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Rexpolitik de Trump

por John Wolf, em 13.12.16

 

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Pode parecer um choque politicamente incorrecto, mas de um ponto de vista conceptual e pragmático, a nomeação do CEO da Exxon Rex Tillerson para Secretário de Estado do próximo governo dos EUA, deve ser assumida como uma interpretação de Realpolitik particularmente brilhante. Quase todos os conflitos dos tempos modernos, ocorridos no Médio Oriente, ficaram a dever-se a interesses energéticos digladiantes. Embora tivesse havido sempre o adorno ideológico de um mundo bipolarmente repartido, em primeira e última instância, o petróleo foi o combustível de alianças políticas e dissabores bélicos. Trump realiza um salto indutivo surpreendente. Não é necessário tomar ou largar partidos para constatar este facto. A dimensão inédita da nomeação "atípica" para esta pasta significa diversas coisas. Em primeiro lugar; Trump assume que o petróleo é o tema maior da política externa dos EUA e dos seus principais interlocutores. Em segundo lugar; embora a América tenha atingido a tão desejada independência energética, sendo há uma boa meia-dúzia de anos exportadora líquida de diversas soluções carburantes, a verdade é que tal condição não é passível de ser repartida com rivais - a dependência dos outros é condição basilar para a vantagem geopolítica americana. São ângulos de análise desta natureza que convém resgatar para realizar uma leitura desapaixonada das particularidades em causa desta nomeação. Rex Tillerson terá competências que não são detidas por Henry Kissinger e muito menos por Hillary Clinton. Se a Síria possa parecer um tema desconexo do quadro energético da região, talvez seja boa ideia repensar os vectores que estão em jogo. Lentamente, embora polvilhada de riscos, uma doutrina Trump começa a emergir. O intervencionismo americano, tantas vezes sancionado por diversos detractores de quadrantes ideológicos distantes, parece agora assumir contornos híbridos. Quando Obama se desligou das causas do Médio Oriente, nem mesmo a Esquerda o quis aplaudir, porquanto os resultados práticos da "saída americana" foram, para dizer o mínimo, catastróficas. Vejamos o que o resto do mundo reserva para Trump e a inauguração de uma nova modalidade de política externa menos académica e mais endémica. Ninguém sabe ao certo se Rex será cru ou se é apenas crude.

publicado às 15:45





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