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As perspectivas oferecidas aos eleitores lisboetas são hoje praticamente nulas. À direita, apresenta-se Santana Lopes, homem de trato cordial, educado, mas cuja candidatura serve apenas de entretenimento a uma facção que desde há décadas faz parte activa no ritual autofágico que mina o PSD desde 1974.
À esquerda surge agora um dr. Costa que acabou por anexar o falso candidato do BE . Na realidade, quando foi anunciada a candidatura de Sá Fernandes pela coligação estalino-trotsquista, cumpriu-se plenamente o arco do absurdo, pois tratando-se de um próximo de Ribeiro Telles, o recurso bloqueiro ao seu nome, apenas serviu para preencher o gritante e costumeiro vazio da demagogia. O próprio anúncio formal da lista fez dissipar qualquer dúvida, pois apenas estava presente no palco, o verdadeiro e hoje extinto PPM de outros tempos e não se vislumbrou nem sombra de Louçã, Drago, Portas II ou Rosas. Para a próxima consulta eleitoral, nada de auspicioso se apresenta no horizonte dos nacional socialistas-revolucionários.
Ainda não foi divulgado o âmbito das cedências que Costa teve inevitavelmente de fazer a Ribeiro Telles. Que as fez, não pode existir qualquer incógnita, mas o vasto e complexo programa sine qua non do qual GRT nos falava no passado Sábado, impõe logo por si, uma outra forma de gestão da Câmara. É precisamente este aspecto, o que torna estranha esta súbita aquiescência da actual administração que ao longo do seu mandato, foi tão propensa à celebração de acordos e tomadas de decisão inacreditavelmente prejudiciais ao interesse público e que no post de ontem sumariamente mencionámos.
Até há escassas horas, existia ainda a possibilidade Roseta, candidatura nada independente - dado o seu conhecido e militante alinhamento político -, mas que oferecia algumas possibilidades de ponderação. O lugar obtido nas últimas autárquicas - às custas de um propagandeado apartidismo -, eram uma boa base de trabalho para a verdadeira alternativa que urge apresentar ao povo de Lisboa. Roseta deitou tudo a perder, pois a antiga militante do PPD/PSD e do PS, caiu uma vez mais, no vórtice de uma partidocracia pantagruélica que desta forma confirma plenamente a já enraizada certeza do total enclausuramento do sistema. Mais uma decepção que apenas confirma a regra.
Concluindo, resta-nos esperar por um belo dia de fim do verão, aproveitando a praia e gozando de antemão, a perspectiva de uma brutal abstenção sancionadora. A hipótese CDU - a tal sempre auto-apregoada excelente gestão autárquica - que tão "boas provas" deu em Loures, no Barreiro e na Amadora, garantiria a completa transformação da capital numa imensa favela social. Um tipo de progresso nada apetecível.
Tudo isto é degradante e sobretudo, indecente.