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Um Homem decente, um amigo de Portugal

por Nuno Castelo-Branco, em 13.10.16

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Tal como os tailandeses, tenho um retrato dele à entrada de minha casa. Muitas vezes visitei a Tailândia, a última das quais no já longínquo ano de 2001. Daquele país apenas trouxe boas recordações, numa parte do mundo bem conhecida pelas más novas que de norte a sul e de oeste para leste desde há muito nos chegam, mercê de regimes espúrios e mortíferos conflitos invariavelmente engendrados noutras latitudes.


É um país de contrastes, tanto aqueles ditados pela sua geografia como os outros que se devem à multiplicidade cultural que tendo como base o Sião que a nossa velha história bem reconhece como sendo o equivalente à nossa aliada Inglaterra na Ásia, já no século XX e devido a imperiosas necessidades de afirmação externa e garantia da inviolabilidade de fronteiras, transformaram o antigo reino em Prathet Thai, o "país dos homens livres", a Tailândia. 

 

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Nunca tendo sido colónia de qualquer potência europeia ou sofrido longa ou directamente a suserania de outrem, o velho Sião é povoado por gente orgulhosa daquilo que a sua história representa. A enorme maioria pouco se impressiona com os modismos que varrem o planeta e abraçando com entusiasmo a modernidade material, aferra-se às suas tradições como garantia identitária que irmana budistas, muçulmanos  e cristãos em torno da instituição por todos olhada como suprema e muito dificilmente contestável: a Monarquia.

Golpes, contra-golpes, políticos eleitos ou auto-nomeados para logo após caírem no esquecimento, têm-se sucedido na gestão dos assuntos correntes. O país atravessou os difíceis anos da Guerra da Indochina, onde outras duas monarquias baquearam devido à intromissão de potências externas, ditando isto o eclodir de massacres, fomes endémicas, genocídio, miséria material e o arrasar de património para sempre perdido. Tal não sucedeu na Tailândia e embora a muitos isto possa parecer como mais um daqueles acasos da correlação de forças entre as super-potências, a verdade é outra, bem presente no vasto território que tive o prazer de tantas vezes visitar e onde durante meia dúzia de meses vivi, precisamente no cinquentenário da ascensão ao trono de Rama IX. 

Muito lhe deve o país. Para além da infindável lista de actividades que incansavelmente exerceu ao longo de mais de meio século - na agricultura e pescas, boa gestão dos solos, protecção da vida selvagem, irrigação, cultura e preservação das actividades tradicionais que como a seda afamaram o reino em termos internacionais, assistência aos órfãos, educação popular que faria cair o anafabetismo para os residuais 1% da população, na saúde popular e no combate à malária e à sida, na música, fotografia, museologia -, Bhumibol Adulyadej palmilhou a sua terra como nenhum outro, visitando de imprevisto os lugarejos mais longínquos e sentando-se no chão com os camponeses, ouvindo o que lhe tinham para dizer. Nunca alguém o terá visto a fazer o mesmo a qualquer um dos grandes deste mundo ou a um dos milhares de políticos que momentaneamente poderosos pareciam pôr e dispor dos destinos daquele reino. Pelo contrário, o mundo um dia assistiu atónito ao quase kaow-toei de dois militares desavindos, perante um monarca de semblante momentaneamente severo e que naquele momento defendeu diante de todos o seu povo. Há imagens que ficam e esta é talvez a mais capaz de impressionar os ocidentais. 

 

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É hoje um dia triste, não apenas para a Tailândia como para o resto do mundo num momento de incerteza geral. Quando nos chegam notícias que ininterruptamente ameaçam colocar ainda mais mediocridades absolutas em cargos de decisão que a todos afectam, o desaparecimento de Rama IX deveria por um momento fazer-nos pensar acerca daquilo que nos cerca.  A grandeza do homem é inegável, o mundo inteiro sabe o que ele significou e reconhece-o, tal como acabou de fazer do alto do seu púlpito na ONU, o também simbólico Ban Ki-moon.

