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Enquanto no Brasil os deputados que votaram no processo de impeachment de Dilma não se fartaram de invocar Deus para justificar o seu sentido de voto, por cá, à esquerda e à direita, há quem defenda e critique Dilma e invoque, de um lado e do outro, a defesa da democracia. Já vai sendo hábito ver a democracia invocada em vão por tudo e por nada, servindo instrumentalmente para defender algo e o seu contrário. Um crash course em teoria da democracia não faria mal a muita gente cá do burgo. Podiam começar por estes dois manuais bem pedagógicos.
Na origem do nome deste blog, como todos sabem, está este conceito, princípio ou valor, que embora de difícil definição, é passível de ser reconhecido enquanto virtude que caracterize alguém. Acontece que, ao ler On Democracy, de Robert A. Dahl, cruzei-me com um parágrafo (p. 73) que parece sumarizar bastante bem o que é o sentido de estado. Tomando a seguinte concepção, não é difícil percepcionar que é coisa que há muito vai faltando à maioria dos políticos portugueses - em muitos, para não dizer a esmagadora maioria, talvez nunca tenha existido - e talvez ajude a perceber porque é cada vez maior o desgoverno.
(imagem retirada daqui)
To govern a state well takes more than knowledge. It also requires incorruptibility, a firm resistance to all the enormous tempations of power, a continuing and inflexible dedication to the public good rather than benefits for oneself or one's group.