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Antes de me acusarem de me colocar em bicos de pé, de mandar bocas do alto da minha torre de mármore, que fique bem claro: sou um mero soldado raso das fileiras da análise política, da pretensa avaliação sociológica. Em Portugal os deuses entornam o caldo vezes sem conta. Dizem coisas sem avaliar com temperança o valor das afirmações. Os profissionais do sector da intelectualidade parecem não medir as implicações das suas palavras. Diz Maria Filomena Mónica: (...) "O 25 de Abril é um golpe militar e isso entristece-me. Significa que não foram os cidadãos que deitaram abaixo o regime anterior". Excelentíssima senhora doutora Mónica, ainda bem que foram os militares a levar por diante a mudança. Foi a sua disciplina e o seu sentido de missão que fez com que a Revolução de Abril fosse um banho de cravos e não um banho de sangue. No livro Guinness das revoluções os capitães de abril lideram o ranking. Nunca por esse mundo fora havíamos tido o exemplo de como se faz uma revolução sem ferir, sem matar, sem lançar em polvorosa todo um povo. Percebe-se que a senhora não esteve efectivamente presente durante este importante capítulo da história de Portugal. Na entrevista que concede, Maria Filomena Mónica poderia ter dispensado o pedantismo do doutoramento em Oxford. E ainda diz que preferia que fosse o povo a fazer a revolução. Há qualquer coisa aqui que não bate certo. Que não me convence.