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O meu querido avô Carlinhos, marido e pai exemplar, avô, amigo e mestre sem par, deixou a existência para ascender à essência na madrugada do Dia da Liberdade, como último acto poético de um homem livre, bom e justo.

Viveu como pensava, casando a honra com a inteligência, a justiça com a integridade, praticando o bem e evitando o mal. Permanecerá eternamente nos nossos corações e memórias.

A sua mulher, filha e netos informam que o funeral se realizará amanhã, 27 de Abril, às 13:00, antecedido de velório, às 11:00, no Crematório de Santarém, sito na Rua Imaculada Conceição, 2000-072 Santarém.

Sic itur ad astra” (Virgílio).

publicado às 14:08

Jota a Jota: Especial Chega

por Samuel de Paiva Pires, em 10.03.21

A convite de Luis Francisco Sousa, estive à conversa com Riccardo Marchi sobre o Chega e André Ventura para o podcast Jota a Jota. Podem ouvir no formato podcast ou assistir ao vídeo que aqui fica.

publicado às 21:17

Tradição, Razão e Mudança

por Samuel de Paiva Pires, em 14.12.18

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Tendo sido sondado por várias pessoas a respeito de como adquirir o meu livro, e enquanto este não chega às livrarias, informo que, por ora, podem adquiri-lo directamente junto de mim, pela módica quantia de 18 euros, bastando para tal enviar-me uma mensagem ou e-mail (samuelppires@gmail.com). Posso entregá-lo pessoalmente em Lisboa ou na Covilhã ou enviar por correio (acrescendo os portes no valor de 4,73 euros). Saliento que já só tenho 25 exemplares, pelo que sugiro que se apressem se quiserem ser os orgulhosos proprietários de um exemplar da obra mais aborrecida do ano com dedicatória e autógrafo com a caligrafia esteticamente mais pavorosa que possam imaginar, defeitos compensados largamente pela beleza da capa, onde figura uma pintura do Nuno Castelo-Branco, dos prefácios dos Professores José Maltez e Cristina Montalvão Sarmento e do posfácio da Ana Rodrigues Bidarra.

publicado às 10:45

No seguimento do meu post anterior, renovo o convite para estarem presentes numa das sessões de lançamento do meu livro, desta feita deixando a imagem do convite para a sessão a ter lugar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior, no dia 11 de Dezembro, pelas 14h30, no anfiteatro 7.22, bem como a ligação para a respectiva página do evento no Facebook

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(também publicado aqui.)

publicado às 14:45

A minha tese de doutoramento, subordinada à temática "Tradição, Razão e Mudança", conceitos abordados à luz de ideias liberais, conservadoras e comunitaristas, será publicada nos próximos dias pela Edições Esgotadas e terá uma sessão de lançamento em Lisboa, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, a 5 de Dezembro, pelas 19h00, e outra na Covilhã, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior, a 11 de Dezembro, pelas 14h30.

 

É com muito gosto que vos convido a estarem presentes, aproveitando a oportunidade para vos persuadir com as apresentações a cargo do Professor Doutor José Adelino Maltez, da Professora Doutora Cristina Montalvão Sarmento e da Dr.ª Ana Rodrigues Bidarra, autores, respectivamente, dos dois prefácios e do posfácio, bem como com a belíssima ilustração da capa da obra, onde figura um quadro do Dr. Nuno Castelo-Branco apropriadamente intitulado "O Fim do Ocidente".

 

Aqui ficam a imagem e a ligação para página da primeira sessão de lançamento. Em breve partilharei a imagem e a página da segunda sessão.

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(também publicado aqui.)

publicado às 17:24

Programa para hoje

por Samuel de Paiva Pires, em 06.11.18

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Mais informações aqui.

