Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Na próxima Quinta-feira, 18 de Maio, o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa organiza a II Conferência ISCSP de Estudos Políticos, Estratégicos e Internacionais, desta feita subordinada à temática “Guerra e Paz no século XXI. Os desafios e o futuro da Ordem Liberal Internacional”. Além das intervenções de ilustres docentes e investigadores nacionais, contaremos com uma conferência de encerramento proferida pelo Professor G. John Ikenberry intitulada "Does the Liberal International Order have a Future?".

A entrada no evento é gratuita, mas carece de inscrição obrigatória, disponível através deste link.

iscsp-ulisboa_conferencia_guerra_paz_2023_ocartaz.

publicado às 12:51

Extrapolações a partir de Tsipras

por John Wolf, em 29.01.15

Greek-Philosophers

 

A crise europeia acabou, e o emprego vai crescer exponencialmente em todos os Estados-membro da União Europeia.

A Dívida Grega vai ser perdoada e a Troika vai conceder um bónus de 500 mil milhões de euros aos helénicos por terem tido uma ideia tão boa.

A Austeridade vai acabar dentro de 10 minutos e cada cidadão europeu vai receber um cheque de 500 euros para estoirar no Carnaval com a garantia de que receberá outro no Natal.

A Rússia vai retirar-se da Ucrânia e compensar aquele país pelos danos causados e oferecer  gás natural durante 20 anos.

O Estado Islâmico vai converter-se em centro ecuménico de reflexão e paz.

Os EUA vão deixar a Rússia desmontar a NATO.

A União Europeia vai ter, a partir de amanhã, uma União Fiscal e uma Política Externa e de Segurança Comum.

Portugal vai ser salvo por um novo partido de inspiração tsiprarista fundado por António Costa, Mário Soares e José Sócrates.

Os ataques terroristas, tal como acontece com as greves, deverão ser marcados com antecedência mínima de 24 horas pelas uniões sindicais que representam os suicídas.

As receitas da venda de armas dos EUA, França, Reino Unido e Alemanha vão reverter integralmente para a Cruz Vermelha, a Amnístia Internacional e o Banco Alimentar contra a Fome, que cessarão de existir e tornar-se -ão desnecessários.

O Euro irá ser adoptado por todos os países africanos descarrilando o Dólar Americano como moeda de referência no comércio internacional.

Todas as Empresas Privadas portuguesas serão nacionalizadas para compensar a Privatização da TAP e a perda de controlo sobre a PT.

Os bancos vão passar a ter filiais dentro da casa de cada família portuguesa para pôr em prática soluções de poupança e oferecer salários aos reformados e delinquentes.

As semanas laborais vão ser sujeitas a uma reforma humanitária que implicará não mais de 15 horas semanais de trabalho.

As dívidas vão passar a ser entendidas como um valor positivo civilizacional e promovidas no programa curricular das escolas.

Os partidos políticos da Extrema Direita e da Extrema Esquerda vão deixar de existir para dar destaque a uma força moderada nascida a partir de uma sociedade civil que não sabe o significado de ideologia.

E por último, eu deixarei de ter ideias tão realistas quanto estas e outras que me escapam de um modo tão flagrante...

 

 

 

publicado às 10:31

Death and Taxes, Portugal and Syria

por John Wolf, em 11.09.13

Aprecio uma boa comparação, mas é na analogia que está o ganho. Também sou apreciador da ideia rebuscada, aquelas elaborações do caneco que não lembra ao diabo cego, surdo e mudo. Cá vai: Poiares Maduro está para os impostos como Obama está para a intervenção militar na Síria. Vamos lá por partes e devagarinho para ver se isto funciona, se não me engano. O que Maduro diz em bom português (proferido no International Club) é que o Estado deve entregar parte do arsenal, reformar alguns dos equipamentos e funcionários que têm servido para chupar o tutano aos contribuintes, ou zás, vem aí uma série de novos impostos. De acordo com o ministro, a Reforma do Estado tem mesmo de acontecer ou então vai haver um bombardeamento tributário da população civil, já de si indefesa, muito perto do desfalecimento. Esta conversa de ministro nacional soa a nova diplomacia de Obama. O presidente americano usa mais ou menos a mesma fórmula; a Síria deve reformar o aparelho militar ou ainda leva com uma catrefada de Tomahawks. Face a estas declarações devemos realmente ter algum cuidado. Lembram-se do cherne, perdão, daquela expressão portuguesa? - Pela boca morre o peixe? Em ambos os casos, no nacional e no americano, as palavras precedem os actos. De certa forma o que estão a dizer é: quem te avisa teu amigo é (e daqui a nada estás a levar umas mocadas). Esta forma de comunicação política é subtil, mas não o suficiente. Nem é preciso ser candidato autárquico para perceber a conversa. Para bom entendedor meia palavra basta (caramba! Estou farto de puxar pelos galões dos provérbios e dizeres populares!). Significa isto, que no caminho penoso em direcção ao cada vez mais que provável segundo resgate, ainda teremos tempo para uns encores de austeridade. O Maduro usou o palco do International Club de Lisboa para exercer esta magistratura do aviso de cobrador. No caso do Obama ainda estou para ver se a Rússia consegue obrigar Assad a entregar o material químico. Em ambos os casos algo vai acontecer. E não me parece que seja coisa boa para os objectores de consciência leve ou pesada. A expressão inglesa - Death and Taxes - serve na perfeição para o que pode acontecer a breve trecho na Síria e em Portugal. 