Portugal é pela generalidade dos tailandeses olhado como uma potência histórica, a primeira e talvez única potência europeia que leal e abnegadamente tantos serviços lhe prestou, ali deixando vitais laços de sangue que ainda perduram. Por isso mesmo estranharei se o governo de Lisboa não agir em conformidade com o momento. Como acima disse, a Tailândia é para a nossa história na Ásia, um continente em ascensão, aquilo que para todos os portugueses significa a Inglaterra. Aja então com sageza e rapidamente. 


publicado às 14:41

Racismo governamental

por Nuno Castelo-Branco, em 06.02.16

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Vietnamitas e tailandeses, estão em Portugal aos milhares. Quem deu por eles? Em Lisboa e nas principais cidades, ninguém. Nos campos, sim, estão um pouco por todo o lado. Não fazem exigências absurdas e despropositadas, não se "ofendem" com ninharias, são gratos a quem os acolhe, os seus locais de culto não pontilham a paisagem, ninguém os teme. São laboriosos, discretos e modestos. Pois mesmo assim, pagarão muito caro por todas essas virtudes.

Pelo que se diz, o sr. Costa pretende substituí-los por outros*.

Resta-nos saber que tipo de pressão o governo português exercerá sobre as empresas hortícolas e frutícolas para obrigar o patronato a recambiar para o sudeste asiático aqueles trabalhadores que aqui chegaram de uma forma tão discreta quanto eficaz. Os empresários que se ponham em guarda e ajam em conformidade com os seus interesses corporativos. Por caminhos ínvios, garantirão assim a segurança nacional. 

Os tailandeses são um povo pacífico, orgulhoso da sua quase ininterrupta independência histórica e para cúmulo, quase ombreiam a Inglaterra como um dos nossos mais antigos aliados. Aliás, a seguir aos ingleses, são o país com quem Portugal mantém a mais antiga aliança formal que já data de cinco séculos.

Os vietnamitas são aqueles que a esquerda, exultante há quarenta anos pela fragorosa derrota que impuseram à superpotência dominante, aclamou como povo heróico. E são, há que reconhecê-lo.

 

Pelos vistos algo mudou e o desesperadamente arrogante sr. Costa recorre ao mais baixo dos artifícios para levar avante a sua política. Nem sequer dá conta dos conflitos diplomáticos que poderá provocar. Conflitos diplomáticos? Sim, não apenas com a Tailândia e com o Vietname, mas com uma grande potência do mesmo âmbito geográfico. Com cada vez maiores interesses económicos - logo, políticos - no  nosso país é certo que não estará interessada em ver mais um Estado europeu vitimado por sobejamente reconhecidos trouble makers

Se fosse embaixador do Reino da Tailândia ou da República do Vietname, informaria o meu governo e de imediato exigiria explicações e um recuo formal ao Palácio das Necessidades, pois o racismo  também é isto: afastam-se pessoas devido à sua origem e incapacidade de directamente retaliar.  

* A pedido de Bruxelas, Passos faria precisamente o mesmo. 

publicado às 21:35

Tatuagens

por Nuno Castelo-Branco, em 13.09.14

Pelo formato do escudo nacional, este foi "um dos nossos"

 

Há mais de vinte anos, numa viagem a Bangkok, deparei com uma grande casa de tatuagens mesmo junto ao hotel onde me hospedei durante uns dias. A sala das picadas era uma never ending procession de turistas, sobressaindo os norte-americanos. Dali partiam com a pele cuidadosa e esmeradamente  bordada com flores, stars and stripes ou os já então inevitáveis dragões orientais. O angariador que permanecia horas a fio à porta do estabelecimento, perseguia os farang - estrangeiros - com um caderno de desenhos à escolha. Bastas vezes comigo tentou a sua sorte e sempre ciente da negativa, um dia deu tudo por tudo e exclamou:

- "Fô iu Sâ, uí héb niu dizáin"

 

Curioso pela proposta, quis ver o novo projecto indelével. Consistia ele num código de barras a tatuar onde me aprouvesse e nele se incluiria o meu grupo sanguíneo.

