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Uma péssima notícia para a Europa que conhecemos desde 1949. A redução da presença norte-americana nos Açores significa antes de tudo, uma profunda modificação na prioridade de interesses dos EUA, cada vez mais preocupados com o Pacífico. Será esta a altura exacta para a diplomacia portuguesa proceder à viragem que há muito devia ter sido preparada, decididamente consultando o Brasil e outros países da CPLP? Esta pode ser uma oportunidade nada negligenciável.
"Mais uma vez se comemora uma data que deveria ser alvo de uma reflexão profunda, sem preconceitos. Por conveniência, designamos o evento como a Proclamação da Independência do Brasil, o que não faz sentido. O Brasil sempre foi independente, tendo inclusive sido elevado à condição de Reino em 1815. Na verdade, o que ocorreu foi uma secessão do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves."
Leia o texto completoo aqui.
"Nosso erro não está em buscar uma identidade. Está em três fontes de engano, nas quais bebemos compulsivamente há mais de um século. Primeira: revoltamo-nos sempre contra o dominador errado. Escravos da Inglaterra, continuávamos a nos bater contra o extinto domínio português. Intoxicados de francesismo, esforçávamo-nos por expelir de nosso ventre os últimos resíduos da herança portuguesa. E hoje, paralisados sob as patas do império mundial anglófono, encenamos ainda um ridículo Ersatz de rebeldia, não anti-anglo-saxônica e sim antilusitana, jogando bombas ideológicas contra a "língua dos dominadores", como se o FMI fosse presidido por Cândido de Figueiredo e a Gramática Metódica de Napoleão Mendes de Almeida fosse a Carta da ONU. Vista sob esse prisma, nossa pretensa busca de independência não é senão afetação e disfarce para encobrir nosso compulsivo puxa-saquismo, nossa incoercível devoção ao poder mais forte, nossa renitente hipnose de botocudos ante os prestígios internacionais do momento."
"Não fomos só nós que caímos na esparrela de abdicar de uma herança que nos pertence. Os portugueses, inferiorizados por não acompanhar pari passu o pensamento moderno, acabaram se esquecendo daqueles fantásticos filósofos de Coimbra, mestres de Leibniz, que em pleno século XVI já pensavam em economia de mercado e física probabilística, saltando três séculos sobre a ilusão mecanicista cujo prestígio, tão invejado pelos ìluministas lusos, só fez atrasar o desenvolvimento das ciências e inspirar, na política, os frutos mais letais do estatismo centralizador. Até hoje Portugal, como um príncipe bêbado que se imaginasse mendigo, atribui suas desventuras ao fato de não ter tido seu Voltaire ou seu Rousseau, quando seu único erro foi o de esquecer-se de si, o de não conseguir olhar seu próprio passado senão no espelho enganoso da modernidade alheia.
Por ironia, justamente nisso continuamos imitando servilmente Portugal. Iludidos pelo dogma de que o presente abrange todo o passado — quando por definição nenhum conjunto de fatos esgota o possível —, recusamo-nos a receber o legado das grandes épocas e continuamos mendigando às portas da mediocridade européia (e americana) atual. Barramos assim nosso acesso a uma verdadeira universalidade e continuamos nos agitando em vão na falsa alternativa cíclica do estrangeirismo e do localismo, ora em formato puro, ora ressurgida sob o disfarce do elitismo e do populismo."
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Com uma crise política, social, financeira e com os juros a subir a alturas estratosféricas e os ratings da especulação a caírem para o patamar do lixo de sarjeta, será difícil convencermos qualquer investidor.
A sugestão que a Presidente Dilma Roussef deixou, foi a de uma aparente escusa, apoiando-se na salutar política do Banco do Brasil que apenas investe em dívidas "classificadas de AAA". Em poucas palavras parece zelar pelos interesses do seu país, coisa que para quase todos os agentes políticos de Lisboa, é coisa tão estranha como a existência de marcianos na Terra.
As relações entre Portugal e o Brasil, devem ser muito mais profundas que aquelas existentes com outros Estados, especialmente aqueles que connosco compartilham a península europeia. Os governos, esteja quem estiver no seu comando, devem facilitar a circulação de todo o tipo de bens e de nacionais de ambos os países. Mais ainda, urge estender a cooperação às esferas da educação - a existência de mais de 1000 estudantes brasileiros na Universidade de Coimbra, deve significar algo -, da ciência e assuntos da Defesa, assim como ao delineamento de programas conjuntos em todos os países pertencentes à CPLP, onde o peso brasileiro ainda se encontra muito aquém das possibilidades. O Brasil sugere pedir garantias para avalizar a compra de dívida soberana portuguesa e sabemos o que isso significa: activos que ainda possam ser encontrados em empresas como a TAP ou a GALP, por exemplo. Pouco mais existirá e assim sendo, há que estudar outros cenários, tirando pleno proveito da situação geográfica portuguesa e do imenso património cultural espalhado pelo mundo.
A ousadia foi durante algum tempo uma característica fundamental dos portugueses, fossem estes os defensores da raia face a uma Espanha tentacular, ou aqueles que tomando o sertão, alargaram o espaço que Tordesilhas lhes concedera na América do Sul. Bastará olhar o mapa do Brasil e esta é uma inegável evidência.
Chegou o tempo de irmos mais longe e recuperar alguns dos projectos de um futuro que a ignorância, preconceito e estupidez de alguns não deixaram vingar. Se pesquisarem acerca da verdadeira razão da intenção de D. Carlos I em visitar o Brasil em 1808, poderão ter uma ideia acerca do que era possível realizar-se, com bastos proventos para as duas margens do Atlântico. Se quiserem ir ainda mais longe, poderão até reconfigurar a hipótese de União gizada em 1815. A "Europa" poderá então barafustar como bem entender.
Que o Brasil não se fique por compras de dívidas ou de duas ou três empresas. Sugira ou exija mais, substituindo a Europa - a Alemanha - na imposição da estratégia. O Portugal do futuro agradecerá, pois este é o único caminho que interessa seguir.
Não sabemos é se os brasileiros ainda estarão interessados.
Esquecendo as idiotias debitadas pelas luminárias dos séculos XIX e XX, D. João VI bem pode ser a referência neste momento de todos os perigos. O Financial Times sugere a a união de Portugal com o Brasil, numa reedição daquilo que o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves pretendeu ser.
"A antiga colónia tem algo a oferecer, mesmo para além da diminuição dos ‘spreads' de crédito e, proporcionalmente, défices e contas correntes governamentais muito mais baixos. O Brasil é um dos BRIC, o centro emergente do poder mundial. Isto soa melhor lar que uma cansada e velha União Europeia", escreve o FT, numa alusão aos avanços e recuos do Velho Continente em lidar com a crise de dívida soberana.
Além disso referem que a UE considera Portugal problemático: "sem governo, elevada resistência à austeridade e crónico desempenho económico".
Uma sugestão bastas vezes aqui feita.
Não conheço a deputada Cidinha Campos do PDT brasileiro. O que tenho a certeza, é da falta que nos faz uma voz destas no Palácio de S. Bento. Ao abrigo do estipulado pelo ordenamento institucional que criou Portugal, Brasil e Algarves, bem podíamos requisitá-la para algumas sessões parlamentares. Experimentem mudar alguns nomes e os artigos dos códigos... Sucesso garantido e enorme popularidade entre os portugueses. Video obtido via Pedro Quartin Graça, no Corta-Fitas.