publicado às 21:12

Da série "verdades inconvenientes" (1)

por João Pinto Bastos, em 01.04.13

"The most important characteristic of a monetary union is the ability to move money without any restrictions from any bank to any other bank in the entire currency area. If this is restricted, the value of a euro in a Cypriot bank becomes significantly inferior to the value of a euro in any other bank in the euro area. Effectively, it means that a Cypriot euro is not a euro anymore. By agreeing to this measure, the ECB has de-facto introduced a new currency in Cyprus."

Guntrum B. Wolff


"When economies in Asia and Latin America tried to stem the outflow of money in the 1980s and 1990s, they ended up keeping the measures in effect for six months to two years. Iceland, another island nation with an outsize banking system, still has capital controls five years after its banks collapsed in 2008."

Yalman Onaram

 

"Em vez de cogitar sobre soluções erradas e impossíveis (a união política), ou remendos ou paliativos (intervenção do BCE, união bancária, etc.) com inúmeros obstáculos políticos, mais valia unir esforços para colocar um ponto final neste projecto fracassado. Dadas as características de instabilidade intrínseca do euro, ele tenderá sempre a acabar. Há duas opções limite para esse fim: i) planear e minimizar os custos (ainda assim elevadíssimos) de uma desintegração ordenada do euro; ii) permitir, por inércia, que o euro acabe de forma caótica, destruído por um tsunami financeiro, que destruirá tudo à sua passagem e não apenas na zona do euro."

Pedro Braz Teixeira

publicado às 14:28

O euro não interessa a Portugal (3)

por João Pinto Bastos, em 18.03.13

Portugal nunca devia ter entrado no euro. Se há erro que se pode imputar com alguma certeza a esta III República foi a leviandade com que avançou para a consecução extemporânea da adesão a um projecto fundado em alicerces bastante tremelicantes. Na altura, os chefões do regime viram no euro uma espécie de caução para a loucura despesista então em voga. Reler o que diziam os Vítor Constâncio dessa época é, mais do que um exercício fascinante, uma prova de que a idiotice, mascarada com reserva mental, faz muitos danos. Demasiados até. Entrámos no euro, não adaptámos a nossa economia aos desafios de uma globalização já então dominante, e inchámos o Estado, associando à festa todo um ecossistema de grupos e corporações que cresceram na senda de um mar interminável de fundos e subsídios, regados a muito crédito. A festa terminou, e com o fim das festividades, veio a ressaca. Ressaca essa, que, hoje, neste 2013 cheio de dor e sofrimento, ameaça tragar a pouca iniciativa que ainda sobrevive. O Governo cedeu à desorientação, esbulha com impostos a propriedade, esmaga o trabalho, e mantém gente incompetente ao seu leme. Na Europa, rouba-se sem qualquer pudor o fruto do trabalho de anos, impondo a desgraça a povos inteiros. Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Chipre não são mais, na sua globalidade, do que pequenos laboratórios onde joguinhos geopolíticos, acompanhados de veleidades eleitoralistas para consumo interno, são testados até ao limite da suportabilidade. Os próximos meses serão letais. Em primeiríssimo lugar, teremos o veredicto do Tribunal Constitucional relativamente ao OE, que poderá, potencialmente, gerar perdas para muitos dos actores que têm determinado a narrativa política pátria. Em segundo lugar, a instabilidade política e financeira externa tem todos os ingredientes para forçar uma mudança de curso em Portugal. Por último, os indicadores económicos, revistos amiúde, são paupérrimos. O país não cresce, o desemprego aumenta todos os dias, as insolvências são aos milhares, as despesas sociais, por efeito dos estabilizadores automáticos, não decrescem, em suma, o quadro presente é composto por um sem número de crueldades auto-infligidas que ameaçam atirar o país para o precipício.  Para agravar esta situação, é forçoso recordar aos mais desmemoriados que o grosso da nossa dívida encontra-se hoje em mãos do BCE e da banca nacional. Sim, caríssimos leitores, uma possível reestruturação da dívida, que, sublinhe-se, é absolutamente fundamental para o futuro do país, terá de ter em conta estes factores que não são de somenos. No fundo, tudo o que se está a passar em Portugal não passa de uma total pouca-vergonha. Passam-se dias inteiros a discutir as pérolas do Seguro, a incompetência do Gasparzinho e a voz de tenor de Passos, enquanto o país resvala para a falência generalizada. Sim, porque com ou sem euro o nosso destino está decididamente traçado. E é negro, preto, pretíssimo. Daqui a alguns meses, quando tudo tiver descambado, nada do que hoje discutimos fará sentido. Aí, sobretudo aí, será o salve-se quem puder. É por isso que volto a repetir e a advogar, com serenidade e muita tranquilidade, o abandono ordeiro do euro. Portugal precisa de paz e de esperança. Agora, e não amanhã.

