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Aproveitem bem. Pode ser um dos últimos fins de semana normais. Ide ao "coma como um bruto no piquenique do Continente" lá para os lados do Parque do Eduardo o sétimo, ou estiquem a banha toda na Praia da Caparica e vejam a bola logo à tarde. Está tudo bem - uma maravilha. Dia 5 de Julho veremos como é que elas são: se o povo grego tem amor à camisola do Euro e está disposto a aguentar com ainda mais Austeridade e a libertar Tsipras do ónus do desastre (o homem lava as mãozinhas com muita arte, e dizem que tem andado a ler o Príncipe de Maquíavel, enquanto Varoufakis revê Schelling). A Catarina Martins e a Esquerda, ilustradas por poetas e pragmáticos, pode voltar a tatuar no antebraço a estrofe: o povo é quem mais ordena. Teremos a expressão plena de Democracia na sua terra Natal. Hitler também foi eleito democraticamente, mas isso fica para depois dos estilhaços do Syriza serem varridos do Syntagma e aparecerem outros totalistas. O povo grego já foi exposto ao medo, mas ainda pode experimentar o terror. No dia 5 de Julho serão as massas a definir a relação de forças de um enredo intransigente: com ou sem Euros, com ou sem bailouts, com ou sem extensões, com ou sem perdões de dívida, com ou sem Austeridade, a odisseia grega não será editada, convertida em romance épico. Para todos os efeitos, os europeus encontram-se entre a espada e as espaldas aventuristas daqueles que prometem não arredar pé do sacrifício de um povo. Os rituais de autoflagelação, são isso mesmo, prerrogativas daqueles que juram ter o direito de esfolar o seu próprio gato. Tsipras também dirá que o seu povo está bem e "que só queimou um bocadinho o pêlo".