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José Sócrates detém uma quota-parte da responsabilidade em relação ao sucedido em Alcochete. O facto de andar a fintar a Justiça com artimanhas de toda a espécie, instiga nos demais concidadãos a ideia de impunidade - a noção de que é possível prevaricar, adiar o sistema jurídico à exaustão, e sair em liberdade a tempo de ver a final da Malga de Portugal. Ou seja, os cerca de 50 encapuzados que se fizeram à Academia do Sporting levavam debaixo do braço marretas, mas também teses alicerçadas no argumento "apanha-me, se puderes". Por outro lado, Bruno de Carvalho lembra António Costa, mestre da normalidade pós-flagelo, sem mazelas traumáticas a apresentar. Pedrógão e Alcochete partilham o adjectivo - "foi chato, mas amanhã é um novo dia." Ambas as patologias são afinal a mesma doença decorrente da ausência de verdade e consequência. Assim anda Portugal - há tanto tempo. Se não cuidarem de certas premissas o bico de obra será ainda maior. Costa gosta muito de comissões e autoridades. Venha de lá mais uma para encher o olho.
Algo vai mal no reino da Dinamarca, perdão, dinheiro. É isso, dinheiro. Algo vai mal no reino do dinheiro. Dinheiro marca. Dinheiro marca golos. E a festa está prestes a começar. Aquilo que está a acontecer com os contratos multi-milionários respeitantes à cedência de direitos às operadoras pelos três grandes do futebol, faz parte, na sua essência, da mesma matriz cultural que retrata este país. O vizinho do lado comprou um carro novo, então eu vou comprar um ainda mais novo. A vizinha do lado veste Prada, então eu visto Gucci. E aí por diante. É verdadeiramente escandaloso que um país estropiado económica e socialmente possa dar-se ao luxo, instigado pela ganância do negócio, de se vergar à luz do disparate dos valores em causa. A MEO, a NOS e os demais intervenientes neste espectáculo de centenas de milhões de euros, estão a encher uma bolha especulativa que não se coaduna com a dimensão do mercado nacional de futebol. A matéria extravasa por completo os limites dos relvados, e, na minha opinião, deveria ser tema de grande debate político. O presente governo, campeão do controlo do Estado, sacerdote da regulação bancária e eunuco da especulação financeira, deveria meter a pata nesta poça, mas por alguma razão celestial que nos escapa, não se escuta a sugestão de intervenção preventiva, de acompanhamento razoável do que está em causa. A entidade reguladora dos negócios do futebol (não sei se existe?) deveria medir os contornos destes negócios. Estamos a falar de quantias que certamente não resultam de "dinheiro em caixa", mas possivelmente de veículos de investimento complexos. Ou seja, os mesmos de sempre - os bancos. Nenhuma operadora guarda no bolso estes valores avultados. A haver desastre financeiro das operações em causa, já sabemos quem paga. Desconfio muito que os clubes de futebol e as operadores irão receber o mesmo tratamento distorcido concedido aos bancos falidos, caso as coisas dêem para o torto. Sim, o campo está inclinado. E muito.
Agora que o meu grande amigo Pedro Quartin Graça já cá está, já posso falar do nosso Sporting. Aliás, hoje acordei e pensei finalmente no meu Sporting, porque desde a derrota de sábado que ainda não me tinha dado ao trabalho de pensar no assunto - o que se tornou uma prática recorrente. Nós sportinguistas, estamos habituados a perder sem darmos luta, estamos habituados às fracas ambições que os nossos fracos dirigentes nos têm vindo a incutir, em nome de uma suposta estabilidade financeira, que os únicos resultados que nos trouxe foi ter arruinado o nosso futebol profissional e ter afastado os nossos investidores e patrocinadores. Há 23 anos que não estávamos tão mal e a culpa é única e exclusivamente de José Eduardo Bettencourt e da escumalha, como o director desportivo Costinha, que o ex-banqueiro foi entachando pelo clube.
Esta tropa que para ali anda, ainda não mostrou qualquer resultado e a única coisa que tem feito é vender os maiores activos do clube, ou seja, os nossos jogadores de formação - agora, no mercado de Dezembro, o circo vai continuar, Djaló irá embora sem ter tido oportunidade de jogar esta época, Tales e Grimi devem seguir o mesmo rumo, Izmailov finalmente irá embora e o guarda-redes Hildebrand, escolhido por Costinha há uns meses, também.
No meio disto tudo, o jogador Maniche vem dizer «que não aceito críticas de falsos sportinguistas» - isto vindo de um jogador que se diz sportinguista e que no topo da sua carreira fez questão de jogar no F.C. Porto, voltando ao seu clube de "coração" já fora do prazo de validade e em busca apenas da reforma dourada que o amigo Costinha lhe decidiu oferecer, tal como já tinha feito ao eterno lesionado Pedro Mendes.
Sinceramente, o Sporting não precisa desta canalha, não precisa do Bettencourt, não precisa do piroso do Costinha e não precisa dos amigos velhos do Costinha no plantel. O nosso Sporting precisa de um novo presidente, que se afirme na responsabilidade de ganhar títulos e voltar a fazer do Sporting um grande clube nacional - se isto não acontecer, seremos brevemente um novo Belenenses e a culpa será única e exclusivamente dos sócios, que elegem os seus dirigentes com base no apelido de família.