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As privatizações comandadas pelo maior corifeu da trampolinice política portuguesa, Miguel Relvas, são uma demonstração incontestável do indiferentismo a que chegámos enquanto colectividade política. A política de privatizações deste Governo é um exemplo pobre e tacanho da confusão que, por vezes, emerge em algumas cabecinhas entre o poder de fazer e a licitude inerente a esse mesmo poder. Privatizar não significa, de modo algum, entregar o ouro ao bandido, mais, privatizar não pressupõe a entrega de negócios certos e garantidos a companheiros de salão. Numa sociedade civilizada, em que o bem comum é a matriz fundacional do arranjo social, o ministro Relvas já teria sido há muito demitido, porque, como dizia o emérito jurista, Manuel Rodrigues Leitão, "quem faz tudo o que pode, está muito perto de fazer o que não pode". E, Relvas faz sempre o que pode, fazendo, assim, o que não pode, com o indiferentismo garrettiano como pano de fundo. Um poder regido desta forma, é um poder iníquo e injusto.