 

publicado às 03:05

A direita, a esquerda e a minha liberdade

por Samuel de Paiva Pires, em 02.06.18

Tenho lido críticas a uma certa direita trauliteira que não tem - nem remotamente - o nível intelectual e cultural de verdadeiras referências direitistas. De facto, do Observador às redes sociais, passando pelo CDS, a direita portuguesa tem-se tornado um espaço pouco recomendável, porque dominado por caceteiros, hiper-moralistas com telhados de vidro e que não passam de aprendizes de Maquiavel, muito economês, liberalismo de pacotilha e pouca ou nenhuma capacidade de pensamento e reflexão e de diálogo moderado e civilizado com outras perspectivas filosóficas, ideológicas e partidárias. Dir-me-ão que os jornais, os partidos e as redes sociais não são universidades ou think tanks, mas quer-me parecer que o grau de indigência intelectual não necessitava de ser tão elevado. Trata-se, tomando emprestada uma expressão, de uma direita analfabeta, uma direita que pouco ou nada lê, permeada por um dogmatismo impressionante para quem, como eu, subscreve o decálogo liberal de Bertrand Russell

 

Não que a esquerda seja necessariamente melhor. Com efeito, continuamos a ter, como assinala José Adelino Maltez, "A direita e a esquerda mais estúpidas do mundo", que "são como aquelas claques da futebolítica que afectaram socrateiros e continuam a infestar certos coelheiros, segundo os quais quem não é por mim é contra mim, porque quem não é por estes é a favor dos outros. Eu continuo a seguir a velha máxima de Unamuno: o essencial do homem ocidental é ser do contra. Para poder ser qualquer coisinha..."

 

Na verdade, a direita que habitualmente critica a esquerda por esta se alcandorar a uma certa superioridade moral, mimetiza esta atitude, o seu modo de pensar e comportamentos. Ambas reflectem aquilo a que me referi como a política do dogmatismo e a política da utopia, ambas alicerçadas no que Oakeshott chamava de política racionalista ou política do livro, da cartilha ideológica. Afinal, como também há tempos escrevi, é muito fácil ser libertário ou comunista: "Não por acaso, para o esquerdista, o Estado é o principal instrumento a utilizar e o mercado é o principal inimigo a abater, enquanto para o libertário é precisamente o contrário. Um pensador conservador pensa a partir do real, das circunstâncias práticas, sem deixar de criticar a sociedade em que vive, encontrando no Estado e no mercado diferentes esferas da vida humana, ambas necessárias a uma sociedade livre e próspera; um pensador esquerdista ou um libertário pensam a partir de um qualquer ideal e clamam contra tudo o que não se conforma a esse ideal. O racionalismo dogmático ou construtivista do esquerdista ou do libertário que defendem um valor acima de todos os outros em qualquer tempo e lugar, independentemente das circunstâncias práticas, consubstancia a política dos mentalmente preguiçosos."

 

Talvez valha a pena relembrar uma célebre passagem de Alçada Baptista, para quem "Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.”

 

Ao que eu acrescento que conservadores não dogmáticos, que entendam a dimensão pluralista e flexível da reflexão e da praxis política a que alude Kekes, também já reparei que há muito poucos. Há muito poucas pessoas, em Portugal, que, atentando especificamente no domínio do político, compreendam o que Oakeshott transmitiu, em "On Being Conservative", ao considerar que a disposição conservadora não implica necessariamente quaisquer crenças religiosas, morais ou de outros domínios “acerca do universo, do mundo em geral ou da conduta humana em geral.” O que está implícito na disposição conservadora em política são “determinadas crenças acerca da actividade governativa e dos instrumentos do governo,” que nada "têm a ver com uma lei natural ou uma ordem providencial, nada têm a ver com a moral ou a religião; é a observação da nossa actual forma de viver combinada com a crença (que do nosso ponto de vista pode ser considerada apenas como uma hipótese) que governar é uma actividade específica e limitada, nomeadamente a provisão e a custódia de regras gerais de conduta, que são entendidas não como planos para impor actividades substantivas, mas como instrumentos que permitem às pessoas prosseguir as actividades que escolham com o mínimo de frustração, e portanto sobre a qual é adequado ser conservador."