 

Era uma boa ideia, mas recusei-a da forma mais polida e sem o aventar de qualquer preconceito. Ainda estávamos longe da moda do século XXI.

publicado às 08:29

Dia Nacional da Tailândia

por Nuno Castelo-Branco, em 05.12.12

Como todos os anos, uma multidão a perder de vista. Noutros países, há quem se esconda e solitariamente coma seu Bolo Rei.

publicado às 14:00

Rei da Tailândia Bhumibol Adulyadej completa 85 anos

por Pedro Quartin Graça, em 05.12.12

Veja o vídeo aqui.

publicado às 13:17

Ataque à Sala Thai

por Nuno Castelo-Branco, em 13.05.12

Claro que era de esperar. Bem "guardada e situada", a Sala Thai já é um alvo da habitual depredação que a nossa gente dedica aos monumentos. Há uns dias, um bando de miúdos jogava à bola dentro do espaço e chamados à atenção, tiveram o descaramento de dizer que ..."esta coisa é boa, até tem balizas para os guarda-redes". As "balizas" estão à vista e  numa oportuna interpretação da Sala, dão acesso ao recinto. No chão já existe uma grafitada e também já faltam alguns dos embutidos. 

 

Nada de espantar, até porque assim que se anunciou a chegada desta prenda, aventámos alguns locais onde poderia estar em segurança. Não quiseram saber e o resultado está à vista de todos. 

publicado às 10:32

Sem "Cosa Nostra"

por Nuno Castelo-Branco, em 29.04.12

"Nos tempos que correm, da plutocracia desvairada, da arte-negócio e das "indústrias culturais", é quase impossível que homens destes surjam. A arte, a cultura e o ensino são aristocráticas por antonomásia. Ai de quem os queira transformar em meras mercadorias. Aqui está o epitáfio da cultura."

publicado às 12:56

Palácio de Belém falha protocolo?

por Estado Sentido, em 18.02.12

 

No próximo dia 21 de Fevereiro, será inaugurado o monumento Sala Thai, excepcional honra concedida a Portugal pelo Reino da Tailândia. No âmbito da celebração dos 500 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países, a Casa Real tailandesa será representada ao mais alto nível pela Princesa Maha Chakri Sirindhorn que no protocolo daquele Estado, substitui Sua Majestade o Rei Bhumibol Adulyadej.

 

As relações de Portugal com aquela potência asiática, situadas no quadro da viragem da política mundial que se vai centrando no âmbito das margens do Pacífico, revestem-se hoje de uma extrema importância, facto que o Palácio de Belém não poderá ignorar. Seria desejável a máxima representação do Estado naquela cerimónia que dentro de poucos dias decorrerá em Belém, mas existem informações absolutamente fidedignas acerca de mais uma não-presença presidencial naquele acto. A Chefia do Estado é antes do mais representativa e protocolar, assim se entendendo o seu alegado caracter supra-partidário e simbólico. Embora reconhecendo-se a quimera deste distanciamento numa forma de representação republicana cujos limites são bem conhecidos, a Presidência da República deveria esforçar-se por entender o peso de uma história que conta perto de um milénio. Marcando sempre posição em qualquer reunião empresarial ou do restrito mundo da plutocracia de elite, a Presidência da República tem ignominiosamente descurado os seus deveres protocolares, precisamente aqueles que não se compadecem com crises económicas ou apetites de sector, seja este político ou financeiro.

 

Sabemos que o Ministério dos Negócios Estrangeiros procedeu a diligências no sentido de proporcionar a máxima dignidade ao acto. Quando do planeamento da visita da Princesa Sirindhorn, causa estranheza não ter sido prevista uma visita real à iniciativa mais relevante no âmbito das comemorações do V Centenário. Encontrando-se patente na Biblioteca Nacional de Lisboa a importante exposição documental alusiva às relações entre Portugal e a Tailândia, o Estado deveria ter incluído uma visita à mesma.

