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Sei que faz parte da matriz cultural portuguesa a progressão na carreira ao fim de certos anos de serviço e a passagem administrativa de mero funcionário a quadro da entidade em causa, e, que para todos os efeitos, o desempenho pode ser um mero factor secundário - o que conta é que se apresentou no emprego e não teve muitos dias de baixa médica. Ou seja, nem é preciso ser bom naquilo que se faz. É preciso é aparecer e ocupar o gabinete. Já devem ter percebido do que falo. Onde está escrito que o Presidente da República é obrigado a condecorar um Primeiro-Ministro? Mesmo que pareça uma tradição ou seja um costume, o direito discricionário deve prevalecer - a medalha não deve ser atribuída de um modo burocrático. Se vamos pelo caminho do choradinho - "aquele menino recebeu um chupa-chupa e eu também quero" - estaremos de facto a nivelar tudo e todos de acordo com a mesma bitola baixa. Se assim fosse, atribuir-se-ia a distinção logo na tomada de posse, no momento inaugural, no dia da vitória eleitoral, no primeiro visionamento da ecografia política. Quem sabe ao certo qual o tempo de gestação das decorações? Se a medalha for como o vinho do Porto, então talvez valha a pena esperar uns bons 50 anos para brindar. Talvez seja boa ideia pensar uns segundos sobre a matéria.