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Imaginem por um instante que estava filiado no Partido Socialista (PS) com direito a assento parlamentar e desatava a tecer críticas a colegas, patrões de bancada e a mandar bocas sobre decisões tomadas pelo governo. Por esta altura já teria sido saneado à má-fila. Já teriam rasgado o meu cartão de sócio e me enviado para certo e determinado lugar. Não me surpreende que Ascenso Simões esteja a ser alvo de censura e de um provável processo disciplinar da Comissão Nacional de Jurisdição do seu partido. A PIDE do PS - a Polícia Interna de Difamação e Escárnio -, existe há algum tempo. A dissonância nunca foi bem aceite naquele partido que inventou a Democracia em Portugal Continental e Regiões Autónomas. Carlos César que se fez ao terreiro, vindo do refugo insular, assume a sua vocação de ditador de ilhota ideológica, de onde postula sevícias e recomenda sermões. No entanto, Ascenso Simões também é filho da casa e, nessa medida, também sofre de intolerância a lactose política (é googlar...) Mas estas querelas são coisa pequena, de quintal. A ver vamos se Centeno cumpre as ordens dos maiores accionistas do Eurogrupo - os chefes entregaram ao estafeta uma imensa lista de compras e se o rapaz torce o nariz às demandas, ainda leva com a minuta de admoestação da Comissão Europeia e dos Césares lá do sítio. Começo a perceber porque Centeno se quis distanciar do PS. É preferível ser criticado por uma cambada de estrangeiros do que por camaradas de luta - há sempre algo que se perde na tradução.

publicado às 14:06

A Liberdade, essa fantasia

por João Almeida Amaral, em 19.07.17

 

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Francamente, não sei se é da idade, mas estou cansado, a bem dizer, farto desta marmelada em que o país mergulhou. 

Ardem milhares de hectares , morrem MAIS DE UMA CENTENA DE PESSOAS, mas para efeitos de subsídios europeus oficializa-se o número 64. 

Os políticos responsáveis não são responsabilizados. Despedem-se secretários de estado ao retardador para ocultar os factos. 

O 1º ministro marimba-se no país e vai de férias.

A base militar de Tancos descobre que lhe falta material, inventa-se um roubo, (quando o roubo, na minha opinião, foi ao longo do tempo e era necessário acertar o stock) e exoneram-se oficiais que dias depois são reintegrados. 

O Prof. Gentil Martins emite uma opinião (ao abrigo da sua liberdade) e as figuras pidescas do regime, como a Moreira, ao melhor estilo do KGB, exigem punição, sangue. 

Agora são os bombeiros silenciados. 

Quando o governo, que emerge de um grupo parlamentar de forças antidemocráticas que nem deviam ter representação parlamentar, se formou, temi que este seria o caminho, mas francamente nunca pensei que se iria tão longe. 

Portugal tem que reagir.

Tem que acordar. 

publicado às 17:17

Dear Jeroen, Yours Sincerely Yanis

por John Wolf, em 06.03.15

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Yanis Varoufakis acaba de propor, numa carta enviada ao Eurogrupo, a contratação de bufos em part-time - inspectores impromptu para denunciar casos de evasão fiscal. Não sei o que a Esquerda das liberdades e garantias tem a dizer a este propósito, mas transformar a sociedade grega num self Big Brother temporário não resolve a questão de fundo da evasão fiscal. O seu efeito dissuasor porventura será mitigado por hiper-desvios ardilosamente congeminados por anti-colaboracionistas. E servirá, consequentemente, para acentuar as fracturas que já assolam a Grécia. Esta decisão tsipraótica parece colidir com o sagrado do alegado acervo civilizacional da Europa que baniu do seu quadro de valores as práticas de regimes autoritários. A Stasi, a KGB ou mesmo a PIDE, parecem retornar à Europa entrando pela porta mais improvável dos supostos libertários da opressão imposta pelo norte - Dear John, Dear Jeroen.

 