 

O Portugal de sempre estará representado nesta excepcional honra que o Reino da Tailândia presta ao seu mais antigo aliado europeu. Na pessoa de S.A.R. o Duque de Bragança, o sucessor do Rei D. Manuel I que há cinco séculos com o Rei Ramathiboti II iniciou as relações luso-siamesas, o nosso país em Belém terá o seu representante legítimo e livre de peias, temores ou más disposições de circunstância.

 

Pedro Quartin Graça

Miguel Castelo-Branco

Samuel de Paiva Pires

Nuno Castelo-Branco

publicado às 15:18

Princesa tailandesa Maha Chakri Sirindhorn visita Portugal

por Pedro Quartin Graça, em 11.02.12

Por ocasião da comemoração dos 500 anos de Relações Diplomáticas entre a Tailândia e Portugal, visita propositadamente o nosso país no próximo dia 21 de Fevereiro a Princesa Real Maha Chakri Sirindhorn, filha do rei da Tailândia. Historiadora, educadora e música, é embaixadora de boa-vontade da ONU para o desenvolvimento do Sudoeste Asiático. Sinal do profundo respeito que a Tailândia nutre pelo nosso País, a vinda da Princesa Maha Chakri Sirindhorn a Portugal é reveladora do enorme empenho tailandês no desenvolvimento de profundas e duradouras relações de amizade com Portugal.

A visita terá, entre outros, como marcos relevantes, a inauguração de "um monumento que celebra as relações entre Portugal e a Tailândia. Uma peça única que embelezará Belém, merecendo todo o cuidado e atenção por parte do Estado. A Sala Thai, é um dos quatro exemplares existentes fora daquele país asiático e a sua oferta a Portugal, consiste numa extraordinária atenção ao nosso país.", como bem refere Nuno Castelo-Branco em oportuno post aqui mesmo publicado, e ainda uma sessão cultural a ter lugar no Auditório do Museu do Oriente na tarde desse mesmo dia.

A Portugal cabe agora receber ao mais alto nível tão ilustre visita.

publicado às 12:45

Foram meses de esforços colectivos mas o resultado final compensou. Decorrendo este ano 500 anos sobre a data em que se iniciaram as relações diplomáticas entre Portugal e o então Reino de Sião, mal seria se o Parlamento de Portugal não se associasse de alguma forma a este marco histórico, por via da criação de uma entidade que servisse esse propósito. Pela mão amiga do deputado José Ribeiro e Castro (ex-Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros da Assembleia da República) tal desiderato foi possível e é com muito gosto que anuncio nas páginas do Estado Sentido e em todas as redes sociais a criação formal do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal - Tailândia, constituído por representantes dos diversos partidos parlamentares. Mais uma forma, ainda que modesta, de expressar aos nossos amigos tailandeses o carinho que Portugal por eles nutre. Mais feliz a data porquanto se concretiza nas vésperas do 85º Aniversário de S.M. o Rei Bhumibol Adulyadej, no próximo dia 5 de Dezembro.

publicado às 18:57

Cheias na Tailândia: foram avisados há décadas!

por Nuno Castelo-Branco, em 26.10.11

O desastre das inundações na Tailândia, remete-me para uma visita que há uns vinte anos fiz à Tailândia, quando li um então  recente discurso do Rei Bhumibol Adulyadej. Apontava os problemas que o país teria de enfrentar num futuro não muito distante, mercê de uma errada política de desenvolvimento. Além de manifestar a sua apreensão pelo desmesurado crescimento de Bangkok, criticava com severidade a destruição dos canais que desde a fundação da capital, tinham dado forma ao aglomerado urbano e servido perfeitamente como vias de circulação de pessoas e bens, evitando o tráfego rodoviário privado e as mazelas decorrentes da poluição. As opções dos governos foram outras e assistiu-se a um intenso processo de construção em volume e altura, comparável ao de outras metrópoles asiáticas. A partir do final da década de 80, a maior parte dos canais foram soterrados e substituídos por amplas rodovias como a Thanon Sathorn, ao mesmo tempo que nas antigas margens se ergueram arranha-céus de desmedida altura. Naquele discurso, o monarca também alertava contra a desflorestação intensiva que se verificava nas províncias do interior, argumentando com a irremediável perturbação dos ecosistemas, falta de sustentação de terras e o descontrolo dos leitos dos inúmeros rios que cortam o país.

