cansados com o cinismo despudorado, a política oportunista versada na utilização de simbologias antigas em regimes transformados. Mas uma coisa é certa, invariavelmente lá vão eles ordenhar o eleitorado, como se de repente fossem afectados por uma intensa gula das couves.

publicado às 09:16

As coisas são o que são

por Samuel de Paiva Pires, em 29.05.14

O mais interessante não é o apoio de Mário Soares a António Costa. É a assinatura que Soares faz questão de colocar neste artigo: "Fundador do PS". Como se Soares precisasse sequer de assinar um artigo com um qualquer título, académico ou político - veja-se, aliás, a sua coluna habitual no DN. Está ali, este "Fundador do PS", como quem quer lembrar que ele, Soares, é um dos donos do Partido Socialista - o dono, aliás -, não vá alguém acreditar no ex-Presidente da República quando escreve, no último parágrafo, "O meu, é apenas um voto entre todos os socialistas." Por outras palavras, o assalto de Costa à liderança PS foi muitíssimo bem planeado por uma certa elite do partido e o desfecho não será outro que a vitória de Costa sobre Seguro. É imparável e não há estatutos nem líderes de federações que valham a Seguro, Passos e Portas.

publicado às 22:56

Recessiva, imersiva ou depressiva?

por Pedro Quartin Graça, em 07.05.14

À falta de capacidade para resolver seja o que fôr, nada como decretar o seu fim. Onde é que já vimos este filme? 

 

publicado às 06:38

Alguém viu por aí a reforma do Estado?

por Samuel de Paiva Pires, em 05.05.14

publicado às 12:43

Definitivamente descredibilizados

por Pedro Quartin Graça, em 04.05.14

publicado às 10:05

Irrevogavelmente comprometido com o aumento de impostos

por Pedro Quartin Graça, em 03.05.14

publicado às 08:36

Quando a mentira tem a perna curta...

por Pedro Quartin Graça, em 20.02.14

publicado às 10:24

O "milagre" da "dupla maravilha"...

por Pedro Quartin Graça, em 25.01.14

...Ou o contínuo despesismo de Passos/Portas. A despesa do Estado subiu na realidade 3.285 milhões de euros face a 2012, ou seja, 5,7% quando se exclui o efeito de medidas extraordinárias. Tudo o resto é propaganda governamental. Acabem as receitas extraordinárias e logo veremos. Ou como o povo português continuará a pagar eternamente os juros usurários que enchem os bolsos dos "amigos" de sempre.

publicado às 09:44






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