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I'll take the Jag

por João Quaresma, em 28.11.12

 

Pedro Arroja, no sempre interessante Portugal Contemporâneo:

 

«Pelo meio da manhã de hoje, eu estava a dizer que o pensamento protestante é meio-aldrabão, senão mesmo, às vezes, aldrabão inteiro. Foi quando recebi um telefonema do Joaquim, ao mesmo tempo que ele colocava um post no PC para me ajudar nesta tese. Naturalmente que a aldrabice, na esmagadora maioria das vezes, não é intencional por parte de quem a profere. Trata-se de uma questão cultural.

Fartámo-nos de rir ao telefone. O Joaquim vinha dizer-me que eu estava muito próximo da verdade quanto ao pensamento protestante ser mentiroso, e depois imaginámo-nos a confrontar a Troika. Eles, com aquele ar muito sério típico do protestantismo a dizerem-nos: "O principal problema do vosso país é o défice orçamental e portanto têm de reduzir a despesa pública aqui, ali e acolá, e aumentar este imposto, e mais aquele e ainda aqueloutro...".

E, depois de os ouvirmos em silêncio, chegada a altura de sermos nós a falar, eu e o Joaquim a rirmo-nos a bandeiras despregadas e a dizer-lhes: "Isso é tudo mentira...vocês são uns aldrabões... o nosso principal problema não é nada o défice orçamental, mas o défice externo ... a solução prioritária não é nada o aumento dos impostos, mas o aumento das exportações, não é a redução da despesa pública, mas a redução das importações. Portanto, se vocês, ou quem vos manda aqui, querem continuar a vender BMW's para cá vão ter de montar cá uma fábrica, ou então a gente compra Jaguares aos ingleses..."»

publicado às 01:41

Contra o sempiterno proteccionismo

por Samuel de Paiva Pires, em 18.04.12

O nosso Eduardo F., no seu Espectador Interessado - A conversa da treta da auto-suficiência alimentar:

 

«O que é importante para o bem-estar dos portugueses, leia-se, de cada português, de cada cidadão, não resulta da auto-suficiência no produto "A" ou "B" adentro de um determinado perímetro (o país, o estado, a província, etc). O bem-estar consegue-se, sim, através do fácil acesso aos produtos que se deseja consumir aos melhores preços para as qualidades pretendidas, tenham eles a proveniência que tiverem. O resto é conversa, no mínimo salazarenta, e, mais propriamente, própria de fascistas e totalitários de todas as matizes como um conhecimento mínimo de História o atesta.»

publicado às 03:54

Via Coyote e Cato, fiquei a saber que a filial francesa da Google foi condenada em tribunal (em primeira instância) por, supostamente, ter "abusado da sua posição dominante" ao oferecer, de borla, o serviço de mapas conhecido por Google Maps. A entidade queixosa é uma empresa francesa, uma tal Bottin Cartographes que, pretendendo obter uma contrapartida monetária da disponibilização de um outro serviço de web mapping, se acha vítima de concorrência "desleal"! Esta particular história ainda não acabou (a Google recorreu da sentença) mas a argumentação da autora da acção é já muito velha. Tão velha que já Frédéric Bastiat lhe dedicou expressamente um capítulo no seu elenco de sofismas económicos: uma sátira intitulada A petição dos fabricantes de velas, candelabros, lanternas, etc. Vale a pena lê-la na íntegra mas não resisto a transcrever a seguinte passagem que bem ilustra o ridículo do costumeiro arrazoado argumentadeiro e como tudo sempre acaba por se resumir à tentativa de influenciar o poder do Estado em favor dos "peticionários", dos lobbys, dos grupos de pressão, dos corruptores do poder:
«Sofremos a intolerável concorrência de um rival estrangeiro que beneficia, ao que parece, de condições tão superiores às nossas, para a produção de luz, que dela inunda o nosso mercado nacional a um preço fabulosamente baixo; pois, assim que ele surge, a nossa venda cessa, todos os consumidores se lhe dirigem, e um ramo da indústria francesa, cujas ramificações são inumeráveis, é subitamente atingido pela mais completa estagnação. Este rival, que não é senão o sol, faz-nos uma guerra tão encarniçada, que suspeitamos ser incitado pela pérfida Albion (boa diplomacia nos tempos que correm!), tanto mais que tem por essa ilha orgulhosa uma deferência que se dispensa de ter para connosco.

 

Pedimo-vos pois a gentileza de criardes uma lei que ordene o encerramento de todas as janelas, lucernas, frestas, gelosias, portadas, cortinas, postigos, olhos-de-boi, estores, numa palavra, de todas as aberturas, buracos, fendas e fissuras pelas quais a luz do sol tem o costume de penetrar nas casas, para prejuízo das boas indústrias de que nos orgulhamos de ter dotado o país, que não poderia sem ingratidão abandonar-nos hoje a uma luta tão desigual.»
Já poucos se recordarão, mas foi o que ficou conhecido como "a guerra dos browsers" que quase levou à destruição da Microsoft - e de Bill Gates - durante o segundo mandato da administração Clinton. O "crime" da Microsoft? Atrever-se a oferecer, de borla, o seu browser integrado no sistema operativo Windows quando outros, como a Netscape, pretendiam ganhar dinheiro vendendo o seu próprio browser.

 

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Leitura complementar: France Fines Google: Is Atlas Shrugging?

publicado às 19:29






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