 

Numa conversa com um empresário, este dizia-me que ..."I love our King, He is a "veli nai" person, but we need some "móden" stuff like big "áiuéis" and "nái cars" for "bizniz". I understand His worries, but we can't avoid the future".

 

A febre do lucro fácil e do exibicionista querer parecer "moderno", ditou a opção dos políticos profissionais. Em 1995, uma catastrófica cheia, para todos os efeitos afogou a reputação do governo do primeiro ministro Barnharn e após angustiosos dias de desespero e espera, o soberano solicitou tempo de antena, indicando o que havia a fazer para a descida das águas. Bhumibol não é um homem para queimar páginas da sua agenda em inaugurações de parques de estacionamento ou congressos de duvidosos economistas indecisos. Durante sessenta anos palmilhou o país de lés a lés e conhece-o como ninguém. Oxalá os governantes eleitos fizessem o mesmo. 

publicado às 11:43

Um tremendo erro político e desportivo

por Pedro Quartin Graça, em 23.07.11

Pelo jornal "O Jogo" de hoje ficámos a saber que o Sporting "rejeitou uma oferta tentadora e quase irrecusável para a realização de um jogo na Tailândia para comemorar o 84º aniversário do rei Rama IX." O Sporting foi convidado a jogar por estes dias na capital tailandesa, Banguecoque, a troco de 700 mil euros  e todas as mordomias e despesas pagas, mas a insegurança que a deslocação e a estadia naquele país podiam acarretar, aliada ao facto de a viagem ficar em cerca de 14 horas de voo, com escalas, levou os responsáveis da SAD a declinar a oferta (o Chelsea aceitou participar no referido encontro)", escreve o diário desportivo.

Ou seja, e apenas para nos cingirmos ao vil metal, mais do dobro do cachet que o Sporting vai receber no jogo de hoje em Toronto ao defrontar a Juventus...

Custa-me tremendamente saber que o meu clube de coração, agora finalmente com uma direcção digna do seu passado, tenha cometido este colossal erro. Desportivo e político. Desportivo porque era uma oportunidade única de aumentar o seu cartel no Oriente, recebendo em paralelo um elevado cachet, que o Chesea não enjeitou. Político porque foi uma oportunidade perdida da cimentar as relações entre Portugal e a Tailândia no momento em que se comemoram os 500 anos de amizade entre Portugal e o antigo Reino do Sião. As razões, essas, são tão ridículas que nem vale a pena perder tempo com elas...Os tailandeses, esses, com outra visão das coisas, sabiam o que faziam quando convidaram o Sporting. Seria um convite que ninguém poderia recusar, por todas as razões deste mundo.

Senhor Engenheiro Godinho Lopes, por favor, o mínimo que se lhe pede é que tenha um pouco mais de atenção com matérias deste tipo. É que o Sporting não pode ser confundido com um clube "de vão de escada"... E esta decisão em nada contribuiu para o engrandecimento do seu nome à escala mundial, muito ao contrário do que, no passado, e com o ex-Presidente João Rocha à cabeça, aconteceu, quando o Sporting foi o percursor das relações entre Portugal e a RP da China no pós 25 de Abril.

