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Miguel Relvas é o Little Boy da sanidade mental dos últimos lúcidos à face da terra. Só as baratas resistem ao seu efeito destrutivo. Há momentos em que ter uma carapaça queratinosa vale mais que ser dotado de inteligência.
Vem isto a propósito de uma intervenção com que nos brindou há cerca de 8 dias. Relembremos, portanto. Criticava ele, nessa incubadora de ministros que é a Universidade da JSD de Lisboa (instituição na qual Little Boy tirou parte do curso, como sabemos) que há políticos que só falam ao fim de semana. Eu partilho da indignação e acrescento: e ainda assim falam demais! Podiam ter um pouco de vergonha e manter a boca fechada não só durante a semana mas sobretudo, e por todos os meios possíveis, deviam evitar abri-la em público ao fim de semana. Poupem-nos pelo menos nos dias de descanso, pode ser? Ouvi-lo falar faz ferver os azeites! Sugiro a uma dessas pessoas a quem tenha saído na rifa ser familiar do dito cujo, que lhe ofereça um espelho pelo natal. Ou então que me ofereça a mim uma faca Shogun por caridade, que é para eu cortar os pulsos de cada vez que tenho a imprudência de o ouvir. Já é altura da TV dar um salto qualitativo de modo a possibilitar-nos uma filtragem de conteúdos que não nos interessam.
A realidade é uma cena que não assiste a este boy. E a memória também não. Ao ouvi-lo sou levada a pensar que estamos perante um tipo de pessoa, um daqueles optimistas de trazer por casa, que leva ao limite o mantra new age do “crie a sua realidade”. Acontece que o tipo convenceu-se, sendo capaz de jurar a pés juntos e comportando-se com uma naturalidade surreal, que a realidade que ele imaginou *é* a realidade em si mesma. Ele criou uma farsa e viveu-a intensamente. Tão intensamente que a sua distinta lata fará escola em Portugal no meio dos boys de costume.
Mas não me entendam mal: eu defendo a liberdade. Defendo inclusive a liberdade de cada um em inventar e acreditar nas mentiras e loucuras que quiser. Desde que sejam assumidas como sendo opções pessoais de carácter delirante. Uma coisa totalmente diferente é tentar alienar um país inteiro, persuadir uma nação a acreditar numa mentira, num faz-de-conta que é “normal” tirar um curso da noite para o dia sem esforço, recorrendo a favores de amigalhaços, e sem advirem daí consequências políticas e de que, em suma, a vida segue como dantes, isto é demasiado grave para tolerar. A altivez e sobranceria com que fala de tudo e todos a toda a hora é confrangedora. Inquieto-me perante a possibilidade do senhor sofrer de uma perturbação mental. Cá estarei para relembrar a gravidade destes episódios e do efeito perverso que os actos de certas personalidades públicas têm na forma de pensar e ser dos portugueses. É perturbador e doentio.
Que os nossos políticos se tenham comprometido a empobrecer economicamente Portugal é mau demais; mas que, para além de nos empobrecer economicamente ainda nos queiram empobrecer moralmente e levar-nos à confusão e à loucura , é algo que tem um requinte de malvadez inqualificável! Se esta classe política toda ela, da esquerda à direita, quiser justificar de alguma forma a sua existência e os salários que auferem, pago com o sacrifício dos trabalhadores do sector privado, que ao menos lidere pelo exemplo. É uma das primeiras medidas que faz falta implementar em Portugal, antes de toda e qualquer outra, com a benesse de que é de graça, “não custa nada”...
...ou será que custa?
Ps.: Está visto que é ao fim de semana que lhe deve dar especial prazer em fazer afirmações sem qualquer ligação com a realidade.
Governo com “a consciência tranquila para a execução” do OE 2013, diz Relvas
“Consciência tranquila” diz ele...