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Não me interessa qual o papel de embrulho de Pedro Queirós Pereira, nem o conteúdo dos presentes e ausentes do seu discurso. O que acho profundamente degradante e ofensivo nas suas palavras afectivo-empresariais é mencionar o fabrico caseiro de doçaria como uma actividade menor, pouco dignificante. O dono do papel em Portugal parece não conhecer o seu país. É precisamente essa manifestação minifundiária da cozinha portuguesa que tem permitido vidas dignas a tantas famílias. Os rissóis e as mousses de chocolate domésticos, confeccionados pelas mãos hábeis das D. Amélia de norte a sul deste país, são fruto de grande labor para gerar receitas modestas mas honestas. O Ricardo Salgado não tem de defender as primas-comadres como sugere Queirós Pereira. Se estão a trabalhar de um modo sério (pela primeira vez na vida ou não) os detalhes de pastelaria bancária não são para aqui chamados. As senhoras não podem sujar as mãos na massa que põem a levedar? As primas não podem fazer entregas ao domicílio? Podem, e devem, se estão necessitadas.