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Cessar-fogo no Sudão do Sul

por FR, em 24.01.14

«Na noite de 15 de Dezembro começara o conflicto. Os primeiros relatórios indicam uma revolta interna dentro do exército, tiroteio pesado num dos principais campos militares de Juba, e uma suposta tentativa dos militares revoltosos se apoderarem de um dos principais depósitos de armamento do Sudão do Sul. A situação na capital, ainda confusa nas primeiras horas, rapidamente evolui e alastra-se por toda a cidade, as linhas telefónicas são cortadas e durante quase três dias o tiroteio segue pesado e ininterrupto, e apenas militares se movem nas estradas, enquanto que grande parte da população, desesperada, procura proteger-se do caos que se instala em Juba.

 

(…)

 

Juba torna-se rapidamente irreconhecível: lojas, restaurantes e hotéis estão fechados, o movimento é quase inexistente, e o ruído dos disparos torna-se parte do dia-a-dia, apenas interrompido pelo cantar dos pássaros. É uma experiência curiosa, quase hipnotizante - já o constatara em Kinshasa, em Kampala, em Bujumbura, em tempos de guerra - escutar os disparos de uma Kalashnikov, de uma Heckler&Koch, de uma Lee-Enfield, ao som da melodia de um estorninho, de um pardal, de um francolim.»

 

Poucas horas passadas sobre o acordo de cessar-fogo no Sudão do Sul, deixo-vos a ligação para um artigo publicado esta manhã no blogue Maghreb / Machrek do Expresso, com um agradecimento ao Raúl M. Braga Pires pela publicação.

publicado às 08:39

A Crise no Sudão do Sul I

por FR, em 19.12.13

À meia-noite de Domingo, ao som de rajadas de AK-47 e explosões de RPG, apareceram os primeiros sinais daquilo que quase todos no Sudão do Sul têm evitado admitir ser possível: um cenário de guerra civil.

 

Ainda há três semanas, em entrevista para a Antena1, eu referia com optimismo o facto de que uma gravíssima crise política que ocorrera dois meses antes, em que todos os ministérios do governo foram dissolvidos, não havia resultado numa escalada de violência no país, algo que muitos julgariam inevitável. Ontem à noite, ao telefone com o mesmo canal, tive de admitir que o entusiasmo de então se provara indesmentivelmente precoce.

 

Evitável ou não, foi precisamente um escalar de violência o que sucedeu, mas só três meses mais tarde. Domingo à noite, forças militares leais ao ex-Vice-Presidente Riek Machar, e essencialmente da tribo Nuer, apoderaram-se de dois depósitos de armas na capital do país, instalando o caos pela cidade. Quanto às motivações e intenções por detrás dos grupos armados muito se tem especulado, chegando até a colocar-se a possibilidade de esta situação ter-se gerado a partir de um mero, infeliz, mal-entendido. No entanto, a realidade é que a força de resistência ao governo está em marcha e, se a violência em Juba diminuiu substancialmente a partir de Quarta-feira, mais a Norte, na cidade de Bor, o exército leal ao Presidente Salva Kiir, de etnia Dinka, perdeu totalmente o controlo da situação.

 

Numa altura em que se receia que estes grupos possam marchar de Bor a Juba, invadindo e tomando a capital, está a concluir-se o processo de evacuação das embaixadas Americanas e Europeias, bem como de grande parte do pessoal civil residente em Juba. Juntando o útil ao agradável, muitos expatriados irão afinal ter a oportunidade de passar o Natal em casa, algo que decerto terá pesado nesse rápido processo de decisão para sair imediatamente do país.

 

Sendo que a Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul não comunicou ainda qualquer intenção de evacuar sequer o seu pessoal não essencial, os próximos dias serão cruciais para poder perceber-se se esta situação irá transformar-se numa crise profunda, ou se o Presidente Salva Kiir terá a capacidade de gerir o problema, seja pela força ou pelo diálogo.

publicado às 11:37






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