Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Descobrimos o ponto comum entre os 2 submarinos da Marinha Portuguesa e as contrapartidas que seriam dadas a Portugal pela sua adjudicação: a água. Na verdade este é o hotel cuja reconstrução os 2 submarinos pagarão: o Alfamar Beach Resort, na praia da Falésia, Albufeira. Segundo adianta o “Correio da Manhã” com esta solução, o Ministério da Economia conseguiu obter uma contrapartida total de cerca de 600 milhões de euros, dos quais 150 milhões serão investidos na unidade hoteleira de luxo e os restantes 450 milhões resultarão dos negócios gerados pelo avanço desse projecto. Recorde-se que o total de contrapartidas ascendia a 1,2 mil milhões de euros. O novo contrato de contrapartidas dos submarinos prevê que a Ferrostaal execute dois novos projectos que irão gerar negócios para a economia portuguesa no valor total de quase 800 milhões de euros: aos cerca de 600 milhões de euros gerados pela construção do hotel no Algarve irão acrescer 200 milhões de euros resultantes da compra, por parte da Ferrostaal, da Koch Portugal, dedicada às energias renováveis. Fraquíssimas contrapartidas estas, é o mínimo que se pode dizer.
Chegou à base do Alfeite, o segundo submarino construído na Alemanha. Chama-se Arpão e seria um dos seis ou oito que Portugal devia possuir. Isto, se fossemos um país normalmente bem gerido e cioso do seu espaço territorial-marítimo.
A burranqueira esquizofrenia continua no próximo telejornal. Já agora e só para irritar os excelsos crânios que nos lêem e enviam e-mails insultuosos, há que dizer-lhes que os lucros com o casamento de ontem, já seriam suficientes para pagar integralmente o Tridente e o Arpão.
*Entretanto, os "intelectuais" de escola primária, vão-se divertindo em pré-campanha.
E do anterior post do Nuno, o meu bom amigo João Freitas acaba de ver um artigo seu publicado na Raia Diplomática, dedicado a esta temática. Deixo alguns parágrafos do mesmo:
«Ora, considere-se a situação portuguesa. Um país de pequenas dimensões mas dotado de uma longa linha de costa e de um potencial de ZEE avassalador (não esqueçamos os arquipélago situados em pleno Atlântico) é um país que necessita de se projectar para o mar e assegurar os seus interesses no mesmo – fundamentalmente os económicos e os da chamada defesa passiva, se tivermos em conta a conjuntura política e diplomática coeva. No entanto, é por ter em conta precisamente essa conjuntura que se pode afirmar, com certeza relativa e fundamentando o postulado na explicação perita de quem opera submarinos, que a nossa pátria necessita de uma esquadrilha de submarinos bem equipada e, sobretudo, bem guarnecida.
Numa conjuntura europeia (e também global) em que quem tem a capacidade de defender e assegurar presença nos locais dotadas de recursos e cuja imposição e o ditame político–jurídico é feito porque quem detém o poder real, Portugal deve estar equipado do argumento da capacidade de defender os seus interesses e assegurar presença activa nos locais susceptíveis de conferir vantagem estratégica à nação. O investimento nos submarinos significa exactamente essa possibilidade. Em situação de argumento entre Portugal e as potências europeias, concernente aos recursos de alto potencial económico que, crêem algumas análises recentes, poderão estar presentes na ZEE portuguesa, o nosso país apenas poderá arguir supremacia sobre a exploração do espaço e fiscalização estatal do mesmo se puder afirmar – com conteúdo que consubstancie dita afirmação – que tem a capacidade e os meios de assegurar a defesa dessa zona e a exploração económica efectiva da mesma.»
(...)
«Acresce também fazer menção do caso da partilha de informações. É um facto pouco sabido, mas não por isso irrelevante, que Portugal só tem acesso a informações (a dita ‘intelligence’ na terminologia securitária anglo-saxónica) sobre áreas nas quais se pode realmente projectar e/ou que sejam do seu interesse imediato. Sem submarinos, uma porção (qualitativa) considerável de informações ser-nos-ia como que bloqueada pelos nossos aliados atlânticos; isto sem repetir menção do que foi dito atrás.
