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Existe uma frase-chave no artigo do jornal-online Observador: "se as eleições fossem hoje o PS de António Costa teria 43% dos votos, ficando muito perto da maioria absoluta e podendo dar-se ao luxo de dispensar os partidos que o apoiam no Parlamento". Veremos então se o Largo do Rato aproveita a deixa das sondagens para começar a dispensa do BE e PCP. Um lider carismático (mais um) como António Costa já afirmou que está para dura(cell)r, que tem intenções de levar por diante o seu plano bi-quinquenal, a tal estratégia para a década. No entanto, para chegar a solo ao jogo teria de provocar eleições antecipadas. O PS teria de esticar a paciência de Catarina Martins, das manas Mortágua e do Jerónimo de Sousa para que estes interdependentes lhe tirassem o tapete de governação debaixo do rato. Quando saem sondagens nos dias de hoje, penso logo nas congéneres americanas e como acertaram em cheio na vitória de Hillary. As máquinas de propasondagem são ferramentas de trabalho utilíssimas. É só meter a conversa, que o aparelho, a verdadeira geringonça, tritura inconveniências e números desfavoráveis. Essa lampejo de aladino concede três desejos. Um para cada partido da trilogia de governação. O BE e o PCP daqui a nada começam a fazer contas à vida e a chamar de nelo-liberais aos patrões socialistas. Já faltou mais. Têm um belo exemplo de protecção social que está a ser administrada a António Domingues. Mas há considerandos mais importantes. Numa clara bipolarização ideológica da Europa, a ponte de consensos do PS talvez seja a sua única forma de continuidade. Se os conservadores varrerem a Europa e os planos majestáticos de António Costa acordarem de repente para um resgate à luz da protelada dívida a 133% do PIB, e de um serviço de juros incomportável, o PS passa a ser o vilão da fita e abre caminho para outra expressão ideológica em Portugal. Se o PS precisa destas sondagens favoráveis é porque algo vai mal no reino das utopias socialistas.
A uma semana das eleições legislativas há muito pouco que António Costa pode dizer ou fazer para alterar o declínio do Partido Socialista (PS) nas sondagens. O Largo do Rato não soube aproveitar todo o tempo do mundo para recalibrar a sua estratégia política, numa lógica que transcenderia o conceito de legislatura ou ideologia. O PS não soube pensar para além da acção do governo. Construiu o seu edifício de alternativa baseando-se na existência da coligação e na rejeição de quase tudo assinado ou proposto pelo governo. Não soube nem foi capaz de pensar o país pela sua cabeça. As sondagens, que agora começam a asfixiar as ambições do PS, podem ser desconsideradas pelo partido por não serem convenientes, mas António Costa tem sido o principal responsável pela quebra de confiança no seu partido. O primeiro adágio de discórdia foi registado com o modo eticamente questionável como António José Seguro foi varrido da casa. Os portugueses, socialistas ou nem por isso, confirmaram alguns tiques autoritários de António Costa e a mais recente ameaça de chantagem de inviabilização do orçamento do governo acaba por fechar um mesmo ciclo de indisposições que não se coadunam com alguém que diz ser o "único" capaz de abraçar outras forças políticas para ser o genuíno intérprete de uma sociedade civil alargada. Aliás, a esta hora da noite política, qualquer tentativa desesperada de fechar um acordo pré-nupcial com o Bloco de Esquerda (BE) ou mesmo com a Coligação Democrática Unitária (CDU), soaria sempre a oportunismo da pior espécie. Quando António Costa refere o "poder conservador e radical neoliberal" está a falar de si e do seu partido. Foi o PS que demonstrou a sua matriz conservadora ao recrutar velhos conhecidos do seu museu ideológico, antigos ministros caídos em desuso, mas tentados pela hipótese de uma segunda ou terceira chance no jogo do poder. Foi o PS de governos anteriores que promoveu negócios que encaixam na perfeição no conceito de mercado liberal assente na lógica capitalista de negócio. Portanto, parece-me muito feio o PS invocar a sua pureza de estilo quando foi praticante ferveroso de modalidades alheias. Eu sei que sou um mero observador sem direito a aparecer numa qualquer secção de voto, mas tenho opinião formada sobre a matéria e não me coíbo de a partilhar onde e quando entender. Catarina Martins, por seu turno, pode votar à vontade, e sintetizou muito bem o estado de arte socialista: "o PS é a desilusão destas eleições". Quero ver o que ela terá para dizer para a semana quando o desastre for ainda maior do que o sondado. Raios partam as sondagens!
É o que dizem as sondagens. O Partido Socialista está fora da Zona Oiro das legislativas. Seguro não está a rir.
Violência, porrada, baderna, quebra-pau, eu sou contra. Tou fora dessa. Mas esse negócio de sondagem em tempo real também não é coisa mole não, viu?
