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Gabriela Canavilhas "rosnou" contra Manuel Maria Carrilho dizendo “Que morra para a vida pública quem agrida e maltrate a mulher”, sugerindo a sua expulsão do PS, por Carrilho ter ele próprio sugerido a expulsão de José Sócrates do seu partido.
Compreende-se a indignação de Gabriela Canavilhas: existe a presunção de inocência e Sócrates não foi ainda julgado nem condenado pela justiça, algo que Manuel Maria Carrilho deveria perceber muito bem porque também ele próprio não foi ainda julgado nem condenado pela justiça, algo que Canavilhas deveria perceber muito bem antes de condenar Carrilho, algo que Carrilho deveria perceber muito bem antes de condenar Sócrates. Já agora, será que alguém do PS pode arrotar esta questão da presunção de inocência ao ouvido da Isabel Moreira? Um caso bicudo, este.
Se fosse no Reino Unido ou nos EUA nenhuma pedra ficaria por revirar. E haveria condenações. Aqui têm uma pequena lista de condenações de políticos na terra do Uncle Sam. O aparato de jornalistas seria 10 vezes mais sensacionalista e muito, mas muito mais implacável. Queriam uma Democracia? Então, aqui a têm. Tudo o resto é pose de pseudo-intelectuais com mania de que vivem num país civilizado, superior no trato - ofendidos pelos jornalistas e os directos a partir de aeroportos e garagens. Falamos de corrupção. Falamos de danos causados à nação. Falamos de malandros que concebem esquemas para fintar a justiça e continuar a bailar. Mas também não podemos esquecer aqueles que invocam a presunção de inocência - os espectadores-cidadãos. E eu pergunto: porque o fazem? Invocam essa premissa porque pode dar jeito. Porque pode ser que consigam fintar os outros. Pode ser que ainda consigam ser mais chico do que os outros que são espertos. Estou a ser duro? Não me parece. Perguntem a Sócrates que teve a sorte de aterrar na Portela.