 

Tendo eu passado por uma escola, o ISCSP, onde, citando Adriano Moreira, aprendi "a olhar em frente e para cima", tendo como referências mestres como José Adelino Maltez e Jaime Nogueira Pinto, tendo ao longo da última década lido e reflectido sobre diversos autores, como Hayek, Popper, Oakeshott e Kekes, ou seja, como alguém que privilegia o mundo intelectual sobre o político ou partidário, torna-se particularmente penoso não só constatar tudo o que acima escrevi, mas também continuar a compactuar com este estado de coisas através da minha condição de militante do CDS. Por tudo isto, solicitei hoje a minha desfiliação. Porque mais importante ainda do que ser do contra, é ser livre, e porque como escreveu Ortega y Gasset, "A obra intelectual aspira, com frequência em vão, a aclarar um pouco as coisas, enquanto que a do político, pelo contrário, costuma consistir em confundi-las mais do que já estavam. Ser da esquerda é, como ser da direita, uma das infinitas maneiras que o homem pode escolher para ser um imbecil: ambas são, com efeito, formas da hemiplegia moral."

publicado às 18:49

Programa para amanhã

por Samuel de Paiva Pires, em 27.05.18

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"O Auditório da Biblioteca Central da Universidade da Beira Interior acolhe, esta segunda-feira, dia 28 de maio, a partir das 15h00, a apresentação das obras “Guerrilhas e Lutas Sociais. O MPLA Perante Si Próprio (1960/1977). Ensaio de História Política” (Mercado de Letras Editores) e “A Criança Branca de Fanon” (Mercado de Letras Editores) da autoria de Jean-Michel Mabeko-Tali e Alberto Oliveira Pinto, respetivamente, que marcarão presença na sessão, junto com a editora, Cláudia Peixoto.

"A apresentação dos livros estará a cargo de Samuel de Paiva Pires (Diretor do 2.º Ciclo/Mestrado em Relações Internacionais da UBI), Cristina Vieira (Diretora de Curso do 2.º Ciclo/Mestrado em Estudos Lusófonos da UBI) e José Carlos Venâncio (Diretor de Curso do 3.º Ciclo/Doutoramento em Sociologia).

"De entrada livre, a iniciativa é promovida no âmbito dos 2.º Ciclos/Mestrados em Relações Internacionais e em Estudos Lusófonos."

publicado às 23:16

Programa para amanhã

por Samuel de Paiva Pires, em 22.05.18

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publicado às 16:29

Democracia e autoritarismo

por Samuel de Paiva Pires, em 29.03.18

Hoje, no Jornal Económico, podem encontrar um excelente trabalho do Gustavo Sampaio para o qual contribuí com alguns comentários.

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(também publicado aqui.)

publicado às 13:47

Revista Portuguesa de Ciência Política, N. 7

por Samuel de Paiva Pires, em 21.11.17

Já está disponível o número 7 da Revista Portuguesa de Ciência Política, editada pelo Observatório Político, onde podem encontrar um artigo da minha autoria intitulado "A teoria da decisão em Maquiavel."

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publicado às 15:18

"Todo o ser é feliz quando satisfaz o seu destino"

por Samuel de Paiva Pires, em 28.09.17

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Ainda me recordo do primeiro dia em que iniciei o meu percurso escolar, há 25 anos. Desde então, passei por várias escolas e universidades e foi na minha alma mater, o ISCSP, que descobri, logo nos primeiros dias de aulas da licenciatura em Relações Internacionais, o meu desígnio de vida: a dedicação ao conhecimento, à ciência, à academia. É, por isso, com um sentimento muito especial que inicio o meu primeiro ano lectivo do outro lado da secretária do Professor, numa universidade que se tem vindo a afirmar como uma referência não só a nível nacional, mas também internacional, e onde fui maravilhosamente acolhido e integrado, a Universidade da Beira Interior, situada na belíssima cidade da Covilhã. Tenho, assim, a imensa sorte de poder, finalmente, dedicar-me inteiramente a algo que, mais que uma profissão, é uma vocação. Ortega y Gasset, no início de O Que é a Filosofia?, resume bem o meu estado de espírito após as primeiras aulas que leccionei: 

(…) já veremos como no ser vivo toda a necessidade essencial, que brota do próprio ser e não lhe advém de fora acidentalmente, vai acompanhada de voluptuosidade. A voluptuosidade é a cara, a facies da felicidade. E todo o ser é feliz quando satisfaz o seu destino, isto é, quando segue a encosta da sua inclinação, da sua necessidade essencial, quando se realiza, quando está a ser o que é na verdade. Por esta razão Schlegel dizia, invertendo a relação entre voluptuosidade e destino: «Para o que nos agrada temos génio». O génio, isto é, o dom superlativo de um ser para fazer alguma coisa tem sempre simultaneamente uma fisionomia de supremo prazer. Num dia que está próximo e graças a uma transbordante evidência vamo-nos ver surpreendidos e obrigados a descobrir o que agora somente parecerá uma frase: que o destino de cada homem é, ao mesmo tempo, o seu maior prazer.

