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Chuva não incolor para Saramago

por Nuno Castelo-Branco, em 19.06.11

Embora a novel portuguesa Senhora Pilar do Rio - já traduzimos o nome para uma sonoridade mais lusa - sugira que não tem recebido ajudas, o facto é que o grupo Saramago conseguiu a proeza de dar uso à ex-abandonada Casa dos Bicos. Não sendo uma propriedade privada, imaginamos que a ocupação do edifício público será a título gratuito, assim como terão sido grátis - pagos pelos contribuintes - os trabalhos necessários para a sua adequação a sede. Não existe qualquer oposição, seja ela económica ou ideológica, porque neste blog, sempre pugnámos pela preservação dos edifícios de uma Lisboa cada vez mais violentada por negócios estranhos ao interesse geral.

 

O que não se compreende bem, é esta moderna mania do depósito de cinzas em lugares públicos, geralmente junto às raízes de árvores. Saberá a Senhora Pilar o que isso significa? As cinzas do seu benfeitor serão quotidianamente regadas por águas vertidas pelos foliões* que de madrugada saem das discotecas e bares da zona. Fora o pessoal das tascas. Ácido úrico sobre os despojos do homem, talvez com uma dose de vómito "derivado" do excesso de álcool. Isso até poderá afiar as más línguas, para uma série de comparações com outro tipo de divertimentos profusamente anunciados nas páginas de classificados dos jornais. Outro aspecto, será a satisfação das necessidades da cãozoada transeunte, sempre pronta a aliviar-se nos pneus, postes, bocas de incêndio e agora, infalivelmente, na "árvore Saramago". Os gatos, esses seres limpinhos e discretos, preferirão imitar a Senhora Pilar e escavarão uma covinha para depósito de prendas.

 

Coitado do homem, merecia ter ido para Santa Engrácia!

 

Nem toda a água de rega é incolor, inodora e insípida. No fim de contas, a tal árvore é que paga as favas.

 

*Ainda por cima, ali existe uma praça de taxis. Sabem o que quer dizer, não sabem? Mais alívios.

publicado às 11:54

Saramago só depois

por João Pedro, em 12.08.10
As homenagens artísticas tanto podem ser legítimas e compreensíveis como se podem revestir de um oportunismo com intenções várias, a começar pelas ideológicas. A recente proposta da CDU de de dar o nome o nome de Saramago a uma rua do Porto encaixa-se nas duas. Já a sua recusa pela câmara tanto se pode justificar por ressabiamento político como por sensatez numa altura em que a morte do escritor é muito recente, e dá azo a qualquer aproveitamento ideológico e a análise sem a devida distância. Não me aquece nem me arrefece que Saramago tenha uma artéria com o seu nome no município, desde que seja um novo arruamento e não uma rua central, como os seus camaradas fizeram por breves dias, quando em pleno PREC trocaram os nomes das Ruas Júlio Dinis e D. Manuel II por rua Catarina Eufémia e rua...José Estaline (toponímia que como é óbvio, não colou). Também acho que a desculpa da câmara para não dar esse nome, em "apenas aceitar nomes de cidadãos com ligação directa ao Porto para ruas da cidade", escudando-se numa mais que discutível e limitativa decisão da Comissão de Toponímia, é patética e apenas ridiculariza a cidade. A seguir esse critério,a rua de Camões teria de mudar de nome. Mas se tomarmos em devida conta a decisão da comissão, conjugada com o súbito entusiasmo da CDU na atribuição de novos nomes de ruas, é caso para se perguntar porque é que ninguém propôs os nomes de Sophia de Mello Breyner e de Eugénio de Andrade? Não só tiveram uma ligação directa com o Porto como foram vultos literários ilustres. Curiosamente, os seus nomes não constam da toponímia portuense, ao passo que noutros concelhos, como Lisboa (mais precisamente o miradouro da Graça), ou Matosinhos, já lá estão. Assim, permita-se algum hiato de tempo após a morte de Saramago, dê-se-lhe a devida distância, e já agora, altere-se a bizarra decisão da Comissão de Toponímia. Entretanto, vamos imortalizar Sophia e Eugénio no Porto, como eles merecem. E depois, mas só depois, é que o nome do homem de Azinhaga poderá ser tido na devida conta.

