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A ética do estado mínimo.

por Regina da Cruz, em 11.12.12

Portugal é desinteressante: a justiça não funciona, a legislação muda constantemente, a burocracia para além de cara (muito cara!) atrasa a tomada de decisões nas empresas e claro, os impostos são elevadíssimos, os custos que o estado social acrescenta ao trabalho tornam Portugal não-competitivo e as intromissões constantes do Estado (muito para além do razoável) em assuntos do foro estritamente privado das empresas e do seu funcionamento, atiram Portugal para a posição de vulnerabilidade nos diferentes rankings de liberdade económica e de desenvolvimento humano. Há de facto países bem mais interessantes onde fazer negócio e criar empregos.

A cleptocracia engravatada que se instalou entre nós – políticos, crony-capitalists e rentistas em geral - roubou-nos a liberdade e a criatividade, amordaçou-nos com normas e regras incompreensíveis, intoxicou-nos de ideologia barata, fez-nos reféns das suas exigências. Estes senhores que a democracia valida, apreciam dinheiro mas não querem trabalhar dignamente para o obter: preferem taxar pela via coerciva, pois para além de ser um mecanismo rápido e automático é também muito discreto e altamente eficaz.

Esta gente que nos entra pelos televisores com sorrisos de circunstância, com falso ar de dignidade e aquela simpatia amarela, a posar enfileirados para fotos de cimeiras e de reuniões nas quais congeminam o próximo grande plano para perpetuar a sua vivência inútil à nossa conta, julgarão eles que ainda não topamos a jogada? Para a maioria dos povos europeus é muito claro: a eurocracia de colarinho branco depende do nosso dinheiro para ter um ordenado que sustente o seu sumptuoso estilo de vida.


A esta classe de políticos não lhes reconheço legitimidade moral para ditarem a forma como eu devo viver, para ditarem as escolhas que devo fazer e não me recordo sequer de ter escrito alguma procuração para virem servir-se, por exemplo, do meu ordenado antes mesmo de eu o receber. O abuso de poder e confiança é tanto, que o meu salário quando chega à conta bancária está reduzido a metade! A metade! O estado tem a pouca vergonha de ir junto da minha empresa receber por mim, retirando uma choruda maquia, só depois me permitindo receber a parte restante. Isto admite-se?! E a Constituição não me defende? De que serve uma Constituição que permite um abuso destes?!

E já que estou em maré de perguntar, para onde vai afinal o meu dinheiro?


Faço um apelo à classe política, em especial à portuguesa: se forem verdadeiras as vossas intenções para com o povo português, se estão mesmo empenhados em recuperar a honra e dignidade da classe e do país, se é verdadeiro o compromisso que assumiram de mudar Portugal, apelo-vos que trabalhem pelo salário mínimo. E nem me venham dizer que, com o salário mínimo ficam mais expostos à corrupção porque um argumento desta natureza só vos expõe ao ridículo e demostra a vossa fragilidade moral. É-se imune à corrupção na medida directa da força dos padrões éticos e sentido de dever que adoptamos para a nossa vida, na medida directa da grandeza de carácter e não pelo salário que auferimos - a ética não se compra nem se vende.

 

"Trabalhem" pelo salário mínimo e deixem-me ficar com o meu salário por inteiro pois tenho uma casa para pagar e uma família para começar. E já agora, trabalhem pelo salário mínimo também pelas empresas: deixem-nas ficar com o resultado da sua boa gestão e com o lucro das suas vendas de modo a que se torne interessante investir em Portugal.

publicado às 16:03






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