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O fim da pantomima relvista

por João Pinto Bastos, em 04.04.13

Há sensivelmente um mês e meio escrevi aqui que sobre Relvas pouco mais há a dizer. O ex-ministro plenipotenciário foi mais do que um erro de casting: no fundo, Relvas foi o expoente máximo de uma forma de governar assente no clientelismo desmultiplicado em cargos e carguinhos. De um "modus operandi" em que o maquiavelismo de trazer por casa é entendido como o supra-sumo da governação. Saiu hoje, e saiu tarde. Demasiado tarde. Há estragos que, por mais que se tentem remediar, são insuperáveis. Ou pelo menos tendem a ser insuperáveis. Porém, independentemente dos prognósticos que se possam fazer acerca do futuro da governação, ainda para mais sabendo que amanhã teremos a publicitação do acórdão dos acórdãos, é bom de ver que, hoje, fechou-se um ciclo. Resta saber o que sairá daqui. Uma coisa é certa: o "ministerium" ficou mais desemperrado com a saída de alguém que nunca soube o que é servir a comunidade. E o essencial é isto. Nada mais.

publicado às 19:44

I'll be back!

por João Pinto Bastos, em 21.03.13

Por diversas vezes disse e escrevi que Sócrates voltaria. Recordo-me das respostas dos meus interlocutores, "não, não volta", "a vida política dele acabou", " jamais", "nunca", coisinhas assim, porém, sempre fiz questão de enfatizar um pequeno facto que, em bom rigor, comprovaria a apetência de Sócrates pelo regresso: uma vaidade tresloucada que não conhece limites. Sócrates é vaidoso. Sempre foi. Sob a capa de uma pretensa sofisticação, desenvolveu um marketing bastante pessoal assente, sobretudo, numa imagem polida e numa ambição ao nível de um Afonso Costa do século XXI. Sócrates vai voltar e vai querer apropriar-se do palco mediático. As suas ambições políticas continuam intactas e ele, mais do que ninguém, sabe que com uns pózinhos de amnésia e de retórica oca, devidamente ministrados, conseguirá desviar a atenção da populaça dos imensos sacrificios a que tem estado sujeita. É evidente que este regresso baralha muitas contas e algumas ambições pessoais. O futuro encarregar-se-á de dirimir essas lutas intestinas. Porém, num tempo em que o país é sujeito a uma dieta austeritária brutal, em que a miséria campeia e a desesperança assenta arraiais, um regresso deste calibre merece um forte protesto. Entendo a posição do Paulo Gorjão, também não gosto de silenciar ninguém, respeito a democracia e o direito de todos, sem excepção, de dizerem de sua justiça. Sócrates pode e deve falar, é livre de fazer o que bem entenda, não pode é esperar a benevolência de quem foi espoliado pelo seu projecto oligárquico que durou exactos seis anos. O protesto é lícito, mais, é uma obrigação moral de todos os que não se revêem nas patranhas de uma III República falida e gasta. Por último, last but not the least, tenho de recordar um pequeno pormenor que, infelizmente, tem sido menosprezado pelos muitos indignados que têm vertido, nas últimas horas, a sua revolta nas redes sociais a propósito desta estória: este convite tem a mão do Governo. Num momento em que o executivo vê-se apertado por todos os lados, nada melhor do que promover o retorno do responsável pela confusão presente. Jogada de mestre, dirão alguns. Génio político, dirão outros. Total falta de vergonha na cara, direi eu. Falta de vergonha, de escrúpulos e de tacto político. Passos e Relvas só provam com isto que têm de sair rapidamente. O seu tempo acabou definitivamente. Utilizar a televisão pública - sim, tem de ser imediatamente privatizada ou fechada, pouco importa a saída encontrada - para joguinhos políticos tão baixos, denota que este regime está a chegar a uma zona bastante perigosa: a zona em que a desconfiança da cidadania é já absoluta. Por isso, e com isto em mente, apelo aos organizadores das petições já em movimento para não se esquecerem do Governo nos seus protestos. Não se esqueçam, por favor. Relvas e companhia limitada são tão culpados quanto Sócrates. Ponto. Sim, protestem, gritem, digam não a isto, mas não se esqueçam dos preclaros senhores que convidaram o exilado parisiense. É só isso que vos peço.

