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Em 2008, o sr. Marcos Perestrelo, na homenagem à Bandeira Absolutista
(notem bem o pormenor do azul e branco nas fitinhas)
António Costa está a banhos e não voltou a Lisboa por causa da Bandeira Nacional. Fez bem, até porque o presidente da autarquia, sabe que seria uma insensatez envolver-se no turbilhão de parvoeiras que os "do costume" engendraram. Dando de barato as patacoadas do betinho Rui Tavares - suplente de serviço dos outros ainda mais betinhos (e ricos da mamã) Louçã, Portas, meninas A. Dias e Drago, etc -, concentremo-nos no essencial.
Além do Estado português considerar oficialmente a Bandeira Nacional (azul e branca) como um símbolo histórico - e por isso mesmo intocável - do país, consagra-a todos os anos no desfile das Forças Armadas a 10 de Junho. Ainda há dois meses, esta bandeira foi a última a apresentar-se na parada - destaque supremo! -, transportada por um aluno do Colégio Militar e com todas as honras da praxe prestadas pelos militares, membros do governo e da AR presentes e claro está, pelo teórico comandante supremo, o sr. dr. AC Silva. Assim, deste modo fica este assunto encerrado.
O que se torna bastante risível, é esta fúria contra a Bandeira que significa nem mais nem menos, senão o sistema representativo que a actual Constituição do regime também consagra. Tratando-se de comichosos e sarnentos ataques camarários, a situação atinge as raias do grotesco, pois todos os anos e de forma infalível, os presidentes da Câmara Municipal de Lisboa - ou um seu representante -, dobram a cerviz a uma outra bandeira monárquica, a indevidamente chamada Bandeira da Restauração, exactamente aquela que mais tempo flutuou nos territórios portugueses de aquém e além-mar. Apenas uma nota humorística que terá passado despercebida aos senhores doutos ou arquitectónicos gerentes camarários: é que esta bandeira perante a qual tão humildemente se curvam, é também aquela que acabou por ficar ligada ao que - incorrectamente - se convencionou chamar de Antigo Regime, ou na gíria arrogante dos orgulhosos ignorantes "do costume", o tal famigerado "Absolutismo", Miguelismo, ou "Apostolicismo", etc, etc.
Enfim, este é um acepipe que se serve frio ao sr. Sande Salgado, indo perfeitamente ao encontro daquilo que o aristocrático nome de Sua Exa. sugere: é o que acontece, quando nem sequer se dão ao trabalho de abrir um livrinho da 4ª classe.
E para terminar, aqui deixo a prosa do sr. Marcos Perestrelo (PS), na ora (2008) diante da Bandeira "do Absolutismo" e em representação do dr. António Costa:
“é com o olhar do presente e do futuro que queremos celebrar o passado”. Aludindo aos acontecimentos do dia 1º de Dezembro de 1640 e aos conjurados que os protagonizaram, o autarca lembrou os que “conseguiram vencer a adversidade, afirmando uma convicção, uma vontade e uma coragem maiores que o medo, o cálculo, o interesse ou a comodidade pessoal”, numa acção “na melhor tradição portuguesa e lisboeta da liberdade”.
Marcos Perestrello não deixou de estabelecer paralelos entre aquela época histórica e a actualidade, recordando que a Restauração é uma lição tanto mais importante em “tempos de crise e de desafio, que exigem de nós maior tenacidade, mais coesão, maior ousadia”, defendendo que “o patriotismo de hoje não precisa, para se afirmar, de ser um patriotismo negativo”, mas “um patriotismo positivo”, concluindo com uma citação de Padre António Vieira: “os bons anos não os dá quem os deseja, senão quem os assegura”.
Um monárquico não diria melhor. Talvez ele também o seja e nesse caso, parabéns, camarada!
Afinal é esta, a favorita da Câmara Municipal de Lisboa.