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Boa tarde a todos.
O Estado assumiu dívidas, ainda por cima sobre alegados ilícitos, a dois privados - Duarte Lima e Vitor Baía - no valor de vários milhares de prestações do IMI. Trata-se do mesmo Estado que não fechou fundações nem observatórios e que rebenta com valores incomensuráveis todos os dias, para manter a farsa democrática em Portugal.
De um lado há gente sinistra que, fazendo o PS parecer um partido de direita, defende boçalmente que se transforme o país numa Venezuela, ou pior, num território anarca onde impere, sobretudo, o charro e a expropriação. Estes são a ralé arvorada em paladina do bem comum.
Do outro há gente destra na argumentação e no exercício do intelecto, mas cuja altivez impede de olhar com pragmatismo e humildade para o que tem de ser feito do estado e do Estado em Portugal. Estes são os meninos copo-de-leite a quem foi dada uma almofada que não querem arriscar ainda que seja a troco do verdadeiro bem comum, que seria por arrasto o seu.
Entretanto, Arménio Carlos, o truculento taumaturgo, continua a conjurar sortilégios tão desajustados do que é clinicamente aceitável que já nem sei como comentá-los.
E pronto, agora vou trabalhar. Logo volto.
Tenho para mim que só as instituições em acentuada degenerescência se agarram a um suposto passado glorioso para, através de processos de socialização dos seus membros, incutirem nestes a ideia de um alegado elitismo ou supremacia sobre outras congéneres. Quem aos sete ventos clama incessantemente determinados princípios e valores é, normalmente, quem mais os viola. E ou o sabe e fá-lo deliberadamente, julgando que consegue enganar todos os outros, ou acredita convictamente no que diz e torna-se, como referia Schumpeter, fatal à própria instituição.
E quando diariamente se assiste à dormência dos próprios membros da instituição, muitos deles calados porque não são livres, porque são servos e dependentes (no seguimento do que me vai ocupar por estes dias), outros acreditando nos amanhãs que cantam das personalizações do poder, o que haverá a fazer contra o agrilhoar das verdadeiras tradições fundacionais dessa instituição?
Talvez porque, também eu, não sou verdadeiramente livre para exprimir e concretizar em termos práticos o que acima escrevo, vai grassando uma revolta interna que consome e desgasta. Este país não é, decididamente, para quem quer dedicar-se à academia ou à política na sua acepção mais nobre. E muito menos para homens livres. Porque se como dizia Pessoa, "O Estado está acima do cidadão, mas o Homem está acima do Estado", então, de mim digo e digo-o a todos aqueles que sabem do que falo: já não somos Homens. Somos ratos liderados por ratazanas.