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“Um Estado que canaliza os dinheiros públicos para uma clique de protegidos, sobrevive através da extorsão de recursos ao povo e trata os cidadãos de forma desigual, já não é um Estado. É uma vergonha.” Paulo Morais, do Blasfémias, na Rádio Renascença.
A escrita ajuda a aliviar a alma. A racionalização e sistematização no "papel", são o mais eficaz exercício de arquivo de pensamentos, sensações e emoções. A mais pura arma contra o oblívio dos actos e omissões por nós empreendidos e que deve ser regularmente praticada. Porque esse oblívio disfarça o carácter desprezível de que estas se podem revestir, ajudando a que não nos apercebamos sequer dos nossos erros, em especial em relação aos outros, fazendo com que a todo o momento o nosso egoísmo se torne permanentemente a nota dominante do carácter de quem se julga muito correcto. Porque esse oblívio é ainda uma forma de esquecimento do que por vezes não conseguimos controlar e de que nos arrependemos simplesmente porque preferimos contrariar aquilo que é verdadeiro mas que não entendemos, quando a mais das vezes não é nada passível de ser entendido de forma racional. Pior, contrariando aquilo que mais sentido alguma vez fez na nossa vida, obtusamente opomo-nos a tal rejeitando-o com a simples assumpção de que não faz sentido, apenas porque não é o protótipo do que supostamente queremos. E quando o que queremos é apenas fruto de uma presunção de estatuto artificial, de uma convenção socialmente construída e de uma mera superficialidade com o objectivo de "parecer bem", nada pode ser classificado de mais provinciano, mesquinho, nojento e desprezível.