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Em A Peste, Camus coloca a dada altura o intrigante Tarrou a confidenciar ao médico Rieux a tormenta que sofre desde que aos 17 anos percebeu que o pai era responsável por assassinar vários indivíduos, em virtude do exercício da profissão de juíz. Trata-se de um discurso brilhante e em certa altura até arrepiante, de uma alma à procura de paz num mundo onde o assassínio é banal e até alegadamente justificado. A extensão desta passagem não me permite colocá-la aqui, mas revelo apenas o final:
«Ao terminar, Tarrou balouçava a perna e batia levemente com o pé no terraço. Depois de um silêncio, o médico soergueu-se um pouco e perguntou-lhe se tinha alguma ideia acerca do caminho que era preciso seguir para se chegar à paz.
- Tenho. A simpatia.»