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Das ondas de indignação nas redes sociais

por Samuel de Paiva Pires, em 31.03.18

 

 

Byung Chul-Han, No Enxame:

As ondas de indignação são extremamente eficazes na mobilização e aglutinação da atenção. Mas, devido ao seu carácter fluido e à sua volatilidade, não são adequadas para a configuração do discurso público, do espaço público. São, para esse efeito, demasiado incontroláveis, incalculáveis, instáveis, efémeras e amorfas. Crescem subitamente e desfazem-se com a mesma rapidez. O que as assemelha às smart mobs (“multidões inteligentes”). Carecem da estabilidade, da constância e da continuidade indispensáveis ao discurso público. Não é possível integrá-las num contexto discursivo estável. As ondas de indignação surgem, muitas vezes, perante acontecimentos cuja importância social é bastante reduzida.

A sociedade da indignação é uma sociedade do escândalo. É desprovida de firmeza, de contenção. A rebeldia, a histeria e a obstinação peculiares das ondas de indignação não permitem qualquer comunicação discreta e objectiva, qualquer diálogo, qualquer debate. Ora, a contenção é constitutiva da esfera pública. E a formação do público requer a distância. Além disso, as ondas de indignação só em escassa medida são identificáveis com a comunidade. Por isso, não constroem um nós estável que exprima uma estrutura do cuidado do social no seu conjunto. E, do mesmo modo, a preocupação dos indignados pouco afecta a sociedade no seu conjunto, porque exprime, em grande medida, um cuidado de si. Daí que, de novo, rapidamente se dissipe.

A primeira palavra da Ilíada é menin - ou seja, a cólera. “Canta, ó deusa, a cólera de Aquiles, o Pelida”, lemos no início da primeira narrativa da cultura ocidental. Aqui, a cólera pode cantar-se porque suporta, estrutura, anima e vitaliza. É o meio heróico por excelência da acção. A Ilíada é um canto da cólera. Trata-se de uma ira narrativa, épica, porque produz certas acções. Distingue-se por isso da fúria que surge como efeito das ondas de indignação. A indignação digital não pode cantar-se. Não é capaz nem de acção nem de narração. É, antes, um estado afectivo que não desenvolve qualquer força potente de acção. A distracção generalizada, característica da sociedade actual, não permite a emergência da energia épica da ira. A cólera, na plenitude do seu sentido, é mais do que um estado afectivo. É a capacidade de interromper um estado de coisas existente e de fazer começar um novo estado de coisas. A actual multidão indignada é extremamente fugaz e dispersa. Falta-lhe por completo a massa, a gravidade, necessária à acção. Não engendra qualquer futuro.

 

(também publicado aqui.)

publicado às 22:20

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Fernanda Câncio está para António Costa, assim como Manuela Moura Guedes não esteve para José Sócrates. Somos quase todos adultos e sabemos como funciona a história da carochinha - uns fazem fretes, outros abrem as pernas, e no fim alguém paga a conta. Moura Guedes foi uma digna e honrada excepção.Todos os regimes têm os seus guionistas de serviço. Gente que parece não ter grandes ligações políticas, mas na verdade anda lá a chafurdar sem dó nem piedade. E existe sempre uma agenda, uma lista de objectivos a atingir, usando os meios mais subtis à disposição. Neste caso em concreto lidamos com algo mais elaborado - sociologias de bolso e algibeira. Um enunciado de pseudo-considerações que emprestam a aura de intelectualidade, mas que no fundo apenas dizem respeito ao avançar de neo-causas ideológicas. Alguém tem de fazer o frete nesta história de igualdade do género. O alinhamento temático da Câncio é descaradamente previsível. Em vez da estupidificação do eleitorado, verificamos a putificação de domínios apropriados para excitar certas vontades ideológicas. Mas há mais. Os jornalistas estão em apuros. O Grupo Impresa daqui a nada usará a expressão layoff e, naturalmente, a competição saudável entre repórteres dará lugar a uma luta sanguinária em nome da preservação do posto laboral. Nesse sentido, Câncio, co-adjuvada por certos palanques partidários, deita gasolina em cima de temas que foram criteriosamente plantados no imaginário de auto-intitulados iluminados políticos. Existe um condão, um fio condutor, que liga a sombra de quem escreve aos desígnios de quem decide. Nestes casos, duvido que a pobrezita tenha tido grande poder de escolha. É do tipo que não bate com a porta. Está tudo bem, desde que lhe dêem cordel.