publicado às 07:40

A burra do som-tam

por Nuno Castelo-Branco, em 08.07.11

A senhorita Yngluck conseguiu vencer eleitoralmente Abhisit Vejajiva, um homem formado em Eton. A famosa burra nomeada pelo irmão vigarista, ainda mal começou o processo de formação do seu "governo" e já saltam à vista as conhecidas clivagens próprias da absurda coligação de salteadores de empresas públicas, agiotas da finança, terroristas que há um ano  transformaram Bangkok num inferno de explosões, pobres diabos cavadores nos arrozais e uma mão cheia de grupúsculos comunistóides de vários matizes. Claro está, todos eles claramente apoiados pelos salafrários ocidentais do costume, sôfregos pelo retorno às negociatas dos tempos do camarada Thaksin. Há ainda a registar uma espécie de versão 2 da sra. Jiang Ching do Bando dos Quatro, a tal Dª Thida - mulher do sinistro Dr. Weng, o candidato a Pol Pot local - mais ou menos conhecida por desvelos "pasionarios" e por aquilo que o The Nation diz, neste momento prestes a tornar-se num foco infeccioso para a "coligação".

 

Quanto à burra, um hilariante texto que contraria aquilo que qualquer criança do jardim de infância pode compreender através dos divertidos videos do youtube, diz que "foi uma estudante regular". Calcula-se o que isso por lá significa! O Nat que dela fala era seu professor e não pensemos sequer que o texto se dedique a esquadrinhar a sua vida académica, essa coisa desnecessária, pois aquilo que a televisão tem mostrado, é mais que suficiente para avaliarmos o gabarito da senhorita Yngluck.  Temeroso das habilidades do sujeito a quem a burra está umbilicalmente ligada, o professor vai recomendando para o que der e vier, a sua atenção aos ensinamentos de Sua Majestade o rei Pumiphon Aduniadet.

 

Voltando ao currículo, o que o docente tem a registar, é a sua notoriedade por ser "alta e de pele clara", coisa que por aquelas paragens é uma sino-obsessão que não faz bater a bota com a perdigota, até porque a base eleitoral dos pretensos "reds", é oriunda das províncias mais "escuras e burras" - ver o gráfico ilustrativo - do país. Ficou demonstrado que a senhorita Yngluck participava em todos os anuais "concursos universitários (!) de boas maneiras", sendo também notável a sua "aptidão física" para "outras actividades". Estamos bastante curiosos quanto a este ponto. Aptidão física para quais actividades? Como cerejinha no topo do bolo curricular, o professor Nat declara urbi et orbi que a burrica carregava o "sinal de liderança" na escola, ou por outras palavras traduzidas para ocidental ler, foi uma espécie de chefe-majorette, como aquelas que vemos nos filmes rodados nos campos desportivos norte-americanos. Em suma, aqui está uma intelectual.

 

Uma nota de rodapé acaba o texto, afiançando ter sido Yngluck a tesoureira da classe. O nome de família indica que este deverá ser um polo de futuro interesse, sabendo-se das actividades lesivas do interesse público que o "tesoureiro nacional" Thaksin exerceu. Felizmente, a dita burra também era famosa por não ser uma "fanática de actividade". Um alívio.

 

Ou muito nos enganamos, ou a Tailândia tem "primeira-ministra" para os próximos seis meses. Para os padrões locais, uma eternidade.

publicado às 00:35

Burra, burra, burra, mas..."véli móden" kon thai

por Nuno Castelo-Branco, em 03.07.11

 

Mais uma grã-besta que chega (?) a grã-cruz (?)

 

