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Comentário à entrevista de Rita Rato

por José Maria Barcia, em 21.10.13

A Rita Rato, deputada do PCP, deu uma entrevista ao Correio da Manhã há 4 anos. Foi de tal maneira tonta que não pude evitar dar a minha opinião. Está a amarelo.




Alguma vez se tinha imaginado enquanto deputada?

- Nunca tinha pensado nessa hipótese. Depois concretizou-se. Mas não vai ser a minha profissão, eu sou funcionária do PCP. Agora tenho esta tarefa, como já tive outras. Pode não ser para sempre, e o mais certo é não ser. (ser funcionária do PCP é profissão?)

- Quando é que começa a surgir o interesse pela política?

- Vivi em Estremoz, a minha terra, até completar o 12º ano e já me identificava com o PCP e com a Juventude Comunista Portuguesa. Desde logo porque o PCP tem no Alentejo prestígio e reconhecido mérito (mérito... eheh) na luta pela democracia (estamos a confundir conceitos), sobretudo ainda no tempo do fascismo. Depois, quando ingressei no ensino superior e comecei a confrontar-me com as dificuldades de um universitário deslocado, sem direito à acção social escolar, com o valor das propinas a aumentar, naquela altura indexadas ao salário mínimo, senti a necessidade de aderir à JCP. Foi em 2001 (portanto, a JCP bancou as contas todas, grandes porreiros).

- Mas na sua família havia alguém ligado ao PCP ou com alguma actividade partidária?

- Não. Só o meu avô foi membro do PCP ainda na clandestinidade mas morreu quando eu tinha nove anos, portanto não havia essa ligação directa.

- Mas o seu pai, inclusive, viu com maus olhos a sua entrada no Partido Comunista...

- O meu pai não é membro do partido e ficou preocupado por estar no ensino superior, numa escola pública, e ser da JCP. Era uma preocupação sobre o tipo de sentimento que isso podia suscitar até nos professores. Poderia não ter boas notas por ser comunista e a preocupação era mais essa, no sentido de às vezes isso não ser bem-visto. Mas nunca senti esse preconceito por parte de nenhum professor meu.

- Mas como surgiu o contacto com os ideais comunistas antes da JCP?

- A partir dos meus 17, 18 anos. Ainda estava na escola secundária. Foi através da própria discussão sobre o que foi o 25 de Abril e o processo revolucionário (ele chamava-se Jorge e era mecânico, a Rita nunca mais se vai esquecer do primeiro contacto comunista).

- Foi a partir daí, e nas aulas de História, que começou a formar a sua identidade política?

- Sim. Mas não apenas nas aulas de História. Lembro-me de ser muito pequenina e festejar o 25 de Abril com muita alegria. (Abril é uma festa, é o mês do meu aniversário, quanto à Rita não sei)

- Como analisa o facto de agora a CDU ser a 5ª força política na AR?

- Nós não entendemos a questão da política como uma questão de pódio. Nós propusemos três objectivos centrais no decurso da campanha das legislativas, que eram a derrota da maioria absoluta, ter mais mandatos, eleger mais deputados e ter maior percentagem em termos de votação. E nós conquistámos isso. (não estamos aqui para ganhar nada, aliás, toda a gente sabe que os últimos são os primeiros)

- Mas, apesar disso, acabaram por ficar atrás do CDS e do Bloco de Esquerda.

- Ficámos muito contentes com o nosso resultado tendo em conta os objectivos a que nos tínhamos proposto. Se pergunta se gostávamos de ter mais, é óbvio que gostávamos. (já agora, que objectivos?)

- O que sente quando ouve dizer que "os políticos são todos o mesmo"?

- Acho que esta é uma questão que nos deve animar e anima-me pessoalmente. Ontem [segunda-feira] vinha no eléctrico e uma pessoa ao lado de quem ia sentada disse isso. Interpelei-a e disse que não era bem assim, que os deputados eleitos do PCP não eram assim. "Ah, pois, vocês são diferentes! Nós sabemos, o PCP é diferente, são pessoas sérias e honestas. Tomara todos serem como vós", disse-me. (claro, apanhaste o eléctrico 74, conhecido como o "eléctrico vermelho". Ah, e essa pessoa e esse dialogo existiu mesmo)

- As pessoas votam nos outros partidos. O PCP não tem ganho eleições... (esta, até a mim me doeu)

- Cada voto na CDU é um voto que é conquistado com muita conversa, com muito esclarecimento, com debate sério, e é um voto que afirma a necessidade de rotura. As pessoas acham que 33 anos de políticas de direita já provaram que é o caminho dos baixos salários, o caminho da elitização do acesso à cultura, a precariedade...

- Mas se as pessoas estão fartas das políticas de direita, porque é que o segundo e o terceiro maior partidos são de direita e o partido do Governo toma medidas, como diz, de direita? (esta também doeu)

- Vai ter de perguntar a quem votou neles porque eu, de facto, não votei. (é o melhor que consegues? a sério?)

