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A política gangolana de António Costa

por John Wolf, em 17.09.18

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António Costa é europeísta. Por isso decidiu vestir calças de Nimes (Denim, De Nimes, vide origem da ganga, googlem...) para ser recebido no aeroporto de Luanda por Manuel Augusto Domingos, ministro dos negócios estrangeiros de Angola. Mas o primeiro-ministro de Portugal também pode ser atlanticista - as blues jeans tanto podem ser da Levi´s ou da marca Lee - ou seja, nada contra John Wayne e os cowboys americanos. No entanto, o primeiro-ministro quebrou o protocolo. Passou a ferro e deixou queimar o único protocolo que verdadeiramente interessa. A qualidade da abstracção representativa, a dignidade que os Portugueses merecem que seja espelhada no principal e mais importante embaixador de Portugal - os Portugueses não gostaram de ver o desfile na passerelle. Mesmo a família mais remediada de Portugal, quando convidada para o baptizado da vizinha coxa e vesga, veste a melhor camisa que tem e calça o único par de sapatos de ocasião que tem. Mas não, António Costa entrou em modo relax, chill-out, a fazer bluff - a fingir não dar grande importância a Angola e a fatia grossa que pode ser talhada para Portugal e alguns socialistas mais empreiteiros do que outros. Eu entendo que a Geringonça que o colocou em tal posição de autoridade e titularidade pública é, em si, uma manta de retalhos. Nesse caso, serviu mal aqueles partidos que o levantaram em ombros de governação. As calças de ganga têm uma conotação mais UNITA do que MPLA, mais colonizadora do que nativa, e isso já não se usa. O pós-colonialismo é doutrina com falhas conceptuais graves. Se Costa quisesse espelhar as Catarinas e os Jerónimos da sua praça parlamentar, levava consigo alguma "merda na algibeira" e uma tê-shert com a cara estampada de Che ou Maduro. Assim, com a farda a meio-gás, dá ares de pertencer a um gangue com jogadas espertas e truques na manga. Esta política da ganga, gangolana, não serve. Não tem a medida certa. O respeitinho é muito bonito.

publicado às 18:08

Sobre a vida e morte presidencial

por John Wolf, em 19.01.16

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Com o maior sentido de respeito pela morte de Almeida Santos escrevo as seguintes palavras. Não sei se a pausa na campanha de Maria de Belém corresponde ou não a aproveitamento político do falecimento do presidente honorário do Partido Socialista. Não sei se a única socialista presidenciável estará presente no grande debate com todos os candidatos quando esta noite soarem as 21 horas. Não consigo imaginar o seguinte: que o homem-político Almeida Santos preferisse que a Maria de Belém não fosse à luta, que permanecesse de luto a ver passar na televisão os navios presidenciais dos outros candidatos. De uma coisa tenho a certeza; um dos temas de debate desta noite será a questão dos cortes nas subvenções vitalícias, que pelos vistos a Maria de Belém foi contra, e agora teme enfrentar. E esse é o busílis da questão. Não é o nojo, o sentimento de perda e respeito pela perda de um ente ideológico que está em causa. Esta noite Maria de Belém não escapará a essa linha de ataque, não tenham dúvidas. Acresce uma outra questão que deve ser levada em conta. O Presidente da República é o Chefe-Maior das forças armadas. Imaginemos por um instante o seguinte; que o país sofre um ataque militar, terrorista se quiserem, e familiares do presidente são dizimados e o o mesmo decide que não está em condições de cumprir a sua missão, de se apresentar ao serviço. Maria de Belém deveria, na minha opinião, honrar a missão política, o espírito combativo de Almeida Santos, e estar presente no debate desta noite. Tudo o resto, que venha ou não venha a fazer, apenas reforça a ideia de que Maria de Belém não tem estaleca para o cargo que tanto almeja.

publicado às 19:17

Opinantes

por João Almeida Amaral, em 23.11.15

Paletes de opinantes insurgem-se pró e contra o Presidente da República. De onde terão surgido todos estes politólogos que no alto da sua sapiência vão regurgitando opiniões. (No campo chamavam-lhes "caga sentenças" , na cidade são intelectuais). 

A actriz do regime , saltou do chapitô , para a Assembleia e vai vestindo o seu novo desempenho ; a guardiã da revolução dos ilegítimos, esquecendo que o Sr. Presidente da Republica, representa uma maioria que nada tem a ver com os derrotados de 4 de Outubro, maioria essa que é valida até ao final do mandato , assim dita a Constituição.

O Sr. Jerónimo estuda um grito para poder dar no dia 25 de Novembro e Costa prepara as suas futuras traições.

Teremos que levar com isto ?

Tenham vergonha 

Chega de tanta gritaria 

Impõem-se algum respeito

 

publicado às 17:18

Taças de Portugal

por John Wolf, em 26.05.13

Em dia de Taça de Portugal, pergunto porque razão, o actor Ruy de Carvalho terá honrado mais o país ao longo de setenta anos, do que o mestre marceneiro Rui do carvalho, que esculpiu a madeira dessa árvore durante igual período de tempo, sem sequer ter recebido as comendas, as ordens e as medalhas com que o actor foi agraciado? Com todo o devido respeito, a cultura tem muito que se diga, sobretudo quando os seus intérpretes julgam por um instante que contribuem com mais mestria para o país, do que aqueles, que em vez de pisarem palcos, pisam as uvas de sol a sol, de um qualquer outro digno mester. As palavras de rapina, soam-me a falsa modéstia, e servem para acentuar ainda mais a fractura que divide este país, entre iluminados e pobres coitados ignorantes. Não pediu nada em troca? - afirma o artista. Tivesse escolhido outra profissão. O actor Ruy de Carvalho, ao colocar-se em bicos de pé, fez-se ouvir na última fila da plateia, mas não pelas melhores razões. Teria preferido que não tivesse afirmado o seu desgosto, e fosse um mero operário, a excepção, o simples contra-regra. O problema dos vultos e intocáveis do país, é pensarem que podem dizer o que bem entendem, e que as palavras apenas um sentido têm. Ao ataque ao músculo da cultura, este representante poderia se ter defendido com mais finesse e respeito pelas gentes do povo, que tantas e tantas vezes o aplaudiram. E nunca o vaiaram.

publicado às 16:26






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