Ou seja, os nossos parceiros na NATO, em situação de paz, não estariam vinculados a partilharem certas informações estratégicas e tácticas connosco. Algo que se poderia traduzir numa insegurança acrescida causada pela incerteza. Algo fatal no incremento e manutenção do poder nacional, assim como da prosperidade interna.
Pelo dito, e também porque a compra dos submarinos significa um sinal de dedicação à projecção atlanticista portuguesa na realidade internacional (enviando um sinal aos nossos aliados) e, igualmente, porque se traduz numa capacidade de manutenção da linha de costa acrescida, importa concluir que a compra dos submarinos prefigura uma acção fundamentalmente lógica, necessária e desejável.»
Este texto na imprensa, indicia algo de caninamente preocupante, especialmente quando a notícia de estupro, vem de quem se tornou numa potencial admiradora dos "uiquiliques". Que estranho final de ano de Centenário (ou talvez por isso mesmo, não).
...afinal... segundo Rui Tavares, agorinha mesmo no Prós e Contras, "os submarinos andam para lá perdidos no Exército". Está certo. A Marinha que o diga.
P.s. - Sugere ainda que se vendam os submarinos para combater a crise. A demagogia é uma coisa muito tentadora, de facto.
A histriónica timoneira Gomes, zarpou em célere bolina para preparar o desembarque a mais uma anormalidade que afanosamente o "Esquema" prepara. De facto a desinformação já começou, procurando arranjar mais uns tostões - que a concretizarem-se serão míseros, - com a questão dos dois (repetimos, dois!) submarinos da Armada.
Infelizmente, o truque de prestidigitação é bem conhecido e sempre o mesmo. Os aflitos angariadores de receita combinam a tácticazinha - pois estratégia é coisa que não atingem - e encontram um fogueiro que atire às pazadas o carvão para a fornalha. Da caça à multa ao automóvel e ao pedestre fora das passadeiras, até ao abiscoitar de mais uns trocos à conta da desonra nacional por incumprimento contratual com agentes comerciais de uma grande potência - a quem algo devemos -, vai um passo. Os jornais reproduzem a cacofonia e as televisões idem aspas. Está criado o caldo necessário para que com este ou aquele condimento encontrado em qualquer prateleira de recurso, se sirva ao crédulo espectador a ideia da "inutilidade" que a Defesa representa para Portugal.
A timoneira Gomes está toda encanitada pela imaginosa perspectiva de os almirantes da Armada não serem patriotas, embora lhes deva - ela e tdo o restante "Esquema" pluripartidário - as mordomias que gostosamente vem auferindo desde os tempos em que oportunamente largou amarras do MRPP, atracando o seu rotundo casco noutro cais mais prometedor. Após a necessária reconstrução e carenagem, eis a antiga traineira transformada em carraca novinha em folha, pronta para um rebaptizar, tal como se fazia nos bons tempos em que os navios de linha saíam em série da doca das Ribeira das Naus.
Diz a dita cuja que os almirantes "são vistas largas e superficiais, nos contratos de aquisições de equipamentos de defesa que explicam o afundamento das capacidades submarinas e outras capacidades militares em Portugal (...) são desperdiçados em equipamento supérfluo (toma-lhe o leme, Senhor, porque esta carraca não conhece as águas em que navega!) e/ou mal comprado (...) são desviados, em parte, para pagar comissões e luvas em esquemas de corrupção".
Os almirantes são "vistas largas", num país de "Esquemáticos" de vistas curtas. Eis a grande diferença.
Regateirismo por regateirismo, ela lá deve saber do que fala. A experiência própria, o aumento de peso - político e de tonelagem -, poderá explicar muita coisa. Se a timoneira Gomes sabe de algo, que fale e já, até porque do "lado de lá" responderão em tiros de bordada. Terminando e em tira-teimas, vem de dedo em riste desafiar a tropa, perguntando ..."quem afinal, tem sentido de Estado e defende a Pátria? Quem mergulha diante de corruptos lusos ou germânicos, ou quem os defronta e procura afundar?" Como se fosse ela ou gente do "Esquema"...
