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António Costa com nada na mão

por John Wolf, em 02.12.15

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Já percebemos que a apresentação do alegado programa de governo não está a acontecer na Assembleia da República. Esse tempo de antena, que pertence aos portugueses, está a ser roubado para a negociação dos acordos que faltam ao PS, o BE e o PCP. Em suma, não existe nada. Nem acordos, nem programa de governo. Discutem o passado e lançam as bases para justificar o falhanço da legislatura - quer esta dure 6 meses quer esta sobreviva ano e meio. Portugal fica para depois. Enfim, estamos a assistir a uma aula de história política contemporânea. Dispensável.

publicado às 17:00

Um belíssimo discurso de Paulo Portas

por Samuel de Paiva Pires, em 10.11.15

 

publicado às 13:35

Fisting político de António Costa

por John Wolf, em 10.11.15

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Portugal vive, hoje, mais um dia histórico. Alguns pressupostos do funcionamento do sistema político caem por terra. A força política que ganhou as eleições será derrotada no parlamento, apesar de ter ganho nas legislativas. E esse facto abre um precedente interessante. No futuro deixará de ter importância vencer eleições legislativas - o mérito eleitoral será um assunto dispensável. Contudo, a maioria dos menores não significa necessariamente que o Presidente da República emposse um governo resultante desse arranjo. Um governo de gestão não seria o fim do mundo. A Bélgica teve um durante dois anos e registou crescimento económico assinalável. Um governo de iniciativa presidencial parece estar fora de questão, porque qualquer que seja o seu programa irá esbarrar com a censura e a rejeição da maioria do parlamento. Se António Costa vier a ser primeiro-ministro, como tudo aparece apontar, terá de lidar com as mesmas condicionantes que afectaram os movimentos de Portugal. À entrada para a reunião do Eurogrupo, Schäuble e Dijsselbloem disseram que Portugal «vai continuar no bom caminho». Por outras palavras, não permitirão extravagâncias a Costa e seus colaboradores. Ou seja, de uma perspectiva externa nada pode mudar. Catarina vai ter de se dobrar, e mesmo assim nunca estará à altura do ministro das finanças alemão. Os socialistas já produzem afirmações como se o país fosse integralmente soberano, como se não fizesse parte da União Europeia e como se não existisse um diktat da Troika. Todas as premissas de libertação do jugo da Austeridade são falsas. Registamos, deste modo, elementos de desconexão com a realidade. Os próximos seis meses serão de tumulto governativo, de fissuras entre o Partido Socialista e os subalternos acomodados do Partido Comunista Português e do Bloco de Esquerda. A "nova oposição" deve, na minha opinião, ficar quietinha, nada fazer. As contradições de um menage político a trois falarão por si. Não faz parte da matriz cultural e ideológica da Esquerda ceder ad eternum no que diz respeito às suas premissas identitárias - hão-de querer voltar às suas casas. Os acordos de incidência comprados por António Costa são na sua essência a perfeita expressão do mercado que tanto abominam - houve manipulação, existe um cartel e confirmamos dumping ideológico. Ao que parece, António Costa terá feito uma proposta irrecusável aos partidos do barco de governação, mas não tarda nada irá meter água. A canoa está carregada com promessas obesas, passageiros do irrealismo que Portugal deveria deitar borda fora. Esperemos que não tenham sido quatro anos em vão.

publicado às 08:56

A Esquerda é a melhor amiga dos bancos

por John Wolf, em 05.11.15

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Nunca o mercado de trabalho esteve tão agitado. De um lado temos quem procure emprego a todo o custo. Pelo menos três candidatos não passaram na primeira fase de selecção e agora insurgem-se contra o examinador, mas não declaram que queiram repetir a prova - não vale a pena, não estão preparados. Esses discentes tentam agora, em conluio, ser seleccionados. Juntos dizem ser capazes de responder às perguntas do teste. Foram às entrevistas preliminares e agora vão montar um arraial na sala de aula. Juntos passam, dizem eles. Juntos têm a inteligência necessária. Somados são um Q.I. impressionante. Mas isso não chega e nem se entendem a rabiscar umas cábulas. E fica provado que os dotes e as faculdades matemáticas não são suficientes para se ser intelectualmente honesto. O governo de coligação sabe que não pode prometer o que o Partido Socialista e os seus amigos de Alex andam a jurar a pés juntos. A pergunta que deve ser colocada aos Portugueses: preferem a realidade dura e crua da necessidade de continuar a fazer um esforço em nome da salvação nacional, ou preferem um (des)conto de fadas polvilhado com fantasias de carteira recheada? Parece-me a mim que a época da fé cega acabou. O sacrifício dos cidadãos deste país não deve ser desbaratado. Se analisarmos com atenção as implicações monetárias do sonho da liga de Esquerda, facilmente chegamos à conclusão que quem tem mais a lucrar com a "ficção monetária" são os bancos, as mesmas instituições financeiras que estão na génese do descalabro económico e financeiro da Europa dos nossos tempos. As mãos largas dos socialistas e das suas filiais significa que será no mercado aberto dos "empréstimos a prazo" que se irão financiar para dar a volta ao texto e ganhar a simpatia dos portugueses. Não há nada de ideológico nesta conta de merceeiro. Se a casa não tem dinheiro em caixa, terá, indubitavelmente, de pedir a quem tenha. As taxas de juro, que têm sido ignoradas durante este período de "nem há acordo nem a gente almoça", voltarão à carga negativa da sua expressão assim que o golpe palaciano for levado a cabo por António Costa e os seus novos camaradas. Quando isso acontecer quero ver como justificam a sua tese moral, a sua matriz de partido que entende os anseios da população. Nada disto pode ser convertido em fichas de interrupção voluntária da gravidez e outros fait-diver fora de época. Temo por Portugal. O esforço hercúleo corre o risco de se esvair por uma albufeira qualquer.