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publicado às 19:30

Simbiose política de Soares e Sócrates

por John Wolf, em 13.11.13

Começo a pensar que existe relação de sangue entre Mário Soares e José Sócrates. A relação simbiótica entre os dois merece um documentário do National Geographic. Há qualquer coisa aqui de empatia entre o hipopótamo e o pássaro que cata a carraça escondida atrás da orelha. Não sabemos se Soares vê em Sócrates o filho político que nunca teve, ou se pretende, com estas afirmações tontas, ajudar as causas socialistas. E desde quando é que os portugueses tiveram de aprender com os franceses a fazer política? Sem dúvida que existiram grandes pensadores políticos franceses, mas não foram contemporâneos de Soares ou Sócrates. São intemporais e pertença inegável de todos nós - amigos socialistas ou nem por isso. Alexis de Tocqueville, embora francês, contribuiu para o pensamento e a acção política norte-americana. Ou seja, o capitalismo diametralmente oposto ao socialismo, também radica nos franceses. Rousseau, por sua vez, esteve efectivamente exilado no sentido mais dramático e político. Soares, embora se queira apresentar como membro do clube dos diasporizados, que eu saiba, nunca conheceu os calabouços que Mandela experimentou ou a tortura de compatriotas caídos na malha limoeira da PIDE. O estudo comparativo de Soares deve ser considerado insultuoso e ofensivo por distintas razões. Portugal conheceu casos mais extremos de perseguição política e os visados não tiveram a sorte de sobreviver numa gaiola dourada em Paris. Quanto a Sócrates e o seu destino academico infantil, não encontro termo de comparação com o que quer que seja. Quatro anos de estadia de Soares, somados a dois anos de lua de mel de Sócrates, não produzem grandes dividendos políticos. Se quisermos ser cínicos e pouco complacentes, poderemos dizer, ao abrigo do contraditório, que os ares franceses podem ter contribuído negativamente para o modelo económico e social sonhado para Portugal no verão quente de 74 ou em tempos políticos mais recentes (A Europa, as Comunidades e a União Europeia estão a ser postas em causa e não o contrário). Parece que cada vez que Portugal e os seus governantes se viram para o exterior a coisa não corre de feição. E se Seguro um dia quiser estudar na Alemanha, será que poderá regressar com o crachá de exilado agrafado ao peito? Soares e Sócrates regressam de diferentes passados políticos, mas nem sequer podem ser chamados de retornados. Se Soares se quiser comparar a alguém, talvez se possa equiparar a Machete. Cada vez que abrem a boca entornam o caldo.

publicado às 18:50

O Muro da Mentira

por Nuno Castelo-Branco, em 10.11.09

 

 

Todos os testemunhos fotográficos testemunharam a imponência dos funerais do rei D. Manuel II. Assustando o "regime da situação" na sua nova vertente de salvação do 5 de Outubro, comboios encheram-se de gente que de todos os pontos do país afluiu à capital, prestando aquela que desde o Regicídio, seria a maior homenagem pública de que havia memória. O corpo do rei esteve exposto em S. Vicente por um dilatado período de tempo, tal a dimensão da manifestação de pesar. Isto encontra-se testemunhado por reportagens imparciais, nacionais e estrangeiras, que além de centenas de fotografias e de milhares de cartas trocadas, consistiram numa justa homenagem ao monarca que ficou conhecido pelo Patriota. 

 

Apesar desta bem conhecida verdade dos factos, ontem, tal como hoje, existia uma censura que distorcia a notícia, calava as consciências e ameaçava pelo descarado despudor e manipulação. Assim, a imprensa oficial da 2ª república fazia difundir a velada ameaça, susceptível de ser lida nas entrelinhas. Dizia que ..."os últimos chapéus altos da monarquia estavam presentes em S. Vicente de Fora. No Terreiro do Paço, toda a causa monárquica cabia em dois automóveis modestos."

 

Quando figuras do regime - como Mário Soares - tentam a todo o transe demonstrar o "monarquismo" do Estado Novo e e a inexistência de uma situação de república no Portugal de 1926-74, a linha editorial prosseguida durante mais de quatro décadas, desmente as patéticas, mentirosas e abusivas alegações. São bem conhecidos os movimentos policiais em torno da rainha D. Amélia, quando a soberana visitou Portugal em 1945. Escassas notícias publicadas pelos jornais da "situação" e do tolerado "reviralho", impedimento da divulgação de toda a agenda oficial da rainha, a sua discretíssima chegada de comboio à Estação de Entre-Campos (Lisboa), a gorada insistência em apartar D. Amélia do contacto popular. Conhece-se a carta da rainha a Salazar, em que esta alfinetava graciosamente o presidente do Conselho, salientando a constante "companhia" da indesejada policia política do regime. Apesar de tudo, as enormes manifestações populares de regozijo nas ruas, montras do comércio no país e em todos os locais onde D. Amélia se apresentou, desmentiram e assustaram o regime do poder e da sua oposição: o regime oficial da 2ª república e os dejectos sobreviventes da 1ª que para cúmulo, seis anos depois seriam ambos ultrajados nas ruas de Lisboa, quando do funeral da rainha. Centenas de milhar de pessoas invadiram as ruas, ultrapassando a presença popular nas pompas fúnebres de D. Manuel. Nunca mais se viu tal manifestação de pesar em Portugal.

 

No dia em que a oficialmente inexistente censura actua uma vez mais, convém recordar, pois este Centenário da República não passa da consagração da miséria mental a que este país chegou. Da descarada esquerda à cobarde e colaboracionista direita.

 

Um dia destes, ainda ouviremos os senhores Cavaco ou Soares perorar acerca da bandeira que durante mais de quatro décadas esteve hasteada na sede da PIDE, na Rua António Maria Cardoso. Ficaremos a saber que "oficialmente" a bandeira verde-vermelha não era a da república, mas talvez, a da Casa Gucci. Que gente...

publicado às 17:15






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