Por mais que o sr. Balsemão afinfe a coisa segundo os seus interesses, de pouco lhe serve
A sondajocracia é, de feito, um regime bem estranho, que promove, frequentemente, o logro dos cidadãos (des)informados pelo ruído merdiocrático circundante. Não pertenço ao bando dos que esperam, ansiosa e sofregamente, a próxima sondagem confirmativa de uma liderança política pouco cimentada. Isto vale para qualquer partido e personalidade pública. Este pré-conceito deve-se, em grande medida, ao facto de ser filiado, com muito gosto, diga-se de passagem, num partido que tem sofrido agruras indizíveis na relação muitíssimo atribulada que tem tido com as sondagens. O CDS é, de resto, um bom exemplo do tropel de enganos associado à crença em instrumentos de medição da vontade popular que falham, amiúde, em quesitos fundamentais. Vem isto a propósito das últimas sondagens a respeito das eleições autárquicas que ora se avizinham. Ao que parece, o PSD surge em maus lençóis nas principais disputas eleitorais ao largo do país. Em Lisboa, o amanho político cozinhado pelo PSD, com a colaboração irrestrita do CDS, arrisca-se, seriamente, a sofrer uma derrota bem pesada. O edil Costa, sem saber ler nem escrever, está a um passo bem comezinho de manter intocada a sua inglória obra política à frente do município capitalino. No Porto, cidade na qual habito, Menezes, o truão da política nortenha, não tem segura a vitória eleitoral, como muitos auguravam. Rui Moreira, com imenso trabalho e muito prestígio à mistura, numa candidatura ampla e abrangente, vai fazendo o que pode para socavar a candidatura menezista. Estes dois exemplos dizem bem da disputa eleitoral que temos pela frente. As sondagens são um bom indicador, contudo, não significam rigorosamente nada. Mais: é ilusório pensar que os resultados que têm vindo a lume são definitivos. A agitação política nacional importa e muito, no entanto, é bom que não se tome a nuvem por Juno. A fraqueza política de Seara não pode nem deve servir de argumento à putativa desistência da direita lisboeta, que já se antolha uma inevitabilidade. Seria lamentável que assim o fosse. É tempo de arrepiar caminho, traçando de vez uma nova estratégia. No que toca à, para muitos, previsível vitória eleitoral de Menezes, o tempo será o melhor conselheiro. Rui Moreira tem feito um execelente trabalho de campo, expondo argumentos e propondo um programa novo e ousado, para uma cidade que precisa definitivamente de se afirmar - se bem que, aqui ou ali, algumas das propostas aventadas mereçam a minha total discordância. As sondagens dão alento, mas pouco ou nada garantem. A vitória política e eleitoral surgirá necessariamente do suor empregue no esclarecimento das populações afogadas no confisco de uma governação pobre e incompetente. É nisso, e apenas nisso, que as candidaturas que pretendem romper com a governação da pândega terão de apostar: no esclarecimento cabal dos cidadãos, sem frioleiras sondajocráticas a granel.
Em pleno século XXI, esta sãodagem que "tudo mudaria" para o mesmíssimo rotativismo de sempre, informa que os inquéritos foram realizados a agregados familiares com telefone de rede fixa. Fixa? Fantástico... Ah!, e a populares com "mais de dezoito anos de idade". Como é que sabem? E se for a Cátinha ou o Fábinho que acabados de chegar da Secundária, decidiram zelar pelo devir da nação? Já agora, poderiam informar-nos acerca das horas de perscruta de tão prestimoso serviço à Pátria?
Enquanto Cavaco anda "cheio de inveja" do Peru - o crescimento é apenas um detalhe, o pior está no resto -, gostávamos de saber a opinião daqueles que vivem obcecados com sondagens, "faltas de representatividade" semana sim semana não, mudanças de humores ou indignações a retalho.
Há um ano, o normal François Hollande era eleito no meio de grande berreiro e surgia como uma espécie de Maga Patalógika que faria regressar a Europa aos anos 60. Crescimento, welfare State totalitário - de preferência acompanhado por muita dívida, "perna aberta" aos caprichos e abusos mafomistas, baladas, cantorias e nacionalizações que fariam Mitterrand corar de timidez -, república, mais república e se a congestão o permitisse, ainda mais república. Seja lá o que isso queira dizer.
Foi o que se viu. Para os desesperados das quase semanais sondagens Expresso/Católica, aqui estão alguns dados que talvez lhes interessem: o grosseiro, esbanjador e nepotista ex-president venceria hoje sem margem para qualquer dúvida, enquanto Hollande talvez discutisse a segunda posição com Marine Le Pen.
Eleições "já"!
..diria o homem do dia no seu inglês técnico. O problema destas sondagens, consiste na evidência de não passarem disso mesmo: são sondagens e materialmente valem aquilo que se sabe, ou seja, zero.
