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Enquanto o 1.º de Dezembro e o 5 de Outubro são extintos definitivamente, os feriados religiosos "ficam suspensos apenas por cinco anos, sendo a situação reavaliada no final desse período, ou seja, em 2018", por ser essa a vontade da Santa Sé. Neste vale tudo da "governamentalização da coisa pública no seu máximo de simbólico" (José Adelino Maltez), já que se invoca a vontade da Santa Sé, então e porque não negociar com a imperadora do Sacro Império Germânico a suspensão formal da nossa soberania por 5 anos, a troco de mais uns cobres para manter a cleptogerontocracia vigente? E de caminho, que tal tentar também sacar umas massas a nuestros hermanos, negociando a nossa História e passando a ter manuais de História Ibérica ou coisa que o valha?
Sugiro ainda a leitura de Luís Menezes Leitão, e relembro o que em Janeiro escrevi a este respeito, que podem também encontrar no número 7 do Correio Real:
Por mais que não celebre o 5 de Outubro, infelizmente não partilho da alegria que parece ter acometido alguns monárquicos a respeito da extinção do 5 de Outubro. Primeiro, porque quando a extinção da celebração do 1.º de Dezembro já havia sido anunciada, nada mais restava ao governo senão extinguir também o 5 de Outubro; não o fazer seria ainda mais escandaloso, como escrevi aqui, mas ter extinguido os dois é um acto de violência perpetrado sobre todos nós, portugueses - era uma situação de perda para todos, logo à partida, pelo que o melhor seria nunca ter acontecido. Segundo, porque esta questão está envolta numa demagogia ignóbil passada como economicismo pelos aprendizes de Maquiavel, como se esta história dos feriados fosse realmente resolver os problemas do país quando o estado continua a gastar à tripa forra e sem ser verdadeiramente reformado. Terceiro, porque acabámos todos a ser gozados pelo governo vigente, onde o dividir para reinar parece ser mote levado à letra no processo de gaspar-alvarização em curso. Infelizmente, passou a ser mais importante para alguns monárquicos celebrar a extinção do 5 de Outubro do que tentar preservar o 1.º de Dezembro, assim como para alguns republicanos o contrário também é verdade, quando dever-nos-íamos, todos, ter unido contra o Leviatã, porque, e em quarto lugar e o mais importante, como também escrevi aqui, não compete ao governo, ou pelo menos não deveríamos deixar que lhe competisse, dispor como bem entender de celebrações que pertencem ao domínio da sociedade, que são reflexo dos mitos com que inventámos a nossa nação.