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O Metro de Lisboa está mais uma vez parado, e esse facto produz danos colaterais assinaláveis. Daqui a nada, e apenas por ter proferido esta primeira frase, muitos dirão que o direito à luta não pode ser posto em causa, que o Metro não é menos que a CP ou a Carris, e que embora o Arménio Carlos não se tenha atirado para a linha nas Laranjeiras, os trabalhadores do Metro também são gente. Enfim, os argumentos serão muitos e variados, uns mais justificados que outros, uns mais laborais que os demais. Mas independentemente dessas formulações, a verdade é que o trânsito fica logo caótico ainda a luz do dia não raiou, ralhou. Aliás, nem preciso de escutar o noticiário radiofónico, basta fazer-me à estrada - os eixos rodoviários ou a segunda circular estão apinhados de carros e mais carros a passo de caracol. Nessa medida, e atendendo à constante da vida urbana que parece ser a paragem tão frequente do Metropolitano de Lisboa, proponho uma reformulação semântica e empresarial. Sugiro, em plena época de trasladações (sim, a trasladação também é uma forma de transporte - um fim de linha se quiserem), que a empresa de transportes seja rebaptizada de Milímetro de Lisboa, ou, naqueles dias em que avança um pouco mais, Centímetro de Lisboa. Pode parecer uma mera brincadeira a minha exposição jocosa e engraçadinha, mas não tem piada alguma. Gostaria de saber, de um modo quantificado, e em linguagem económica, que efeitos negativos são sentidos em Lisboa e arredores pelo arresto de um importante sistema de transportes? Qual o impacto negativo na economia? Quanto custa ao PIB diário a chegada tardia de trabalhadores aos seus empregos? Talvez haja por aí um analista sindical que possa sair da escuridão do túnel para nos esclarecer cabalmente. Não sei se será caso para dizer que certas greves são piores emendas que sonetos. Não sei mesmo. Terei de perguntar ao Bocage que não sei se está disponível no Panteão Nacional.
... já parece estar a adequar-se à "nova situação". Quem ande a lê-lo desde há uns dois anos, diria ser impossível tal quebra-espinhas, mas a verdade é que aconteceu mesmo e até já desvenda a hipótese dos PPD's poderem ganhar as próximas eleições! Ena, ena...
Agora que foi mandado às urtigas por um dos seus mais entusiastas promotores, o que terá a dizer o "Prof. Dr." Baptista da Silva? Apenas para ser mauzinho, diria que agora se compreende a pressa do PS em regressar ao governo. É a velha estorieta dos ovos postos em ninho alheio.
* Ainda não é caso para qualquer foguetório, mas uma rápida passagem da vista sobre a blogagem e comentadeirismo nacional - da direita à esquerda, off course -, confirma a ânsia pelo falhanço, inventando-se todo o tipo de disparates como "sondagem governamental", falsificação de dados pelo INE (!), eleitoralismo autárquico, etc. Enfim, o costume a que a Metrópole nos habituou. Como dizia num post de há umas semanas, esta gente - que nem sequer cruza dados que chegam de fora - sonha com um eterno chafurdar na triologia Feios, Porcos e Maus. Ter-lhes-ia feito muito bem o conhecimento de outros Portugais infelizmente desaparecidos e outrora situados uns milhares de quilómetros mais a sul.
Qual é, digam-me, a surpresa disto? Haverá por aí alguém que acredite que a recessão que afecta o burgo não será excessivamente onerosa? Bem, talvez, se pensarmos, por exemplo, em António Borges. Mas, exceptuando estes casos clínicos, creio que não há ninguém que negue o óbvio ululante. E o óbvio ululante é que, neste ano, o país terá a sua economia completamente arrasada, sem que o desejado Homem Novo surja das cinzas recessivas. Sem crescimento, com uma dívida a aumentar, como é que conseguiremos sair deste impasse? Já estivemos bem mais longe de abandonar o euro.
Aviso: não se fiem nos efémeros uivos de alegria que, por vezes, irrompem no debate público. Tenham calma e muitaaaaaaa tranquilidade, como diria o mister Bento.