"A Tailândia tinha que escolher entre Abhisit - um homem de Oxford, culto, ponderado, claro e sem mácula de corrupção - e uma fulana absolutamente insignificante que não consegue reunir duas ideias. Escolheu, naturalmente, o caminho fácil. Abhsit deu o que tinha e não tinha para retirar a Tailândia do exótico político e do terceiro-mundo. Combateu a crise financeira global, garantindo ao país 8% de crescimento económico anual, lançou mão a mil e uma iniciativas visando estimular a economia, fomentar o nascimento da sociedade civil, apoiar os mais desfavorecidos sem demagogia. Combateu, até, esse flagelo da corrupção que mina a governação desde há décadas, entregando à justiça ministros corruptos. Foi, sobretudo, um defensor leal e radical da instituição monárquica. Fiou-se, contudo, na sua tradição inglesa, ignorando que a Tailândia não é o Reino Unido. Tinha, a combatê-lo, as flores do mal da democracia: o caciquismo, o "discurso de taxista", o milenarismo, a impaciência das massas que querem queimar etapas e querem ser "ricas"; isto é, querem motos, cartões de crédito, comida de graça, transportes de graça, educação de graça, tudo de graça. Um combate de Abhisit, sem dúvida votado ao fracasso, pois o "homem da rua" julga que pode ser rico se vender o ouro dos museus e dos palácios, se se deitar para o lixo todas essas ninharias que não compreende e julga antiqualhas - para que serve o Budismo ? para que serve a cultura ? para que servem as Forças Armadas e as elites que transportam a memória do "nós" intemporal que são as sociedade ? - e quer dinheiro."

 

Não deixe de ler o texto completo no Combustões

 

 

Para quem perceba minimamente a língua do antigo Sião, esta criatura de esgar besta, é uma quase semi-imbecil.  Não relincha coisa com coisa, mas... conseguiu! Sempre de updates na boquinha  aberta, quando se refere a governar fala de management, de estar na "moda", do "bem para todos" (évelitín nai fó éveli bódi), de ser very modern (ela diz "véli móden"), de riqueza, to be very fashionable (ela balbucia "to bi véli féchioneiban") , viagens lá fora e pouco mais. Os seus apoiantes não são muito melhores, isto é, aqueles que as televisões entrevistam. Não nos referimos à ínfima minoria activista candidata à reedição de Pol Pots em versão Chao Phraya, mas sim daqueles que dançam ao rufar do primeiro tambor, ainda brincam às escondidas, usam t-shirts do Mickey Mouse coloridas, acreditam piamente na existência de fantasmas, vão aos comícios para se empanturrarem com Kao Pad à borla e choram de emoção ao escutarem qualquer actuação da Romana ou do Toy lá do sítio. Enfim, a esmagadora maioria. Frases do género "voto nela porque se veste bem", "voto nela porque é uma mulher e parece uma miss", "voto nela porque é a candidata mais rica", "voto nela porque gosto dos dentes brancos do seu sorriso", "voto nela porque diz que vai aumentar o nosso salário em 40%",  voto nela porque vai ser tudo for free (eles pronuciam fó fâlí")", voto nela porque parece uma japonesa" (eles dizem "same-same kon nipun"), "voto nela porque tem uma pele branca e não precisa de usar bleaching cream" (eles pronunciam blitin ca-lim), etc, etc, fazem o todo.

 

Vamos a ver o que dali sairá: asneira garantida e teleguiada pelo patifório do  mano, o duvidosamente "senhor" Thaksin Shinawatra. 

 

 

publicado às 22:57

Depois da Tailândia, a Coreia do Sul

por Nuno Castelo-Branco, em 18.12.10

É este, o cartaz propagandeado pelos trotsquistas, zelosos defensores dos camaradas maoístas

 

Há uns meses, cobrimos dia após dia, a aparentemente estranha ocupação da capital tailandesa, tomada refém por uma heteróclita mas bem organizada coligação, liderada por gente sobejamente conotada com a aparentemente extinta guerrilha patrocinada por Pequim. A  Tailândia ainda não caiu, pois conta com uma poderosa Monarquia. Ficará para uma próxima oportunidade, talvez quando da sucessão ao trono.

 

Na louca correria em direcção aos mares quentes do sul e ansiosa por cercar a Índia de rivais perigosos, Pequim apostou forte nos Himalaias, liquidando o reino nepalês. Na zona de segurança do Japão, as provocações tiveram início logo no início da 2010, quase em simultâneo com o ataque a Bangkok e distraiu as atenções das chancelarias ocidentais. Agora, a tensão vai crescendo e a oligárquica família Kim faz suas, as palavras de um desdenhoso Ribbentrop que nas vésperas do 1º de Setembro de 1939, dizia ao contemporizador Ciano: "wir wollen Krieg!"