publicado às 13:15

Simply the beast

por John Wolf, em 15.06.16

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Não são apenas os lideres deste país que jogam contra o seu país. São os próprios jogadores. São os homens e mulheres das artes e letras. São os banqueiros. São os comentadores. São os jornalistas. São os empresários. São os taxistas. São os académicos. São os construtores civis. São os poetas. São os professores. São os funcionários públicos. E provavelmente são alguns bloggers. Existe sempre, em cada uma destas categorias ou classe profissional, um melhor do mundo, um campeão. Sim, jogo à defesa. Naturalmente. Para cada frase ou pensamento que tenha, espero que haja melhores - melhores frases e melhores bloggers. Mas não é apenas em categorias perfeitamente definidas que o bicho do "melhor do mundo" corrói. Na própria matriz social quotidiana de Portugal existe há séculos um certo menosprezo compatriota, doméstico. Não é fácil encontrar quem caminhe ao nosso lado enquanto "igual" com as "mesmas" chances de se superar a si mesmo. São sempre melhores. Ou uma lástima.  O síndrome da Islândia já vem de longe. Existe uma tendência intensamente contraproducente para Portugal ser o seu pior inimigo. Mas desta vez nem Marcelo nem Costa ajudaram. Em Paris assinaram por baixo desse complexo de inferioridade. Repito, não existem melhores nem piores do mundo. Existe vontade, determinação, humildade e 300.000 habitantes. Ou existe presunção, descontracção, sobranceria e 10 milhões de cidadãos. Portugal resiste a interpretar o mundo do modo como este merece ser interpretado. Não existem povos eleitos. Nem aqui, nem na China, nem nos EUA e de certeza que na Islândia não. E não interessa quem são os nossos pais.

publicado às 10:53

Costa, o senhor das moscas

por John Wolf, em 16.10.15

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O oportunismo de António Costa deve ser analisado mais em detalhe. A sua falta de fair-play democrático acarreta consequências em diversas estruturas de natureza política ou sociológica. Ora vejamos. Não sei o que vem escrito na Constituição das Repúblicas Autárquicas, mas imaginemos que a revolta fosse passível de ser deflagrada noutras instâncias e, deste modo, teríamos minorias em sede de Assembleia Municipal, que no culminar de certos resultados eleitorais, decidissem, post hoc, e em conluio, destituir o Presidente de Câmara Municipal eleito por maioria, mesmo que relativa, substituindo-o por outro resultante de uma soma conveniente de maus-perdedores. Gostaria de saber o que o Supremo Tribunal Autárquico teria a dizer sobre o assunto. Ou ainda, se em processos de eleição para presidentes de clubes de futebol, os candidatos que não conseguissem atingir os seus objectivos, apresentassem à revelia do bom-senso e equilíbrio democrático, um presidente-fantasma emergido da bruma combinada de uma aposta múltipla de última hora. Não sei se me faço entender, mas o comportamento da "Esquerda rancorada pelos resultados", viaja para além do domínio da política strictu sensu. O que os socialistas, bloquistas e comunistas estão a fazer, arrasa conceitos comportamentais que resultam da ideia de direito natural. Mexe com aspectos etológicos e acaba por premiar a animalidade instintiva, aquilo que William Golding narra na sua obra O Senhor das Moscas. António Costa já não é socialista. Nem sequer será comunista. Inclassificável.