 

(também publicado aqui.)

publicado às 17:24

No Delito de Opinião

por Samuel de Paiva Pires, em 31.07.17

Hoje, a convite do Pedro Correia, contribuo para o Delito de Opinião com um post sobre a incapacidade crónica para debater civilizadamente de que sofrem alguns académicos que, por defeito, deveriam ser intelectualmente humildes, honestos e pluralistas e fomentadores da civilidade.

publicado às 11:05

17 de Janeiro de 2017

por Samuel de Paiva Pires, em 17.01.17

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17 de Janeiro de 2017 ficará indelevelmente gravado na minha memória como o dia em que concluí o doutoramento. Agradeço aos membros do júri das provas públicas que hoje prestei pelos comentários, críticas e pelo estimulante debate. Aproveito ainda para agradecer novamente a todos os que, de alguma forma, me apoiaram nesta caminhada, em especial à Ana Rodrigues Bidarra, sem a qual esta aventura não teria sido possível.

publicado às 22:06

Provas públicas de doutoramento

por Samuel de Paiva Pires, em 04.01.17

Convido os interessados a estarem presentes nas minhas provas públicas de doutoramento que terão lugar na Aula Magna Professor Doutor Adriano Moreira, no ISCSP-UL, no dia 17 de Janeiro de 2017, pelas 15h00. 

 

O júri será composto pelos Professores Doutores Manuel Meirinho Martins (Presidente do júri), José Adelino Maltez (ISCSP-UL), Cristina Montalvão Sarmento (ISCSP-UL), Miguel Morgado (IEP-UCP), André Azevedo Alves (IEP-UCP), André Freire (ISCTE), Pedro da Fonseca (ISCSP-UL) e Isabel David (ISCSP-UL).

 

A minha tese é subordinada à temática "Tradição, razão e mudança", podem ficar a conhecer alguns breves excertos, que divulgarei ao longo dos próximos dias, no Facebook e aproveito ainda para aqui deixar o abstract:

 

Nesta tese considera-se a relação entre tradição, razão e mudança que marca a modernidade e diversas correntes da teoria política moderna e contemporânea. Esta relação é analisada à luz das ideias de autores liberais, conservadores e comunitaristas, procurando-se contribuir para iluminar divergências e convergências entre estas teorias políticas. Desta forma, as noções de tradição, razão e mudança são abordadas colocando em diálogo as três teorias através de autores que consideramos serem representativos destas e que contribuíram significativamente para a temática em análise, nomeadamente Friedrich Hayek, Karl Popper, Michael Polanyi e Edward Shils, no que ao liberalismo diz respeito; Edmund Burke, Michael Oakeshott e Roger Scruton, por parte do conservadorismo; e Alasdair MacIntyre, no que ao comunitarismo concerne. Procura-se realizar uma interpretação, uma síntese teórica, resultante da sistematização das ideias destes autores e demonstrar que tradição e razão, na concepção do racionalismo crítico ou evolucionista não se opõem e que, na verdade, estão intrinsecamente ligadas, contrariando a tese do racionalismo construtivista de que a razão tem de rejeitar a tradição. No que concerne à componente empírica, procura-se aplicar a abordagem metodológica neo-institucionalista, em particular na sua variante discursiva, combinada com a síntese teórica interpretativa da relação entre tradição, razão e mudança – ou seja, com uma abordagem tradicionalista – à análise da ideia de sociedade civil enquanto tradição, realizando, para o efeito, uma sistematização da evolução deste conceito, evidenciando como foi originado, como foi transmitido e alterado ao longo do tempo, como se cindiu e ramificou em várias tradições distintas, incorporando as tradições políticas liberal e marxista, mostrando que estas duas tradições competiram entre si no século XX e demonstrando ainda de que forma a prevalência da tradição liberal contribui para a crise do Estado soberano.

publicado às 11:59

No seguimento dos meus anteriores dois posts a este respeito, gostaria de fazer novamente um ponto da situação relativamente aos trabalhos de doutoramento, bem como reforçar o apelo a todos aqueles que desejem apoiar a sua conclusão.

