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A minha visão do conclave centrista

por João Pinto Bastos, em 13.01.14

Falar a torto e a direito do "irrevogável" tem como consequência inequívoca a saturação indizível do debate político, centrando, com alguma inabilidade política à mistura, o cerne da luta política no contingente inescrutável. Para mim, e creio que para uma porção significativa da militância centrista, esse episódio foi totalmente esclarecido, pelo que tornar a fustigar Paulo Portas, e, por inerência, o CDS/PP, com esta questiúncula politiqueira é, no fundo, chover no molhado. Ademais, o Congresso de Oliveira do Bairro foi, como pude comprovar in loco na qualidade de delegado, um momento alto no debate político que importa fazer a respeito das grandes pendências do Portugal troikado, e teve, ao inverso do que muitos levianamente alvitraram, intervenções surpreendentemente lúcidas. Mas cingindo-me ao que verdadeiramente interessa, este Congresso é resumível em dois aspectos complementares, que ajudam a perscrutar, com a clarividência exigível, o que irá seguir-se no tablado da política nacional nos meses vindouros: 1) a consolidação, a curto e a médio prazo, da liderança política de Paulo Portas, 2) a confirmação, também a curto e a médio prazo, de uma união mais estreita dos partidos da coligação. O primeiro ponto foi bastamente evidente para os militantes que marcaram presença no Espaço Inovação de Oliveira do Bairro, pois Paulo Portas saiu do Congresso com uma liderança reforçada, tendo um mandato politicamente bem definido na prossecução que ora se espera da agenda do partido no seio da coligação. Há, a este título, um apontamento que não posso deixar de fazer: continua a haver nos media a opinião zombeteira de que o CDS é um partido unipessoal, entregue, fanaticamente, a um só homem que põe e dispõe a seu bel-prazer das peças no tabuleiro partidário. Denegar esta zombaria leva, necessariamente, a que nós, militantes, tenhamos de adquirir elevadas doses de paciência. Mas a realidade é bem diferente, basta olhar para dois factos bem singelos: a existência de uma oposição partidária, liderada por Filipe Anacoreta Correia, que, sem qualquer obstáculo ou impedimento, disse de sua justiça no Congresso e nos media, assim como o facto de as grandes decisões do Congresso terem sido sujeitas a votação secreta, sem que ninguém fosse chantageado a votar em x ou y. Creio que para bom entendedor meia palavra basta, sendo que, no cômputo geral, ficou patente urbi et orbi o carácter eminentemente pluralístico do partido, com todas as vozes, integralmente todas, a serem auscultadas pelo grosso da militância. Em conclusão, ainda que seja estranho para certos comentadeiros, não há, que eu saiba, delinquentes ou inimigos internos no CDS. Já no que toca ao segundo ponto, compreendo e aceito a posição tomada pela liderança do partido no sentido de uma coligação com o PPD/PSD nas próximas eleições europeias. Há, a este respeito, uma análise política que importa não descurar, designadamente a que se prende com o facto de o pós-troika exigir uma união de esforços acrescida, em face das dificuldades políticas e económicas que se adivinham com um mais do que provável programa cautelar. Nesse sentido, um ensaio coligatório pré-eleitoral, já nas eleições europeias, tem, em rigor, toda a lógica deste mundo. Bem sei que para alguns militantes uma coligação pré-eleitoral tenderá a prejudicar o partido (a Alternativa e Responsabilidade bateu neste ponto, a meu ver, erradamente), mas a verdade é, por força das circunstâncias, necessariamente outra. Uma coligação nesse acto eleitoral será, em boa verdade, o método mais indicado para conclamar os dois partidos a uma apologia cuidada do trabalho político desenvolvido e a desenvolver futuramente no âmago da governação. O centro-direita português tem de compreender, de uma vez por todas, que a reforma do regime só fará sentido com um pacto político (eleitoral e não só) alargado, que ouse romper com o imobilismo amordaçante desta República desrepublicanizada. Sem isso, isto é, sem esse trabalho de sapa, político e eleitoral, de pouco valerão os esforços titânicos feitos pelo portugueses até ao momento. O CDS/PP tem, neste capítulo, um papel importantíssimo, não só pela legitimidade política e eleitoral concedida pelo povo português, mas, também, pela pertinência incontestável da tradição política de que é um herdeiro indisputado. Esperemos, portanto, que este Congresso tenha servido, na perfeição, de estopim a uma maior responsabilização dos agentes políticos da governação do país. Estou certíssimo de que com Paulo Portas ao leme este objectivo será plenamente alcançado.

publicado às 22:58

Da liberdade

por Samuel de Paiva Pires, em 07.03.13

Rui A., A minha liberdade é melhor que a tua:

 

«De tudo isto, tenho vindo a retirar algumas lições que gostaria de partilhar com os meus pacientes leitores. A primeira, é que o grande inimigo da liberdade é o fanatismo. Pelo fanatismo compreendo a falta de respeito pelo outro e a consequente exclusão dos que não pensam como nós. A segunda, de algum modo corolário da primeira conclusão, é que as sociedades humanas são, antes de tudo o mais, espaços de pluralidade, isto é, centros de convergência de opiniões contrárias. A terceira, em forma de conclusão, é a de que a verdadeira sociedade livre é aquela que se demonstra capaz de criar um espaço de convivência e de coabitação pacífica entre contrários, e não aquela que impõe um qualquer modelo de “liberdade”.»

publicado às 16:00






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