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Putin e Tsipras atiram o pau ao gato

por John Wolf, em 01.03.15

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Se Putin premiu o gatilho da pistola que abateu Boris Nemtsov não é a questão principal. Há outra mais importante que acaba de ser colocada aos russos: será que estão dispostos a colaborar com um regime repressivo que atenta à liberdade de expressão e a direitos e garantias fundamentais? Embora ainda faltem peças ao puzzle, o mar de gente que enche as ruas de Moscovo faz lembrar eventos mais ou menos recentes. Por exemplo Maidan ou até a Primavera Árabe. Sem dúvida que o aparato em torno do assassinato de Nemtsov serve para distrair das movimentações russas em solo ucraniano, mas Putin pode involuntariamente ter libertado  a força crítica e avassaladora do seu povo. Putin virou-se para a exterioridade da Crimeia e da Ucrânia porque há muito que sente o seu regime ameaçado - "lá fora" parece ser mais fácil justificar as acções e vendê-las de um modo glorioso no próprio país. Mas não é o único. Tsipras também aplicou o mesmo princípio que resulta de insuficiência interna, e atirou-se aos portugueses e espanhóis chamando-os de principais responsáveis pelas dificuldades negociais havidas entre a Grécia e os interlocutores europeus. São comportamentos enviesados e desta natureza que nos devem preocupar. As atitudes de políticos que atiram o pau para longe. A Grécia e a Rússia têm muito mais em comum do que possam imaginar. E não se quedarão por aqui. Já passámos a fase de meras sugestões. A Estónia e a Turquia parecem ser candidatos para serem arrastados para o já de si complexo mapa geopolítico. Isto não fica assim. Se as coisas não correrem de feição a Putin e Tsipras, estes são mais do que capazes de incendiar casas alheias.

 

*os gatos são muitos populares na internet, mas não servem para grande coisa.

publicado às 19:39

A onda do revisionismo

por Pedro Fontela, em 30.07.08

Desde os anos 80 onde os conservadores ocidentais conseguiram as suas primeiras vitórias políticas significativas depois da geração de 60 tem havido uma onda revisionista no que toca a analisar a história dos diferentes movimentos revolucionários e progressistas que tem tentado dar um certo spin aos eventos mundiais – a revolução francesa passou a ser inteiramente negativa (ou de mérito marginal), a inglesa passou a ter um mero carácter económico, os regimes ditatoriais Ibéricos passaram a ser positivos, etc.

 

 
Isto reflecte essencialmente uma óbvia reacção contra as mudanças radicais pós-segunda guerra mundial. Acusando, por exemplo, o estado social de ser uma abominação esquecendo-se que foi para compensar o comum dos mortais pelo trauma e sofrimento de travar as guerras dinásticas das muy conservadoras linhas reais e imperiais europeias que se resolveu subornar as “underclasses” com a figura da protecção social na maior parte dos países europeus. A linha foi retomada pelos americanos aquando do fim da União Soviética sendo o fim da política anunciado e depois revogado pela mesma corrente política 10 anos depois quando o inevitável aconteceu e o mundo não passou a ser uma mega empresa simplesmente a ser gerida.
 
Neste momento parecemos estar na fase crítica de lavar os nomes mais problemáticos do século passado. Se era um tirano conservador venha daí um bom artigo numa qualquer publicação pseudo liberal defendendo as suas virtudes e o seu empenho no mundo livre – o contra argumento previsível a este ponto é que os comunistas deste mundo (os que não se converteram ao mercado como a maioria dos estimáveis representantes conservadores) glorificam tiranos como Estaline sendo que os ídolos conservadores fizeram muito menos estrago; a isto eu só tenho a dizer que se querem ficar nesse nível então óptimo vão “brincar” com os comunistas e deixem as pessoas sérias em paz.
 
Para quem quer ser um cidadão responsável urge fazer um estudo sério e individual da história do país e do mundo para não ser enrolado nestas euforias artificiais promovidas por grupos de interesses muito peculiares que lançaram estas campanhas de propaganda incansáveis. A não termos um certo cuidado qualquer dia vamos acordar ao som de um discurso de tv de um qualquer badameco autoritário com bandeirinhas de Salazar e Caetano  ao seu lado a expor as virtudes da religião e da pátria e a justiça da superioridade das elites económicas – um verdadeiro ancien regime restaurado com uns pozinhos de economicismo.

 

publicado às 11:38






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