publicado às 15:44

Saramago

por Samuel de Paiva Pires, em 19.06.10

Quando ouvi a notícia da sua morte fiquei apático. Veio-me à memória a única vez que estive na presença do escritor. Dele li apenas a sua última obra, Caim, colocando-a em contraste com o mais recente livro de Dan Brown. Talvez venha a ler outras. Politicamente, discordo em tudo. Literariamente, reconheço que o mundo perdeu um grande génio, de reconhecido mérito internacional - embora o estilo da sua escrita cause em mim aversão. Na hora da sua morte, parece-me que a sua obra perdurará, mantendo a sua memória no etéreo plano dos grandes escritores portugueses e mundiais.  Discordo fortemente, contudo, da colocação no Panteão Nacional - a este respeito, ler o Rui Crull Tabosa.

 

Que descanse em paz.

publicado às 20:18

José Saramago 1922 - 2010

por João Pedro, em 19.06.10
Morreu Saramago. É sem dúvida uma referência literária contemporânea, além de original, e que deve ser enaltecida por isso. Mas não façam dele, como já se ouve, o que manifestamente não era: um "combatente, toda a vida, pela liberdade". Sem esquecer, claro está, que uma referência literária não é necessariamente, uma referência moral. São aliás duas coisas que raramente se encontram numa mesma pessoa.

publicado às 00:07

Saramago em entrevista

por Nuno Castelo-Branco, em 21.10.09

 

 

"Quem vai ler um livro daquela dimensão?" Numa entrevista ao estilo do caranguejo, um passo atrás, outro para a frente e ainda um para o lado, o sr. Saramago deitou uns cubos de gelo na fervença que levou ao lume do fogão do lucro publicitário. Ficámos também a saber que o Corão - e o que dali podia sair -, "não interessa" como matéria de inspiração. Percebe-se...

 

O único argumento que J.S. apresenta nesta controvérsia, cai por terra à primeira solapada: alega que a esmagadora maioria dos católicos não leu a Bíblia, coisa que não deixa de ser uma previsível verdade. No entanto, o que está em causa não é a leitura da mesma, mas o fingimento da não percepção das hipérboles, alegorias  e especificidades históricas, sociais - e até económicas - da época em que os textos foram surgindo. É essa reserva mental que irrita, porque surge como  absolutamente consciente.

 

Patético! Na sua abordagem sobre Caim, também recorre ao "fazer de conta" não perceber a condenação e simultânea protecção divina ao pérfido irmão, condenando-o apenas à expiação mundo fora. Logo depois, denuncia Deus como vingativo e rancoroso e de pouca confiança, não conseguindo Saramago tirar o sentido daquilo que biblicamente se entende por perdão, afastamento da vingativa pena de morte e necessário arrependimento pelo mal cometido. Enfim, o homem não mudou e de Estaline - ou de Alfred Rosenberg, dada a similtude de posições no que à Bíblia diz respeito -, pouco esqueceu ou renegou. Quanto a este tipo de seitas, continua um membro devoto.

publicado às 20:48

A tartaruga da Meseta castelhana

por Nuno Castelo-Branco, em 21.10.09

 

 

 Aqui está uma excelente ideia. Falhada a hipótese russa - que há muito deixou de "pingar" -  e em pleno processo de miguelvasconcelização, surge esta saída airosa e que contentará toda a gente. Seria excelente para os espanhóis, dando-lhes mais oxigénio para os seus orgulhosos, vãos e reservados pensamentos de grandeza. Um embaraço para os seus próprios aliados, Saramago livraria Portugal da sua arrogância e parvoíce,  moralmente auto-defenestrando-se. 

publicado às 10:00

Saramago e São Caim do Kapital

por Nuno Castelo-Branco, em 19.10.09

 

 

A Eneida, A Odisseia, Os Doze Césares, Gilgamesh, O Livro dos Mortos ou o Hino a Aton, são alguns daqueles textos que para sempre ligarão o Ocidente  a um passado que em termos civilizacionais não se encontra assim tão distante, nem no espaço - o cadinho do nosso ethos, o Mediterraneo e a Mesopotâmia - e muito menos ainda, no tempo.

