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A imprensa estrangeira que nomeou Mário Soares personalidade do ano não é assim tão estrangeira. Contabilizo pelo menos 16 jornalistas da associação de imprensa estrangeira em Portugal com apelido português. Estrangeiro sou eu, mas não sou jornalista. E quem terá ficado em segundo e terceiro lugar na votação da figura do ano. Ou será que Mário Soares foi o único a concurso? E o Baptista da Silva - o consultor da ONU -, não conta? Gostaria de saber como funciona o processo de selecção, qual o critério definido e quais as filiações ideológicas e partidárias do júri do concurso. Assim, atirado ao ar, o prémio soa a arranjinho e não passa de propaganda de não se sabe bem o quê. E a associação de imprensa nacional quem elege como preferido? A imprensa estrangeira em Portugal diz que Soares é a personalidade do ano, mas não refere o género de personalidade. Se é expansiva, sisuda, marcante, ou se é uma personalidade passada ou ajuízada. Qual a vocação programática da associação? Defende os valores humanos, a Democracia e o endeusamento de figuras do passado? Já bastava a surrealidade que acontece numa base diária em Portugal, para termos de levar com esta terminação de taluda. Será que Soares procura lançar-se às europeias que estão aí à porta e pediu ajuda para melhorar a imagem no exterior? E em que estado emocional terá ficado Seguro? Às tantas esperava que lhe saísse a fava do bolo-Rei, mas em vez disso saiu-lhe o Rei e foi mandado à fava. Contudo, o mais grave deste devaneio relaciona-se com o atestado passado ao povo português. Este conjunto de relatores do estado da nação, valida a ideia, de que alguém do passado, tem um papel proponderante no destino do país, como se desejasse que Portugal não saísse da sua condição, como se o futuro de Portugal estivesse refém para todo o sempre de uma figura política de outro tempo histórico, de outra galáxia.