publicado às 09:20

Portugal VIP

por John Wolf, em 19.03.15

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Portugal é um imenso mar de listas VIP. A expressão Very Important Person é apenas uma outra forma de tráfico de influências, corrupção, se quiserem. Em todos os sectores da sociedade portuguesa existe uma lista VIP. Nas artes e letras, na moda Lisboa e arredores, na banca, na academia e porventura na Autoridade Tributária. E o problema que aflige a nação é que a grande maioria dos seus cidadãos deseja fazer parte da guest list. O mérito que está associado ao VIP vai, deste modo, directamente da sarjeta para o esgoto. Em quase todas as instituições que povoam este país, as práticas são ditadas pelo estabelecimento de um aparelho forte - um conjunto de insiders aprovados em sede de troca de favores e privilégios. Os VIPs tornam-se assim associados importantes para os quadros de poder vigentes. E é isto que está em causa na revisão comportamental a que o país está obrigado. Mas encaramos um grande problema. Ser VIP é fashion. É outro modo de dizer ao compatriota que se é melhor, que se tem um contacto privilegiado. É outra maneira de dar ares de estatuto social, de dinheiro, de património. É ainda um modo de dissimular a profunda ignorância que vinca as faces daqueles que não se interessam pela intelectualidade ou pela cultura, cujos pais honrados até nem sabiam ler nem escrever. Esta síndrome de Vipismo contamina o país há décadas, senão séculos. O macróbio de Castelo Branco, encarcerado em Évora, pode, se desejarmos, corporizar a expressão máxima desse mal. É um VIP ao quadrado, bestial.

publicado às 09:21

Portugal metido numa Burberry

por John Wolf, em 14.02.15

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Não sei qual o dilema que os portugueses enfrentam. Sempre que vou ao supermercado ou à praça para escolher a hortaliça do meu agrado, levo comigo um artigo artesanal - uma cesta. Qual cêntimo nem meio cêntimo para o saco de plástico. Já sugeri a uma simpática gerente do Pingo Doce, que em vez de venderem aquelas sacolas estampadas com a imagem de genuínas cestas, que contribuíssem para a preservação de alguns postos de trabalho do interior deste país e pusessem à venda estes artigos que roçam o belo folclore lusitano. De norte a sul de Portugal encontramos os artesãos que produzem distintas variantes do modelo básico de cesta. Vejam estas do amigo Toino. Mas existem outras considerações de ordem sociológica. A cesta que eu levo dá ares de campo, de não sofisticação, de provinciano que estacionou o burro trajado de albarda à porta do Pão de Açucar. E isso incomoda os portugueses. A sugestão da terra entranhada debaixo da unha, do analfabetismo, das origens humildes. Podemos chamar a esta distorção Síndrome de Sócrates. A doença obsessiva que obriga a ganhar a maior distância possível da imagem de remediado, de borra-botas. Embora seja uma correlação rebuscada, não deixa de ser verdade. Se a Burberry lançasse uma linha de sacolas "fashion hipermercado" tenho a certeza que seria um sucesso. E no meio desta conversa aqui estou eu na fila da caixa de pagamento e só agora me apercebi. Esqueci-me do raio da carteira. Haviam de ver os olhares que me lançaram - desgraçado, nem sequer cinco cêntimos tem para um saco de plástico.

publicado às 09:46

No site da Associação Portuguesa de Sociologia, uma carta que bem poderia ser seguida de uma da Associação Portuguesa de Ciência Política...:


"A Direção da APS tomou conhecimento dos resultados do Concurso Investigador FCT 2012 e manifesta, em carta dirigida ao Presidente da FCT, a sua perplexidade.
A APS entende que os critérios utilizados pela FCT devem ser públicos para que possam ser escrutinados pela comunidade científica nacional.
A surpresa e a estupefação decorrem do facto de ter sido atribuída apenas uma bolsa a um candidato sociólogo, o que manifestamente expressa uma realdiade em contraciclo com a qualidade, o crescimento e o reconhecimento da Sociologia portuguesa. Aceda aqui à carta"

 

Leitura complementar: Denúncia Pública – Dinheiros públicos, favorecimentos e discriminação: a Fundação para a Ciência e Tecnologia.

publicado às 23:36

 

Mario Vargas Llosa, A Civilização do Espectáculo:

 

«A cultura estabeleceu sempre categorias sociais entre aqueles que a cultivavam, a enriqueciam com contributos diversos, a faziam progredir e aqueles que não se entendiam com ela, a desprezavam ou ignoravam, ou dela eram excluídos por razões sociais e económicas. Em todas as épocas históricas, até na nossa, numa sociedade havia pessoas cultas e incultas e, entre os dois extremos, pessoas mais ou menos cultas ou mais ou menos incultas e esta classificação tornava-se bastante clara para o mundo inteiro porque regia para todos um mesmo sistema de valores, critérios culturais e maneiras de pensar, julgar e comportar-se.