 

Conforme deixei patente no meu último post, estou, durante este mês de Janeiro de 2016, a terminar a tese de doutoramento, de forma a poder entregá-la em Fevereiro.

 

A todos aqueles que têm vindo a contribuir para esta iniciativa de angariação de fundos farei chegar a tese logo que esteja terminada. Existem, todavia, algumas pessoas que têm contribuído financeiramente e optado por permanecer anónimas, pelo que, se assim o desejarem, muito agradeço que me contactem para que possa fazer-vos chegar a tese, bem como os ensaios desenvolvidos no âmbito do doutoramento e os recibos de propinas que comprovam a aplicação dos fundos angariados.

 

Encontrando-me agora na derradeira fase do doutoramento, falta apenas reunir €1200 (€700 para a liquidação de propinas e €500 para a entrega da tese), sendo o valor remanescente dos fundos angariados o montante de €340. Assim, permitam-me aproveitar para renovar a mensagem, apelando a todos aqueles que queiram e possam colaborar nesta iniciativa, relembrando que o NIB para o qual podem ser realizadas as contribuições é o 0035 0150 0006 3680 5786 7, sendo também possível contribuir através do PayPal, para samuelppires@gmail.com.

 

Termino assinalando que o facto de ter chegado aqui se deve, no que ao pagamento das propinas diz respeito, ao esforço e dedicação dos que têm contribuído na medida das suas possibilidades. Assevero-vos que, para mim, todo o apoio é inestimável. Por isso, permitam-me, mais uma vez, expressar o meu sentido agradecimento a todos os que têm contribuído financeiramente para esta iniciativa, bem como aos que têm ajudado a divulgá-la.

 

Um excelente ano de 2016 a todos.

publicado às 20:23

Bom Ano Novo

por Samuel de Paiva Pires, em 31.12.15

Não sou de fazer balanços do ano que se finda nem de pedir desejos para o ano que se inicia. Direi apenas que continuei e continuo a desenvolver a minha actividade académica, que em 2015 se reflectiu não apenas na redacção de boa parte da minha tese de doutoramento, como também na leitura dos vários autores que me proponho analisar no capítulo central, sobre a temática da tradição, razão e mudança. Costuma dizer-se que não é o destino que importa, mas a viagem, e esta está quase a terminar. Reservei os dias de férias de 2015 para agora, em Janeiro, terminar a tese. E isto é o que posso prometer a mim mesmo e também àqueles que têm contribuído para o crowdfunding destinado a financiar o doutoramento. Vou terminar a minha tese até 31 de Janeiro. É este o meu primeiro e mais importante objectivo em 2016. 

 

De resto, aproveito para desejar um óptimo Ano Novo aos meus colegas de blog e aos nossos leitores. 

publicado às 13:18

Como é fácil ser de esquerda ou libertário

por Samuel de Paiva Pires, em 30.09.15

Uma das conclusões não oficiais a que cheguei no decurso da investigação no âmbito da minha tese de doutoramento, em que tenho estudado o liberalismo, o conservadorismo e o comunitarismo e as suas interpretações da relação entre razão, tradição e mudança, é a de que, no que concerne aos valores basilares que fundamentam as opções ideológicas, é muito mais fácil ser de esquerda ou libertário do que de direita, isto é, liberal clássico ou conservador. À direita, vemo-nos na contigência de defender os preconceitos, as tradições, as convenções sociais, as mudanças gradualistas e em que o ónus de provar a necessidade de inovação recai sobre o inovador, a evolução social como decorrente da interacção livre de várias mentes numa matriz de crenças e valores, a necessidade de compromissos em política. À esquerda e para o libertarianismo, basta rejeitar tudo isto, acreditar que a realidade humana é uma construção social passível de ser alterada de acordo com desígnios de um qualquer racionalismo - o que Oakeshott chama de "política do livro" - e, no fundo, ter um preconceito contra todos ou quase todos os preconceitos e deixar a evolução social ao critério exclusivo do Estado, para o esquerdista, ou do mercado, para o libertário. Não por acaso, para o esquerdista, o Estado é o principal instrumento a utilizar e o mercado é o principal inimigo a abater, enquanto para o libertário é precisamente o contrário. Um pensador conservador pensa a partir do real, das circunstâncias práticas, sem deixar de criticar a sociedade em que vive, encontrando no Estado e no mercado diferentes esferas da vida humana, ambas necessárias a uma sociedade livre e próspera; um pensador esquerdista ou um libertário pensam a partir de um qualquer ideal e clamam contra tudo o que não se conforma a esse ideal. O racionalismo dogmático ou construtivista do esquerdista ou do libertário que defendem um valor acima de todos os outros em qualquer tempo e lugar, independentemente das circunstâncias práticas, consubstancia a política dos mentalmente preguiçosos.

