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Gostei imenso de escutar os socialistas de Portugal congratular os seus camaradas gregos pela estrondosa vitória do Pasok. Fiquei comovido com as repetidas menções de António Costa ao sucesso doutrinário dos irmãos helénicos. Bravo. Pois é. Isto não está nada fácil. Emular Tsipras é quase tão difícil como repetir os feitos históricos ou contemporâneos de Mário Soares. Como é que vai ser? O Syriza é um pot-pourri, uma salada russa com ingredientes para todos os gostos, da Esquerda radical à Direita abominável. António Costa, se pretende seguir o guião do jovem che guevarista, tem de se mexer. Mas haja esperança. Pode sempre aproveitar a dinâmica da FLS (Frente de Libertação de Sócrates), encostar-se ao Partido dos Animais, afagar o pêlo aos Verdes e radicalizar o seu discurso inspirando-se nas estrofes bolivarianas. A nova fórmula trans-ideológica de Tsipras parace ter funcionado na perfeição num país movido a gás de vendetta à Austeridade. Vamos ver como elas caem. Se a demagogia inflamada do Syriza é rapidamente convertida em epístola de cumpridor europeu - bom menino merkeliano. Festejam à vontade a pujança dos gregos. Aproveitem bem. Porque se a reestruturação for alcançada, quem pagará a factura alheia serão os restantes cidadãos da União Europeia. Será que os portugueses desejam pagar a caução pedida pela Grécia? Enquanto decidem, façam-se à estrada com o rancho folcórico de Évora e mandem umas bocas sobre justiça social e democracias sulistas. Como disse António Costa, sem o desejar, existem alternativas ao próprio Partido Socialista. Apreciei o seu feira-play, a sua capacidade de colocar os interesses de Portugal à frente da Câmara Municipal de Lisboa.