Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Uma coisa é receber um presente embrulhado sem pedir a quem quer que seja (e devolvê-lo!!!). Outra coisa é ser chulo e andar a angariar borlas. Os três secretários de Estado somados não dão grande coisa, mas são efectivamente sujeitos activos desta corrupçãozeca se, o que tudo parece confirmar, andaram a pedir benesses. Sabemos que a geringonça também fez uma viagem de borla do Parlamento para o Governo, que multiplicou um bilhete por três passageiros, e que a constituição da república portuguesa contempla essa possibilidade. Contudo o que está em causa tem a ver com a escala ética. Se três badamecos não se poupam a esforços para ganhar uns cupões da treta, imaginem o que fariam por um prémio maior? A Ética é uma apenas. E não é republicana nem parlamentar. Tem a ver com o sentido de correcção que faz parte do âmago de alguns indivíduos (e de outros nem por isso). O problema é o processo patológico que conduz à lula que escorrega pela goela abaixo, que nos faz passear de Castelo Branco a Paris com a soberba enfiada na casaca. Porque, de robalo em robalo, de selecção nacional em selecção irracional, os políticos revelam a sua genuína ambição arrivista, de regalia VIP e aparência fatela. O poder, pequeno ou farto, confirma a natureza trauliteira dos candidatos. No fundo, estes três mosquiteiros foram apanhados pela picada da sua pequenez. A etiqueta que os acompanha nem chega a ser um preço, não tem valor. É uma divisa miserável.
foto: crédito agência LUSA