A afiançarmos as mesmas como coisas divinais, deveria então o país organizar eleições de dois em dois meses. Pelos vistos, a Monarquia Constitucional e a nefasta 1ª República não serviram de exemplo. Mas compreendem-se as embalsemónicas aflições. Com as notícias hoje chegadas de Dublin, o capacho de entrada com que Soarócrates contava foi rapidamente retirado, deixando os apressados candidatos ao "ó tempo volta pra trás", numa situação um tanto ou quanto delicada.
Quantas vezes será necessário repetir? NÃO HÁ DINHEIRO! Precisam de um desenho? Arranja-se...
Já repararam que quem fez a bombástica "sondagem", é precisamente a mesma gente que a poucos dias das últimas eleições, garantia existir um "empate técnico" entre Passos Coelho e Sócrates? Mais ainda, colocava o BE muito acima do BEzinho que das urnas saiu, enquanto o CDS subia... um pouco. Enfim, esta gente deve ter-se esquecido de queimar uns fardos de papel que a sairem à luz do dia, tornam-se em maçadora escabiose.
Mesmo que por milagre os números fossem verdadeiros, apenas ocorre-nos perguntar: e daí?
Aberta que está a guerra da sondajocracia, a Eurosondagem dá 36,3% ao PSD e 32,7% ao PS. Enquanto isso, o CDS sobe para 11,3%. Considerando os habituais erros quanto ao CDS derivados do fenómeno de dispersão do eleitorado, cuja correcção acarreta custos elevados às empresas de sondagens, significa que estará por volta dos 14 ou 15%, a 6 semanas das eleições e com tendência para subir.
Sim, as sondagens valem o que valem. Mas não deixa de ser verdadeiramente impressionante. Como é que Passos Coelho conseguiu esta proeza é algo que me deixa verdadeiramente perplexo - e daí talvez não, se atentarmos nos tiros no pé que este tem dado. Sem dúvida, será um dos mais interessantes estudos de caso da Ciência Política daqui a uns anos. Como conseguiu o líder do PSD na oposição perder 12 pontos percentuais nas intenções de voto, apenas no espaço de um ano, durante o qual um Governo PS liderado pelo pior Primeiro-Ministro das últimas décadas continuou a levar o país para o maior fosso dos últimos dois séculos?
E a sondajocracia voltará à espuma dos dias, nada mais actual do que o brilhantismo de Sir Humphrey Appleby.
Provavelmente a maior piada dos últimos tempos: Sondagem que dá vitória ao PSD não tem validade! Por Claudio Carvalho, via André Azevedo Alves e com a devida resposta de Pedro Magalhães. Já estou como um colega meu do curso de Ciência Política me dizia há pouco, é melhor deixar de ler estas coisas que fico com o sistema nervoso demasiado alterado e não consigo dormir. Por ora não consigo é parar de rir:
A sondagem da Marktest para a TSF e para o Diário Económico, anunciada ontem e que dá a vitória ao PSD “reunindo 32,5 por cento das intenções de voto, contra os 29,4 do PS” é o maior fracasso de todas as sondagens realizadas até ao momento.
(…)
A amostragem não foi feita de forma rigorosa e profissional, logo não é confiável e estando describilizada, de nada se pode inferir quanto aos resultados das Eleições Europeias do próximo Domingo.
(…)
Portanto e, muito sucintamente, a conclusão é que a amostragem foi mal elaborada, logo a validade da sondagem é nula!
Lamento, mas não vencerão o Partido Socialista desta forma, por muito que tentem.
Despeço-me com um abraço, hoje, não na condição de socialista, mas de um cidadão atento… muito atento!
Com este panorama vou profetizar o que irá acontecer até às próximas legislativas, a não ser que ocorra algum evento catastrófico. O PSD continuará a subir até aos 34/35%, o PS vai descer para os 35/36%, e várias hipóteses serão ponderadas dependendo da conjuntura, nomeadamente alianças à esquerda e direita de cada um, entre PSD e PP, entre PS e BE, e num caso extremo, mas muito improvável, também com a CDU. Também se poderia surpreendemente assistir a uma coligação entre BE e CDU, que dependendo das respectivas campanhas e dos deméritos dos restantes, poderão chegar aos 25% em conjunto, o que tornará a ideia de um bloco central muito mais aprazível aos olhos do PS.
Está à vista que o factor Manuela Ferreira Leite veio sem dúvida credibilizar o PSD, apesar das más línguas. Se tivesse que apostar, diria que iremos assistir a uma reedição do bloco central, até porque nenhum dos dois partido conseguirá ter maioria absoluta, e como em Portugal a governação, quer se goste ou não, só é possível com maioria absoluta no Parlamento, o centrão preferirá sem dúvida coligar-se a ter que negociar com os extremos