 

A Bíblia consiste numa amálgama de textos, uns destinados a contar a experiência do povo de Israel, outros que foram assimilando aspectos considerados geralmente aceites, como absolutas verdades originárias da história oral dos povos que habitaram a vasta área marginada a oeste pelo Nilo e a este pelo Tigre e Eufrates. O Dilúvio, o sonho da Terra Prometida - este nosso Shangri-la do Ocidente indo-europeu -  e toda uma série de relatos edificantes que estabeleceram um primado ou conceito de ordem moral,  procuravam uma identificação unificadora dos ainda relativamente escassos contingentes humanos, em alguns casos dispersos por um território que à época era infinitamente mais vasto e de difícil acesso para aqueles que quiseram criar raízes, sedentarizando-se. O Êxodo consistiu na lendária base fundamental que uns milénios mais tarde, justificaria a criação de um Estado que se formatou em torno dessa acreditada gesta. Pouco importa se Gilgamesh já tivesse experimentado a enxurrada que dos céus inundou aquele todo o mundo que os semitas, egípcios e até mais a norte os anatólios, consideravam como completo e único. Se o Pai Nosso é fruto da fervilhante criatividade e imaginação de Amenófis IV trasmutado em Akhenaton, a verdade é que hoje surge como a suprema oração, o fio condutor da conversa, ou melhor, do implorar do comum mortal de qualquer uma das religiões do Deus Único .

 

Vestes sagradas, cerimoniais complexos e carregados de fumos de incensos, chamas purificadoras, águas milagrosas e livros erguidos em direcção à luz solar - talvez aquele deus que ainda resiste no subconsciente da maior parte dos homens -, fazem parte de uma tradição que ininterruptamente se adaptou a novos espaços, realidades étnicas - adequando os ritos e a crença ao passado pagão - e geográficas. Loucos de Deus sempre existiram e sempre existirão, numa quase sempre solitária interpretação de um mundo ao qual, soberbamente se julgam destinados a servir como vingadores de um ente superior, basicamente austero e avesso ao negregado hedonismo. Grosso modo, as histórias edificantes focam contextos muito específicos, onde invariavelmente a fixação da hierarquia, a morigeração de costumes, ou a simples necessidade de zelar pela perfeita saúde física das comunidades, impunham as regras a acatar universalmente. Os cataclismos naturais  impuseram  algumas semelhanças entre textos de culturas tão distantes quão diversas em vários continentes. A própria necessidade e expressão artística - muitas vezes fortemente condicionada pelo engrandecimento do poder -, levou à adopção de soluções técnicas que os mais crédulos ainda hoje, pensam ser um elo muito longínquo de um passado comum, outrora ligado por um fabuloso continente perdido pleno de super-homens, afinal, a perdida ponte entre nós e o divino.

 

Bíblias foram queimadas em fogueiras, assim como homens também o foram apenas por acatarem uma versão errónea à luz do oficialismo imperante num certo espaço político e social. O que parece bastante anacrónico e causa perplexidade, é o constante acirrar de posições que de tão irredutíveis se tornam merecedoras da indiferença mais ou menos generalizada. Aqueles que não compreendem - ou fingem não entender - os contextos históricos em que os textos surgiram como uma necessidade para a conformação social, acabam por equivaler-se aqueles outros que à semelhança de autoproclamados filhos de uma das Tribos Perdidas de Israel, vociferam contra os "ímpios" de uma modernidade que não aceitam e querem ver destruída. No fundo, o fanatismo Saramago equivale-se ao de um Menino de Deus, de um Mormon ou de um Hamisch.