Hilariante, estes navegantes do champanhe alheio e que não têm a mínima noção das águas que cruzam. Ficam-se pela navegação à vista. A timoneira Gomes que comece por contabilizar aquilo que o "Esquema" engendrou nas chamadas E.P's, e tome boa nota que apenas a RTP, TAP, EDP - entre dúzias e dúzias de "esquemas" fundacionais, de estudos em gabinetes e outros acessórios da moda -, além dos desperdícios de fundos nos quais gulosamente participaram muitos dos seus colegas - do seu e dos outros partidos -, teriam dado para renovar uma grande parte da Armada. Sempre queremos ver quantos "esquemáticos" seus colegas nas bancadas, terão beneficiado com a pescaria.
E querem estas pretensas tágides anexar nada mais, nada menos, senão uma gigantesca área marítima no Atlântico Norte?! Uma espécie de Mapa Cor de Rosa no meio do Atlântico?! Com que meios?
O berreiro típico duma truculenta síntese do eixo Bolhão-Ribeira, poderá ter obtido os seus resultados junto de gente pouco habituada a essas originalidades gastronómicas servidas em terrinas fumegantes. Na sua circunspecção asiática, os indonésios talvez tenham mostrado largos sorrisos à excitada servidora de manjares liquefeitos e na tradicional postura do encolher de ombros, deixaram-na ranger a dentuça à sua vontade. O que havia para tratar, fizeram-no com a administração Clinton, como se sabe. O fogo de Santelmo do costume.
Era isso mesmo que acontecia outrora, quando a patroa abandonava a cozinha abanando a cabeça, enquanto a sopeira resmungava contra horários, preços de géneros, tricas com a criada de dentro, folgas para folguedos e outras transcendentes preocupações. No entanto e para regalo de todos, a sopita lá vinha para a mesa.
Questões de mercearia, questões republicanas em ano de centenário da vergonha.
Foi ontem lançado ao mar o primeiro dos dois submarinos Trident da nossa Armada, fabricados na Alemanha. Após a algazarra dos tempos eleitorais que antecederam a actual maioria, estava piamente convencido de que a autoria da encomenda e compra pertencera ao governo de Durão Barroso /Paulo Portas. Afinal, o trato foi feito em plena época Guterres (1998) e anteontem - o seu a seu dono -, o primeiro dos submersíveis foi lançado à água, em fase de acabamento. A madrinha é Alda Taborda Gama, filha do saudoso dirigente da Nova Monarquia, Dr. João Taborda. Numa cerimónia com o inconfundível e já esquecido ambiente de um certo passado, Jaime Gama e a mulher lá representaram o Estado. Tenho Jaime Gama em conta como um homem de bem e patriota. Seria interessante conhecer o seu pensamento acerca da controvérsia U-Boote que encheu resmas de jornais nos anos transactos.
Apesar de todas as explicações profusamente dadas pelas entidades competentes do sector, custa-me a crer na verdadeira necessidade desta aquisição, pois o preço e a funcionalidade dos submarinos é muito discutível. Conhecendo os casos em que as nossas Forças Armadas Portuguesas periodicamente se envolvem - intervenções na Guiné ou Timor, por exemplo -, não teria sido melhor - e mais económico - produzir o tal navio polivalente, capaz de conseguir a projecção de forças terrestres e aéreas? A propósito, quanto terá custado ao reino vizinho a construção dos porta-aviões Príncipe de Asturias e do novo Juan Carlos I? Comparemos ...
Quando da aquisição - ou melhor, refundação - da Armada Portuguesa nos anos trinta, o regime adquiriu unidades funcionais e outras - os avisos - para "mostrar bandeira" nas colónias. Foi uma escolha acertada e dentro das capacidades financeiras do país.
A aquisição de fragatas à Holanda - caras e usadas - deixa-nos uma sensação amarga do conhecido e nacional método de encontrar soluções paliativas. Sou um leigo na matéria, é verdade, mas dado o tipo de relacionamento histórico que temos com aquele país, é com verdadeira repulsa que encaro qualquer compra naquela parte baixa da Europa. Sei bem quem são, o que dizem e pior, o que de nós pensam os batavos. Lembro-me bem deles em Moçambique e na África do Sul. Más companhias.