- Concorda com o modelo que está a ser seguido na China pelo PCC?

- Pessoalmente, não tenho que concordar nem discordar, não sou chinesa. Concordo com as linhas de desenvolvimento económico e social que o PCP traça para o nosso país. Nós não nos imiscuímos na vida interna dos outros partidos. (sim, mas e a China? Aquele país grande na Ásia?)

- Mas se falarmos de atropelos aos direitos humanos, e a China tem sido condenada, coloca-se essa não ingerência na vida dos outros partidos?

- Não sei que questão concreta dos direitos humanos... (diz isso ao Dalai Lama)

- O facto de haver presos políticos.

- Não conheço essa realidade de uma forma que me permita afirmar alguma coisa. (a televisão é um instrumento capitalista-fascista. os funcionários do PCP não podem ter uma coisa dessas em casa)

- Mas isto é algo que costuma ser notícia nos jornais.

- De facto, não conheço a fundo essa situação de modo a dar uma opinião séria e fundamentada. (podemos concluir que ou não vês notícias ou só lês os jornais desportivos)

- No curso de Ciência Política e Relações Internacionais, não discutiu estas questões?

- Não, não abordámos isto. (toda a gente sabe que isso não tem nada a ver com CP ou RI, duh...)

- Como olha para os erros do passado cometidos por alguns partidos comunistas do Leste europeu?

- O PCP, depois do fim da URSS, fez um congresso extraordinário para analisar essa questão. Apesar dos erros cometidos, não se pode abafar os avanços económicos, sociais, culturais, políticos, que existiram na URSS. (o congresso foi de tal maneira extraordinário que a malta se esqueceu toda das coisas más como os Gulags. Mas o Goulash estava fantástico)

- Houve experiências traumáticas...

- A avaliação que fazemos é que os erros que foram cometidos não podem apagar a grandeza do que foi feito de bom. (Ir para a Sibéria era fixe. Trabalhos forçados? Exterminação de populações? Pfff, o camarada Estaline é um incompreendido)

- Como encara os campos de trabalhos forçados, denominados gulags, nos quais morreram milhares de pessoas?

- Não sou capaz de lhe responder porque, em concreto, nunca estudei nem li nada sobre isso. (Dou-te um conselho, Rita: lê sobre essas coisas. É que pareces uma tonta a responder a isso)

- Mas foi bem documentado...

- Por isso mesmo, admito que possa ter acontecido essa experiência. (Rita, disse-te para leres... Que raio de resposta...)

- Mas não sentiu curiosidade em descobrir mais?

- Sim, mas sinto necessidade de saber mais sobre tanta outra coisa... (Se deixares de ler a Margarida Rebelo Pinto ficas com mais tempo para outras coisas)

- A ex-deputada do PS Marta Rebelo disse que foi difícil que começassem a levá-la a sério. A política é mais difícil para as mulheres bonitas?

- Se me está a chamar bonita, é um elogio e agradeço (Já vi deputadas mais bonitas no BE, mas também não és nenhuma Odete Santos). Nunca tive problemas em ser levada a sério. Estive na Assembleia Municipal de Estremoz e nunca tive dificuldade em apresentar a minha opinião (Estremoz, Portugal, Estemoz, Portugal... é praticamente a mesma coisa para quem não sabe onde fica a China).

publicado às 20:37

O que têm em comum Rita Rato e José Saramago?

por Samuel de Paiva Pires, em 27.10.09

Além de serem comunistas, são igualmente ignorantes e boçais nas respectivas afirmações recentes.

 

 

Saramago destila ódio contra a Bíblia, ao mesmo tempo que mascara as atrocidades do comunismo. Esquece-se que a forma muitas vezes se sobrepõe à susbstância, e por mais razão que pudesse ter, a forma como se manifestou acabou por ganhar preponderância. Também não comungo é das opiniões de virgens ofendidas que acham que Saramago deveria renegar à nacionalidade ou calar-se. Devíamos era realmente ser como os ingleses, extremistas para com os extremistas, como escrevia na edição de ontem do Público Miguel Esteves Cardoso. Isto é, deixarmos de ser cinzentos e hipócritas, e nisso, "chapeau" a Saramago. Houvessem mais como ele, dispostos a dizer o que pensam, sem papas na língua. E houvessem muitos mais a demonstrar-lhe as evidências da sua ignorância e a tratá-lo como merece, e não como uma "vaca sagrada" só porque recebeu um Nobel.

 

 

Rita Rato, licenciada em Ciência Política e Relações Internacionais, pela Universidade Nova, ou não sabe por onde passou, ou o ensino superior nesta área está cada vez pior. Valha-nos o ISCSP, ao menos. Ou então, é apenas mais um crónico caso de ignorância "à la" comunista.

publicado às 00:26






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