 

O caso deste escritor que nestes dias acaba por preconizar o fim da sua própria pátria de nascimento, parece intencional, decorrendo normalmente de um percurso de vida pautado pelo endurecimento da convicção  num destino de predestinado e ao encontro daquele que afinal foi o verdadeiro Mito do Século XX. Pouco lhe importam as histórias, os contos, as experiências e desejos individuais ou colectivos - estes stricto sensu, há que frisar - dos homens que fizeram a pequena e a grande História. O devir de uma supersticiosa certeza, numa constante e maniqueísta liquidação de "inimigos de classe" - descurando assumida e completamente as realidades da inter-permeabilidade entre algumas ou todas -, conduz ao dogma que impõe a destruição do outro. Um dos derrotados do século - e aqui já o alçamos a um muito contestável estatuto que pouco interessa reconhecer ou não -, Saramago finge não ter compreendido a vastidão imensurável de um legado que antes de tudo tenta impor regras onde o conceito de Bem pode ir-se adaptando aos novos tempos e realidades que a sucessão de gerações infalivelmente estabelece.

 

Para Saramago, a Bíblia parece ser um ...manual de maus costumes, crueldade e do pior da natureza humana... Curiosa conclusão que não atende à realidade de outras épocas e á própria necessidade de afirmação da certeza de pertença a um determinado grupo. Apesar disto,  não existe vivalma sobre este planeta, que alguma vez tenha escutado uma só palavra do escritor, acerca dos manuais de brutalidades, das cartilhas que impõem pela mais iconoclasta violência,  a "construção científica" de um outro homem, tão desumano como Moloch ou tão escravizado a uma quimera como os ilotas.  Saramago nem sequer dá conta da clara cópia do preceituado necessário à construção  do seu Novo Templo, de uma religião tão tingida de vermelho como as escadarias sacrificais dos aztecas. Pouco lhe importam que as estórias - disso não passam - edificantes da sua religião versem a denúncia, a opressão do imaginado inimigo ou a acefalia geral em benefício de um imposto dogma. A visão da certeza, do Bem estabelecido pelo Caim da sua Verdade, exclusivamente pertencerá aos eleitos, aos poucos que escolhidos inter-pares, decidem pela amorfa e anónima soma de números em que a humanidade obrigatoriamente se torna, anulando-se como motor da continuidade da própria História.

 

Agarrado ao encharcado lenço de uma derrota que jamais esperou ver chegar, pouco mais resta ao escritor premiado com o Nobel, senão aferrar-se à sua grande certeza: a metálica matéria. No seu caso, o ouro, não em forma de bezerro, mas da vaidade que lhe garante um final confortável e feliz.

 

publicado às 18:43

Juro que nunca pensei

por Samuel de Paiva Pires, em 09.06.09

Vir a citar Fernanda Câncio, mas no que diz respeito ao artigo de Saramago sobre Berlusconi, está cheia de razão. Comungo inteiramente da sua opinião:

 

berlusconi está, do meu ponto de vista, longe de ser um político admirável ou até uma pessoa recomendável. mas confundir juízos políticos ou éticos baseados em atitudes públicas e com relevo e interesse público com frases como 'uma coisa que dá festas, organiza orgias' ou 'acompanhante de menores' e ainda por cima fazê-lo em nome de 'valores que liberdade e dignidade impregnaram a música de Verdi e a acção política de Garibaldi' é provar absoluto desconhecimento dos valores citados. ou, para usar um termo caro a saramago, delinquir. contra a liberdade, a dignidade e a ética, em nome de uns quaisquer 'padrões morais' que só podem arrepiar quem não se guia por cartilhas moralistas e pudibundas e respeita o valor fundamental da privacidade e da liberdade individual.

 

Complementada ainda por Ferreira Fernandes:

 

Berlusconi estava em sua casa e não cometia nenhum crime nela. Se a questão era a do avião oficial usado irregularmente, que publicassem as fotos do avião e de gente que não deveria estar nele e estava (e até há essas fotos). O que é inadmissível é negar o direito à privacidade de Silvio Berlusconi, lá por ele ser o Berlusconi.

 

Execrável é mesmo o artigo de Saramago. Nada que não se esperasse de um comunista primário com "aqueles" valores morais que ele e outros que tais tanto teimam em proclamar  na teoria, e simultaneamente vilipendiar na prática...

publicado às 02:09






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