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Como reza a expressão? Pela boca morre o peixe? É isso? Acho realmente extraordinário que Tsipras e Varoufakis tenham o desplante de incluir no plano que vão apresentar ao Eurogrupo medidas de combate à corrupção e evasão fiscal. Quer isso dizer que nunca antes a Grécia havia tido a iniciativa de combater esses flagelos? Estão a gozar com os gregos e os restantes membros da União Europeia. Só pode ser. Ou será que também querem mudar o nome a roubalheira e "travestir" a falta de ética de um país inteiro? Não me refiro apenas a desfalques à escala de um Onassis, às grandes fortunas. Ainda sou do tempo em Portugal, quando era tido como normal trazer do serviço papel higiénico e material de escritório (resmas de papel e caixas de lápis por estrear). Tudo isso somado leva ao declínio das nações. Como a União Europeia e as suas excelsas instituições vivem de aparências, certamente que irão arranjar um modo de acomodar os eufemismos de Tsipras. Vamos pagar pela operação de cosmética. Muitos dizem por aí que isto tudo representa o despontar da mudança que a Europa exige, que as gentes urgentemente requerem, mas tenho sérias dúvidas que esta porta seja a adequada. Há muita mobília política que não pode passar, que não deve passar. De cedência em cedência, perderemos a dignidade.
O grande problema da oposição é centrar a sua vida na derrota do governo. António José Seguro vive obcecado com essa promessa. A sua melhor proposta política assenta na negação, numa palavra apenas - NÃO. E só poderia ser assim, porque não tem mais nada para oferecer. Apela à mudança e assenta o seu futuro em utopias. Diz que não despedirá funcionários públicos e que não aumentará impostos. Mas todos sabemos que as mentiras de hoje passam à história quando os candidatos ocupam as cadeiras de poder. No entanto, bastante mais preocupante do que António José Seguro, é a equipa que saltará do banco para formar governo. São esses nomes sobejamente conhecidos da praça que voltarão aos lugares a partir dos quais plantaram a ruína do país. A lista é extensa, mas são os mesmos de sempre que serão aliciados a regressar às administrações; Maria de Belém Roseira, Francisco Assis, Jorge Coelho, Ferro Rodrigues, entre outros, e, para dar o tal ar de mudança uns quantos estreantes lá estarão, como José Sócrates. Seguro insiste no discurso da derrota quando deveria avançar com a solução mágica para tirar Portugal das presentes dificuldades. Como é que o fará? E os portugueses? Porque não pedem a Seguro para partilhar quem tem em mente para formar o executivo deste país daqui a um par de anos? Não se trata de pôr a carroça à frente dos bois, mas de saber que boys estarão à frente carroça. Acho que o eleitorado nacional merece saber o que o futuro lhe reserva - que tipo de cornada.