Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Há que pensar nesta hipótese.
O esgoto a céu aberto que o Samuel denuncia no seu post de hoje é apenas uma de entre incontáveis pústulas purulentas gretadas na derme de Portugal desde a tomada de assalto de que o país foi alvo após o 25 de Abril, agravada com a chuva dourada sacada aos contribuintes de outros países a partir da adesão à UE.
Com efeito, nas imortais palavras de Alberto Pimenta, em Portugal o sonho do pequeno filho da puta é ser um grande filho da puta, propósito que os filhos da Revolucinha perseguem com afinco draconiano, ou melhor dizendo, draculiano.
Se eu pudesse caracterizar esta cloaca infecta numa só frase, escolheria dizer que Portugal é a negação do ditado "quem não deve não teme": neste bairro do inferno, é exactamente o oposto que sucede.
Quem é que nunca foi ameaçado por um qualquer sequaz das maiorias vigentes, ao pisar-lhe os calos em diferendo profissional?
Quem é que nunca ouviu da boca de uma ex-namorada o alerta "olha que ele é informático nas Finanças, troca lá uns dados e lixa-te a vida"?
Quem é que nunca se viu ultrapassado numa repartição pública, da mais singela estação de Correios ao Hospital mais apinhado, por um palhaço qualquer vizinho dos funcionários de serviço?
Quem é que pode hoje existir sem saltar um batimento cardíaco de cada vez que o carteiro vem e deposita uma carta registada?
E no entanto nada acontece? A bola e o humor de WC continuam mais fortes que a hemoglobina?
Mesmo quando era inegável o fim que isto ia ter?
Mereceis quanto vier pela porta.