publicado às 10:28

Declaração de voto

por Samuel de Paiva Pires, em 04.09.15

Votei CDS nas legislativas de 2011, o que não é particularmente surpreendente para alguém que é militante do partido. Escrevi, aqui, um post a elogiar o actual governo aquando da nomeação dos seus ministros. Desiludi-me rapidamente com este governo quando começou por aumentar impostos, contrariando Passos Coelho o que havia prometido durante a campanha eleitoral. De 2011 a 2014, por várias vezes critiquei o governo aqui e no Facebook. Participei, pela primeira vez na minha vida, numa manifestação a 15 de Setembro de 2012, isto é, na manifestação contra as alterações na TSU propostas por Vítor Gaspar. Partilho muitos dos pontos de vista de alguns dos mais destacados opositores deste governo, em particular Pacheco Pereira, que considero de uma inteligência muito superior à esmagadora maioria dos seus detractores e que sempre soube desconstruir muito bem a narrativa pró-austeridade que emana da Alemanha e das instituições que compõem a troika. Considero que ocorreram erros de casting graves, alguns corrigidos entretanto, como Miguel Relvas, outros que ainda permanecem, como Barreto Xavier, o da estapafúrdia lei da cópia privada, ou Bruno Maçães, de quem frontalmente discordo no alinhamento com a Alemanha e no que diz respeito à política europeia, visto que, como defendo em artigo recentemente publicado, creio que Portugal deveria alinhar-se com os países do sul da Europa e negociar alterações de fundo na arquitectura da Zona Euro com os restantes Estados-membros liderados pela Alemanha. Fiz oposição interna a Paulo Portas no CDS, integrando o grupo liderado por Filipe Anacoreta Correia, um homem bom que a convite do Vice-Primeiro-Ministro integra a actual lista de candidatos a deputados pelo círculo eleitoral de Lisboa, em cuja apresentação estive esta semana.

 

Todavia, creio também que existem pessoas com muito valor neste governo e na maioria parlamentar que o suporta, como Paulo Macedo – talvez o melhor ministro deste governo –, Pedro Lomba, Adolfo Mesquita Nunes, Miguel Morgado, Michael Seufert, João Almeida, Nuno Magalhães entre outros. Estou em crer que muitos dos erros em que o governo incorreu se ficaram a dever a alguma falta de coordenação entre os dois partidos da coligação e à falta de eficácia na comunicação política, especialmente nos primeiros dois anos, o que também é compreensível atendendo à situação de emergência que vivemos colectivamente e ao facto de não ser habitual governar em coligação no nosso país. Ao contrário do que este governo fez, parece-me que deveria ter sido muito mais incisivo na responsabilização do PS pelo estado comatoso a que chegámos em 2011, em resultado da mais que desastrosa e pérfida governação de José Sócrates.

 

Pelo meio, durante estes últimos anos, especialmente em resultado da investigação que estou a levar a cabo com vista à conclusão do meu doutoramento em Ciência Política, tornei-me menos liberal e mais conservador, tendo-me distanciado de muitos dos pontos de vista da esmagadora maioria dos liberais que escreve na blogosfera lusa e no Facebook. Talvez isso ajude a perceber por que razão hoje compreendo que, embora a austeridade excessiva seja um erro imposto a diversos países, não havia, com efeito, alternativa ao aumento de impostos para permitir cumprir as metas impostas pelo memorando de entendimento com a troika que, sublinho novamente, intervencionou o país em resultado da governação socialista de José Sócrates. Hoje vejo, como se pode constatar factualmente, que o país está a dar a volta, com o desemprego a diminuir, o défice a diminuir e as exportações e o investimento externo a aumentarem. A dívida pública, em larga medida contraída pelos governos socráticos, estabilizou e temos agora condições para a começar a pagar, processo que levará muitos anos e que nos continuará a impor constrangimentos financeiros inevitáveis. Pude constatar diversas vezes, ao longo destes anos, como utente do Serviço Nacional de Saúde, que este não foi destruído, como erradamente clama o PS, tendo-se tornado, isso sim, mais eficaz e financeiramente sustentável. Preferia que o IRS fosse menos oneroso, preferia não ter de pagar uma sobretaxa sobre os rendimentos do meu trabalho, e preferia que as taxas moderadoras do SNS não fossem tão elevadas, mas compreendo que são medidas necessárias para garantir a sustentabilidade das instituições públicas que servem a nossa nação e, em última análise, em especial no que diz respeito à educação, saúde e segurança social, para assegurarem condições de vida minimamente dignas a milhões de portugueses. Se é este o preço a pagar para que uma nação com quase nove séculos de História continue a fazer parte do grupo dos países mais desenvolvidos do mundo, então assim seja.

