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Os motoristas de viaturas de transporte, sejam taxistas, motoristas de praça ou "Uberistas", são no essencial a mesma coisa, são os herdeiros do cocheiro, com uma pequena diferença: dispõem de mais cavalos.
Para quem é muito jovem, o Chaufeur de Táxi foi peça importante no desenvolvimento da sociedade urbana motorizada. Nas minhas memórias encontro vários Mercedes matateu, com varinas e peixe na bagageira, ardinas que recolhiam os seus jornais e madames a defenderem-se dos maus odores, com um lençinho embebido em água de colónia.
Durante as greves da CP e da TAP faziam corridas ao Porto e a Madrid. Alguns eram figuras típicas da cidade. Lembro-me em particular de um que trazia a mãe, já com mais de oitenta anos, sentada no lugar por trás do seu.
Os apaixonados e os enganados entravam no carro e exclamavam "dê umas voltas sem destino".
Com o correr do tempo, começaram a perder a vergonha dos longos silêncios para fazerem uma prelecção sobre política, segredos ou loucuras.
A verdade é que foram importantes e até na época do 25/4 eram uma das maiores barreiras ao barreirinhas Cunhal.
Entrevistar Cocheiros do século XXI e aproveitar a sua inexperiência para gerar um facto é tudo aquilo que um aprendiz de reportagem não devia fazer. Dá náuseas.
Como não dava votos, ou tiveram medo, os políticos andaram arredados do Relógio.
O primeiro ministro, satisfeito com o desviar de atenções da geringonça, empanturrava-se com uma chinesada e lá ia vendendo o que resta do país às fatias.
Por cá, este povo enjeitado, deixava-se enganar pelas televisões.
Ai a minha terra linda.
Vasco Pulido Valente, hoje no I
Tem razão no que diz, mas não concordo com a última frase. Por toda uma Europa onde a política está entregue, em larga medida, a nulidades haverá gente a tirar a mesma conclusão em relação às suas. Os italianos acharão que só em Itália é que Romano Prodi poderia ter sido político, os finlandeses que só na Finlândia é que uma Tarja Halonen poderia ser eleita presidente, e os franceses nem falar. Mas isso não é grave. O que é grave é concluir que só no Reino Unido é que Thatchers chegam ao poder. E mesmo isso foi há trinta anos.
O pretendente ao trono português, Duarte Pio de Bragança, defende que os políticos sejam responsabilizados por má gestão quando tenha havido má fé ou obtenção de benefícios e admite que a actual situação de Portugal deve ser alvo de análise.
"É preciso moralizar a classe política. Como em qualquer profissão ou actividade, os políticos devem ser responsabilizados", disse à Lusa Duarte Pio de Bragança.
"Não podem ser perdoadas as práticas de má gestão quando foram praticadas com má fé e para obter benefícios", sublinhou o chefe da casa real portuguesa, dando como exemplo "grandes fortunas que abençoaram inexplicavelmente famílias de alguns políticos".
Questionado sobre a possibilidade de ser aberto um inquérito parlamentar para apurar responsabilidades sobre a actual situação económica do país - como aconteceu na Irlanda - Duarte Pio admitiu ser necessário fazer uma análise.
"Quando uma situação corre mal, é necessário fazer uma análise para perceber o que aconteceu e para que não se repita no futuro. Esta situação não é diferente", concluiu.
A crise financeira já foi alvo de investigações em dois países europeus - Islândia e Irlanda - e nos Estados Unidos, sendo que o Reino Unido decidiu investigar também as respostas da própria Comissão Europeia à crise.