publicado às 19:39

António Costa e leite político

por John Wolf, em 22.04.15

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António Costa e a sua troupe de iluminados, escreve, disserta, aconselha, declama, afirma, mas não tem noção do mundo real em que vivemos. Este é o evento que irá determinar a sorte de cada um. A ideologia, o populismo, a demagogia, a expressão absolutista da sua campanha, não servem de nada no mundo de realpolitik, hardcore. De acordo com Centeno e companhia será tudo às centenas, aos milhares, aos milhões - e isso faz lembrar outros números -, o 44 (por exemplo).Com o circo que se está a montar, Portugal pode vir a ficar em ainda maiores apuros se escorregar nas falácias lançadas em pré-programas eleitorais. Existe uma expressão em inglês que serve para ilustrar o grau de ingenuidade: they won´t even know what hit them when it hits them. O que eles querem sabemos nós: mama. Mas têm de levar um aperto para provar que são capazes. Este é o momento para espremer as promessas gloriosas daqueles que dizem abater as vacas magras.

publicado às 09:25

É preciso mentir para ganhar eleições

por Samuel de Paiva Pires, em 13.03.13

O Primeiro-Ministro acaba de afirmar na Assembleia da República, em resposta a uma interpelação de Jerónimo de Sousa, que não conhece, e este último também não conhecerá, qualquer governo, de esquerda ou de direita, que se proponha ter como programa político uma política de recessão e destruição da economia. Isto significa, logicamente, que Passos Coelho fez uma campanha eleitoral em que deliberadamente prometeu fazer tudo o contrário do que já sabia que iria fazer, o que por sua vez quer dizer que não foi apanhado desprevenido pelas circunstâncias que encontrou quando o Governo tomou posse, e que estas não servem de desculpa para a inversão total da política prosseguida pelo governo em relação ao prometido em campanha eleitoral. Significa, portanto, que Passos Coelho é partidário de um certo maquiavelismo que nos diz que é preciso mentir para ganhar eleições. É pena. Agradecemos o esclarecimento, senhor Primeiro-Ministro, embora o lamentemos.

publicado às 15:53

Papel couché

por Samuel de Paiva Pires, em 19.02.12

Alberto Gonçalves, A Comédia Grega:

 

«Para os que se queixam de uma classe política semiletrada, consola saber que um governante gastou uma pequena fortuna em livros. Infelizmente, o governante em causa é o ministro Miguel Relvas, a pequena fortuna é dos contribuintes e os livros são uma edição luxuosa do programa do Governo. Ao que consta, o dr. Relvas aplicou 12 mil euros removidos aos nossos impostos numa encomenda, por oportuno ajuste directo, de cem exemplares da referida obra, impressa a cores em papel couché, encadernada com uma ilustração em alto-relevo e intitulada Compromisso para Uma Nação Forte.

 

Segundo ouvi, a coisa destina-se unicamente aos membros do Executivo, o que significa que ou estes vaguearam até agora sem uma cópia do próprio programa ou se acham indignos de trabalhar a partir de fotocópias pelintras. Em qualquer dos casos, é algo injusto que milhões de cidadãos tenham de financiar a prenda de uns privilegiados. A injustiça atenua-se um bocadinho quando se conhece o conteúdo daquilo. À semelhança do proverbial Livro, o livrinho é de autoria incerta, provavelmente porque, ao contrário do Livro, o livrinho envergonha quem o escreveu.

 

Não sendo novidade nos textos do género, e por acaso revelando melhorias face aos predecessores, é sempre deprimente constatar que os indivíduos nomeados para mandar no país não conseguem produzir, ou conseguir quem produza, umas dúzias de páginas em português decente. No momento da respectiva apresentação, enumerei aqui os tiques, os estrangeirismos, os disparates, as parolices e os puros erros que abrilhantam o documento. Em benefício da sanidade universal, não tenciono repetir a proeza.

 

Desgraçadamente, o Governo repete proezas típicas dos governos anteriores, sobretudo na jovialidade com que dispõe do nosso dinheiro. Claro que os 120 euros de cada Compromisso para Uma Nação Forte não pesam nas contas públicas e valem somente enquanto princípio, mas a soma de tão edificantes princípios costuma redundar num triste fim.»

publicado às 16:58






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