 

No nosso tempo tudo isso mudou. A noção de cultura alargou-se tanto que, ainda que ninguém se atreva a reconhecê-lo de maneira explícita, se esfumou. Tornou-se um fantasma inapreensível, multitudinário e simbólico. Porque já ninguém é culto se todos julgarem sê-lo ou se o conteúdo do que chamamos cultura for de tal forma adulterado que todos possam justificadamente julgar que o são.

 

O sinal mais remoto deste processo de empastelamento e confusão progressivos do que representa uma cultura foi dado pelos antropólogos, inspirados, com a melhor boa-fé do mundo, numa vontade de respeito e compreensão pelas sociedades primitivas que estudavam. Eles estabeleceram que cultura era o conjunto de crenças, conhecimentos, linguagens, costumes, vestuário, usos, sistemas de parentesco e, em resumo, tudo aquilo que um povo diz, faz, teme ou adora. Esta definição não se limitava a estabelecer um método para explorar a especificidade de um conglomerado humano em relação aos outros. Queria também, à partida, abjurar do etnocentrismo preconceituoso e racista de que o Ocidente nunca se cansou de se acusar. Porque uma coisa é acreditar que todas as culturas merecem consideração dado que em todas há contribuições positivas para a civilização humana, e outra, muito diferente, acreditar que todas elas, pelo simples facto de existirem, se equivalem. E esta última parte foi o que espantosamente acabou por acontecer devido a um preconceito monumental suscitado pelo desejo de abolir de uma vez para sempre todos os preconceitos em matéria de cultura.

 

A correcção política acabou por nos convencer de que é arrogante, dogmático, colonialista e até racista falar de culturas superiores e inferiores e até de culturas modernas e primitivas. Segundo esta arcangélica concepção, todas as culturas, a seu modo e na sua circunstância, são iguais, expressões equivalentes da maravilhosa diversidade humana.

 

Se etnólogos e antropólogos estabeleceram esta igualação horizontal das culturas, diluindo até à invisibilidade a acepção clássica do vocábulo, os sociólogos, pelo seu lado – ou, melhor dizendo, os sociólogos empenhados em fazer crítica literária -, levaram a cabo uma revolução semântica parecida, incorporando na ideia de cultura, como parte integral dela, a incultura, disfarçada com o nome de cultura popular, uma forma de cultura menos refinada, artificiosa e pretensiosa do que a outra, mas mais livre, genuína, crítica, representativa e audaz.

 

(…)

 

Bakhtin e os seus seguidores (conscientes ou inconscientes) fizeram algo mais radical: aboliram as fronteiras entre cultura e incultura e deram ao inculto uma dignidade relevante, assegurando que o que podia haver neste discriminado âmbito de imperícia, vulgaridade e descuido era compensado pela sua vitalidade, humorismo e pela maneira desempoeirada e autêntica com que representava as experiências humanas mais partilhadas.

 

Deste modo foram desaparecendo do nosso vocabulário, afugentados pelo medo de incorrer na incorrecção política, os limites que mantinham a cultura separada da incultura, os seres cultos dos incultos. Hoje já ninguém é inculto ou, melhor dizendo, somos todos cultos. Basta abrir um jornal ou uma revista para encontrar, nos artigos de comentaristas e articulistas, inúmeras referências à miríade de manifestações dessa cultura universal da qual todos somos possuidores, como por exemplo «a cultura da pedofilia», «a cultura da marijuana», «a cultura punk», «a cultura da estética nazi» e coisas do estilo. Agora somos todos cultos de alguma maneira, ainda que não tenhamos lido nunca um livro, nem visitado uma exposição de pintura, ouvido um concerto nem adquirido algumas noções básicas dos conhecimentos humanísticos, científicos e tecnológicos do mundo em que vivemos.»

 

Leitura complementar: O mito do individualismo extremo do nosso tempoA insustentável leveza da literatura do nosso tempoA banalização da políticaDa arte moderna

publicado às 20:25

Como o individualismo metodológico ainda não chegou a um país onde muitos cientistas sociais são marcadamente positivistas e marxistas, há sempre um sociólogo pronto a dar explicações para os fiascos da esquerdalhada como a fraca afluência de gente indignada: «Elísio Estanque, sociólogo, na qualidade de indignado e de estudioso dos fenómenos sociais: "As pessoas ainda estão paralisadas pelo dramatismo das medidas anunciadas".»

publicado às 16:25






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