publicado às 15:14

Há direitas e direitas

por João Pinto Bastos, em 22.02.13

É, no mínimo, curioso, e por que não interessante, verificar a dualidade de critérios que afecta alguns rendeiros da direita blogosférica. Ok, vá, até posso aceitar o argumento da liberdade de expressão, mas, por favor, se há coisa que não afecta certamente o ministro Relvas é uma capitis diminutio que o impossibilite de falar quando bem entenda. Além disso, lamento que a histeria com a liberdade de expressão do dito ministro não tenha sido usada aquando do saneamento de Pedro Rosa Mendes pelo sempre libérrimo Relvas. Dualidade de critérios ou mais do que isso? Talvez a memória de certos liberais varie consoante a proximidade ou não ao Poder.

publicado às 14:57

Obviamente, demita-se

por João Pinto Bastos, em 21.02.13

Não sou um grande apreciador dos escritos de Viriato Soromenho-Marques. Aliás, nunca fui, exceptuando um ou outro artigo bem localizado. Porém, há excepções para tudo, e, hoje, quinta-feira, dia 21 de Novembro de 2013, vou citá-lo aqui, neste blogue, porque, no meio de tanto ruído mediático, de tanto afiar de facas, de tanta gritaria desalmada, o escriba do DN foi o único, repito, o único que colocou os pontos nos is: "Ficar condoído com o silêncio forçado de Relvas, e esquecer as vozes inteligentes que a sua ação tem afastado do serviço público de comunicação social, parece-me tão despropositado como acusar a poesia erótica de Bocage de pôr em causa as liberdades fundamentais do intendente Pina Manique. Em Berlim, um ministro que plagia uma tese sai do governo em menos de 24 horas. Em Lisboa, um homem cuja vida é um perpétuo faz-de-conta, esgota a agenda política. Só o primeiro-ministro não percebeu, ainda, que o caso Relvas não é uma questão de direitos constitucionais, mas um assunto de higiene pública. Contamina a pouca autoridade do Governo e mina o moral que resta ao País". Respondendo a Viriato, o primeiro-ministro não percebeu porque manifestamente não quer perceber, pois está agarrado até ao tutano ao ministro faz-de-conta. O problema que se coloca é tão-só um problema de legitimidade. Relvas - por favor, tentem abstrair-se de quem se manifesta e apupa - há muito que devia ter saído do Governo. Só diminui e prejudica, não acrescentando absolutamente nada à governação. Qualquer criança de 5 anos consegue entender esta obviedade. O desafio é muito simples: ou Passos Coelho entende que Relvas tem de sair, e sair implica 1) demitir-se, 2) deixar de influir na governação, ou o Governo continuará nesta senda de deslegitimação. Isto dito, que fique claro que Relvas não é nem pode ser o bode expiatório do esbulho fiscal em curso, mas o simbolismo que acarreta o facto de ser alguém permanentemente acossado e que, no fundo, está no poleiro com o dinheiro dos nossos impostos, é algo que é extremamente difícil de extirpar. Como diria o outro, é a ética, estúpido!

publicado às 13:09

Ora bem. Deixem-me lá preparar a conta, a factura se quiserem. Então, digam lá o que foi? - perguntou o fiscal enquanto procurava no bolso o recibo verde, para tomar nota das ocorrências. Vamos lá, que não tenho o dia todo; meia duzia de protestos de rua, vinte e seis greves, duas Grândola Vila Morena. Mais? É tudo? Vejam lá se querem mais qualquer coisinha. Consultem a ementa. Há muita coisa que ainda não provaram e daqui a pouco fechamos. Por exemplo, aqui nos pratos do dia; ir à bruxa e pedir um mau-olhado para este ou aquele ministro; pedir ao Prof. Karamba uma solução invulgar; comprar um boneco com ar de governante e aplicar magia Vudu...estejam lá à vontade, que eu vou ali e já venho.

publicado às 11:59

Relvas, a loucura institucionalizada

por João Pinto Bastos, em 20.02.13

Sobre Relvas pouco mais há a dizer. Aliás, é sintomático que eu, pouco dado a insistências pueris, ainda perca tempo a comentar as desventuras políticas de um truão que, em condições normais, já deveria ter sido escorraçado do poder. Não pensem, também, que me revejo nos jovens que hoje se manifestaram contra o ilustre desvergonhado. O estilo, a vozearia e a ignorância vertidas pela juventude protestária são, em larga medida, um decalque perfeito do imobilismo das esquerdas pátrias. Contudo, não posso deixar de manifestar um certo regozijo com o vexame a que foi sujeito o ministro pouco ministrante, Miguel Relvas. Quando o decoro não abunda nas hostes governativas, é bom de ver que ainda há gente, ignorante ou não, que sabe dizer não a estes despautérios. Portanto, meus caros, um longo e bravo hossana aos jovens profissionais do apupo.