 

Este foi um preço pago essencialmente pela classe média, como não poderia deixar de ser. Sendo Portugal um país desenvolvido é apenas natural que a classe média componha a maioria da população e, por isso, sobre ela recaia o preço da austeridade. Saliente-se que os mais desprotegidos e menos afortunados foram efectivamente poupados aos constrangimentos financeiros que a classe média teve de suportar – e bem.

 

Paulo Portas tem toda a razão em apelar à classe média e aos indecisos. Passos Coelho e o líder do CDS revelaram um estoicismo assinalável durante estes quatro anos, que lhes permitiu não só ultrapassar as crises internas da coligação, como também cumprir o acordado com a troika e relançar o país no sentido do crescimento económico. A classe média tem muito a ganhar em manter a actual maioria no poder, mas também os menos afortunados, os empresários, os que todos os dias trabalham para que o país exporte mais e atraia mais investimento.

 

Para além de tudo isto, o governo actual está prestes a fazer história: pela primeira vez na III República uma coligação irá concluir o mandato que se propôs cumprir. Estamos, portanto, em presença de dois partidos que governaram Portugal durante um dos períodos mais difíceis da nossa História contemporânea e que têm, no fim do seu mandato, resultados francamente positivos para mostrar e que justificam o voto na coligação Portugal à Frente. Já o PS apresenta-se a eleições com propostas aventureiras, em especial as concernentes às alterações na TSU e nas pensões, e não pode deixar de ter sobre si o espectro dos anos da governação socrática.

 

Será talvez um lugar comum relembrar a célebre afirmação de Bismarck de que a política é a arte do possível. Ademais, a democracia obriga-nos, frequentemente, a escolher entre o menor dos males. Não existem soluções perfeitas que agradem a gregos e a troianos. Mas por tudo o que escrevi, a coligação Portugal à Frente justifica e merece vencer as eleições de 4 de Outubro.  O PS e António Costa não estão prontos para governar, como atestam as suas promessas irrealistas, ao passo que PSD e CDS constituem hoje um bloco sólido que dá garantias de poder manter o país no caminho do crescimento económico e do progresso social.

 

Termino citando uma formulação clássica de Michael Oakeshott, aqui numa tradução minha, apelando ao conservadorismo que caracteriza a classe média, bem como aos indecisos: “Ser conservador, então, é preferir o familiar ao desconhecido, preferir o tentado ao não tentado, o facto ao mistério, o real ao possível, o limitado ao ilimitado, o próximo ao distante, o suficiente ao superabundante, o conveniente ao perfeito, o riso actual à felicidade utópica.”

publicado às 19:32

"A crise do euro e o trilema do futuro da União Europeia"

por Samuel de Paiva Pires, em 04.09.15

No recentemente editado n.º 4 da Revista Portuguesa de Ciência Política podem encontrar um artigo da minha autoria intitulado "A crise do euro e o trilema do futuro da União Europeia". Trata-se de um artigo elaborado primeiramente no início de 2014 no âmbito da disciplina de Temas Aprofundados de Economia Política Internacional do doutoramento em Ciência Política e posteriormente adaptado para publicação. Além de realizar uma análise da crise do euro até ao início de 2014, esboço um trilema quanto ao futuro da União Europeia que pretende perspectivar os diversos caminhos que esta poderá seguir, em particular no que concerne à Zona Euro.

publicado às 15:24






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