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O nosso Eduardo F., no seu Espectador Interessado - A conversa da treta da auto-suficiência alimentar:
«O que é importante para o bem-estar dos portugueses, leia-se, de cada português, de cada cidadão, não resulta da auto-suficiência no produto "A" ou "B" adentro de um determinado perímetro (o país, o estado, a província, etc). O bem-estar consegue-se, sim, através do fácil acesso aos produtos que se deseja consumir aos melhores preços para as qualidades pretendidas, tenham eles a proveniência que tiverem. O resto é conversa, no mínimo salazarenta, e, mais propriamente, própria de fascistas e totalitários de todas as matizes como um conhecimento mínimo de História o atesta.»
«Sofremos a intolerável concorrência de um rival estrangeiro que beneficia, ao que parece, de condições tão superiores às nossas, para a produção de luz, que dela inunda o nosso mercado nacional a um preço fabulosamente baixo; pois, assim que ele surge, a nossa venda cessa, todos os consumidores se lhe dirigem, e um ramo da indústria francesa, cujas ramificações são inumeráveis, é subitamente atingido pela mais completa estagnação. Este rival, que não é senão o sol, faz-nos uma guerra tão encarniçada, que suspeitamos ser incitado pela pérfida Albion (boa diplomacia nos tempos que correm!), tanto mais que tem por essa ilha orgulhosa uma deferência que se dispensa de ter para connosco.Pedimo-vos pois a gentileza de criardes uma lei que ordene o encerramento de todas as janelas, lucernas, frestas, gelosias, portadas, cortinas, postigos, olhos-de-boi, estores, numa palavra, de todas as aberturas, buracos, fendas e fissuras pelas quais a luz do sol tem o costume de penetrar nas casas, para prejuízo das boas indústrias de que nos orgulhamos de ter dotado o país, que não poderia sem ingratidão abandonar-nos hoje a uma luta tão desigual.»
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Leitura complementar: France Fines Google: Is Atlas Shrugging?