publicado às 00:26

 

O novo ministro da agricultura Miguel Relvas declarou, de um modo apaixonado, que o "Estado vai facilitar o regresso dos jovens à agricultura". O que significa isto? Que vai distribuir gratuitamente exemplares do Borda d`Água? Que vai entregar foices e omitir o martelo, para que não confundam a Reforma Agrária com a Reforma do Estado. E como vão fazê-lo, os jovens? Vão apanhar a carreira de Entrecampos directamente para um campo aberto no meio do Alentejo? Bolsas da terra? Buracos escavados por toupeiras que não têm para onde emigrar? Sinceramente, penso que entramos no domínio da loucura política. A natureza parece estar a inocular os seus sentidos. Impulso jovem? De que tipo de impulso estamos a falar? Em que estação do ano acontecem esses impulsos? Na Primavera? Estou baralhado. E a formação elevada de que fala não terá sido o fungicída que matou a agricultura? Não terá sido a vergonha da terra debaixo das unhas que levou um país inteiro a desejar o colarinho branco que o próprio ministro veste. Há tanta coisa nesta colheita de amostras, que já estou com dores de costas da apanha de fruta comida pelo bicho. E para além do mais, relva nem sequer é um produto agrícola.

publicado às 19:17

Plágios, Demissões, Relvas e Sócrates...

por John Wolf, em 10.02.13

Não existe um país no mundo que não tenha o seu cardápio de plagiadores. Os copy-pasters vêm em todas as cores e feitios. Não há nada que possa ser feito para limpar o sebo ao conhecimento, à sabedoria que encerra em si o DNA do seu autor e que sai da boca para fora. Ladrões de intelecto operam na China, nos EUA, na Guatemala, na Alemanha, e também em Portugal. Existe porém uma diferença abismal entre o ministro Miguel Relvas e a ministra de educação da Alemanha que foi apanhada volvidos trinta anos sobre a atribuição do seu "alegado" doutoramento. Se em Portugal, a Universidade que o certificou, tomasse uma decisão para despromover Relvas, provavelmente ao homem seria dada a equivalência ao quinto ano de escolaridade. Enquanto muitos nativos se regozijam com as escorregadelas dos alemães, em virtude do estado de sujeição política e económica em que o país se encontra, pecam por não integrar na sua análise um aspecto fundamental. Refiro-me às consequências políticas que resultam da fraude. Independentemente do assalto à tese de doutoramento ser verdade ou não, a ministra alemã apresentou quase de imediato a sua demissão à semelhança de outro colega de fraude. Não arrastou um país inteiro para um tira-teimas privado, que apenas a si e à sua consciência dizem respeito. Teria sido simpático se o José Sócrates, que esteve envolvido em sérias dúvidas académicas, tivesse aberto o precedente ético, abandonando de imediato a posição que ocupava. Se o tivesse feito facilitaria a vida ao colega Relvas e provavelmente a tantos outros com graus académicos conferidos administrativamente. Muitos sabem do que falo. Refiro-me a licenciaturas que foram "dadas" no calor da Revolução de Abril e que autorizam, mas não capacitam muitos indivíduos para exercer a sua profissão. Felizmente, para mandar umas postas de pescada em blogs, não careço de autorização prévia. Afinal "the grass is not always greener over there".

publicado às 20:16

É curioso como um tipo sem paciência para a blogosfera vem aqui por acaso e constata que outros simplesmente não curam as suas obsessões antigas. Lamento desiludir, Afonso. Nem o Samuel precisa da minha defesa, nem eu estou disponível para entrar no seu jogo. Deixo-lhe, contudo, uma resposta única: parece que o blogue que fez a apologia do deputado Galamba contra as denúncias que fiz à identidade dos Abrantes, e às ligações desse deputado aos ditos, tinha interesses ocultos - já que ia dar guarida a novos Abrantes. Nada que não se tivesse percebido na altura.

Vá, continue lá a brincar no recreio, Afonso, que daqui não leva nada. A malta crescida tem mais o que fazer!

publicado às 03:44






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