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Que se lixe a queda na bolsa das acções do Banco Espírito Santo (BES). O mais grave de tudo isto tem a ver com um valor intangível: a confiança. Por causa de salafrários como Ricardo Salgado, Jardim Gonçalves, José Sócrates ou Vale e Azevedo, para nomear apenas alguns de um imenso caldeirão de bandidos, o país inteiro passou a estar sob suspeita. A cada 24 horas que passa nasce mais uma extensão de uma longa novela de prevaricação. Acordamos, e mais três são implicados. Um deles, o delfim-genro de Ernâni Lopes, de seu nome Joaquim Goes (melhor aluno da Universidade Católica, segundo consta). Por causa destes sujeitos, já nem confiamos na Dona Ercília da Mercearia do bairro - "O pão é de hoje? É sim senhor. Acabadinho de chegar na Sexta-feira passada". Para além de todos os processos judiciais que possam decorrer da investigação às actividades financeiras destes indivíduos e dos grémios que os viram nascer, o povo português deveria levá-los à barra dos tribunais por danos morais e psicológicos causados. Deixamos de confiar. Qualquer coisa que mexa ficamos logo em sobressalto - de pé atrás. Começamos (ou continuamos) a ter dúvidas sobre as grandes instituições financeiras e os seus timoneiros, mas também a vacilar em relação à oficina de reparação da viatura e a conta apresentada, ou por causa da extensa lista de medicamentos inscritos na receita do dermatologista lá da seguradora. O português tem motivos para desconfiar. O cidadão nacional tem razões para olhar sobre os seus ombros. O povo, por estas razões todas, tem a obrigação de escrutinar os políticos, de espremê-los até ao tutano. Se não o fizer, a porta ficará aberta para ainda maiores desgraças. Entretanto, esta estória, para além de mal contada, está longe do seu desfecho.