publicado às 17:35

Do sentido da vida (4)

por Samuel de Paiva Pires, em 25.01.13

Em A Peste, Camus coloca a dada altura o intrigante Tarrou a confidenciar ao médico Rieux a tormenta que sofre desde que aos 17 anos percebeu que o pai era responsável por assassinar vários indivíduos, em virtude do exercício da profissão de juíz. Trata-se de um discurso brilhante e em certa altura até arrepiante, de uma alma à procura de paz num mundo onde o assassínio é banal e até alegadamente justificado. A extensão desta passagem não me permite colocá-la aqui, mas revelo apenas o final:

 

«Ao terminar, Tarrou balouçava a perna e batia levemente com o pé no terraço. Depois de um silêncio, o médico soergueu-se um pouco e perguntou-lhe se tinha alguma ideia acerca do caminho que era preciso seguir para se chegar à paz.
- Tenho. A simpatia.»

 

Leitura complementar (posts desta série): UmDois; Três.

publicado às 19:03

A NATO como actor providenciador de paz e estabilidade

por Samuel de Paiva Pires, em 02.05.09

Post de Jorge Piteira Martins, no blog da Comissão Portuguesa do Atlântico / Associação da Juventude Portuguesa do Atlântico:

 

 

 

Cada vez mais vemos a OTAN em diferentes cenários, em diferentes territórios, porém, antes de se criticar ou pôr em causa a sua continuidade, deve-se ponderar quais os propósitos que levam uma organização inicialmente confinada ao hemisfério norte e ao relacionamento euro-americano, a intervir em tais cenários.

Na base de tudo isto, consta uma progressiva incapacidade da parte dos Estados em dar resposta á grande diversidade de desafios emergentes de um mundo cada vez mais interdependente e como tal mais complexo, nomeadamente naquilo que diz respeito ao relacionamento que mantém entre si. Isto ainda mais se agrava em Estados cuja realidade política é extremamente instável, onde os preceitos democráticos, apesar de amplamente enaltecidos, se traduzem em pouco mais do que meras palavras. É principalmente aqui que a OTAN tem um papel fundamental. Não se pretende, de todo, interferir nas esferas locais e nas suas hierarquias, que, de certa forma, mais ou menos criticável, asseguram a normalidade dessas sociedades. Aquilo que se pretende, resulta principalmente num apoio, num ajuda ao nível da construção, e em muitos casos, reconstrução das sociedades, visando essencialmente um ambiente político mais estável, em tudo necessário para pôr em funcionamento todas as outras estruturas da sociedade, trabalhando em conjunto com os membros locais. É um papel de estabilizador, de garante da segurança dessas regiões, contribuindo assim para uma sociedade mais organizada e segura, onde os seus cidadãos possam viver em tranquilidade, usufruindo da ampla rede de direitos e obrigações a que têm direito.

publicado às 03:25






Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2009
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2008
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2007
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D

Links

Estados protegidos

  •  
  • Estados amigos

  •  
  • Estados soberanos

  •  
  • Estados soberanos de outras línguas

  •  
  • Monarquia

  •  
  • Monarquia em outras línguas

  •  
  • Think tanks e organizações nacionais

  •  
  • Think tanks e organizações estrangeiros

  •  
  • Informação nacional

  •  
  • Informação internacional

  •  
  • Revistas


    subscrever feeds