 

Começou a campanha de intoxicação da opinião pública ocidental, atribuindo as provocações às rotineiras manobras conjuntas das forças dos EUA e da Coreia do Sul. Desta forma, o odioso da agressão seria mitigado com um fait-divers, perfeita cópia do incidente de Gleiwitz. Um dos aspectos mais evidentes, consiste na perfeita sintonia de todas as "linhas ou tendências" do comunismo, desde os trotsquistas aos estalinistas, maoístas ou brezhnevianos,desde o PCP ao BE e "partidos irmãos". O jogo de ilusionismo, a bem conhecida farsa, desmascara-se quando consultamos os sites de partidos ou "organizações internacionalistas" de todo o mundo. Esquecidos da oportuna retórica "anti-neocapitalismo chinês", afinam todos pelo diapasão da ópera da Cidade Proibida. Sem quebras ou hesitações.

 

E porque pretenderá o sr. Kim uma guerra a todo o custo? A resposta parece difícil, mas deve ter como única premissa, o prosaico aspecto de poder contar com um aliado precioso que não o deixará cair. Mais longe, em Moscovo, o outro amigo pouco secreto, o regime pessoal do sr. Putin, justificará toda a actividade diplomática que tem exercido em todos os pontos sensíveis do globo. Muito nos admiraremos se dentro de alguns meses, não surgirem generosas "ofertas de assistência com novo equipamento militar" ao governo brasileiro. Esperemos, mas estejamos desde já de sobreaviso, até porque a situação é muito má.

publicado às 17:57

5 de Dezembro em Bangkok: o discurso real

por Nuno Castelo-Branco, em 05.12.10

Num discurso proferido no salão do trono Amarin Winichai, o Rei Bhumibol da Tailândia, declarou que o país ..."tem prosperado pacificamente durante um longo período, porque estamos com a nação e juntamos as mãos para o cumprimento do dever e a prossecução do interesse público. Todos aqueles que aqui estão e os tailandeses de todos os sectores, deviam procurar compreender quais os seus deveres e fazer o seu melhor com atenção e consciência. Ser desleixado ou imprudente, pode conduzir a erros e prejuízos (...), quando alguém se torna insensível ou pouco razoável, pode tornar-se auto-complacente e abusar da sua autoridade. Isto é muito perigoso. Esta prática pode levar à sua própria queda e com ela, arrastar o país. Desta forma, gostaria de pedir-vos que fossem prudentes e mantenham a vossa determinação no cumprimento do vosso dever, para a paz, segurança e sustentável felicidade do nosso povo".

 

 

O Rei Bhumibol Adulyadej cumpre hoje 83 anos de vida e 64 de reinado.

publicado às 12:13

O SIS, a OTAN e Bangkok em Lisboa?

por Nuno Castelo-Branco, em 05.11.10

A muitos poderá parecer estranha a presença de Portugal na OTAN, dado o fim da Guerra Fria e ao deplorável papel desempenhado por alguns dos membros aliados, durante o decorrer das campanhas no Ultramar. No entanto, a OTAN consiste num dos pilares da independência nacional, devendo-se este facto ao relevante posicionamento estratégico de Portugal e dos seus arquipélagos Atlânticos. É óbvio que os Estados Unidos da América e o Reino Unido, não veriam de bom grado o desaparecimento deste país e a posse daquelas importantes posições insulares, por um Estado que mesmo sendo aliado, não oferece a certeza do posicionamento político e militar em agudos períodos de crise. Assim, há que prosseguir a tradicional aliança com a principal potência marítima que sendo os EUA, confirma uma política em 1372 consagrada pela Aliança Luso-Inglesa.

 

Pelas piores razões, está hoje Portugal presente no noticiário internacional, devendo-se isto não só às dificuldades económicas, mas também a uma inegável percepção geral do fim de um ciclo. Não tendo o nosso país, qualquer peso de relevo na economia internacional, o regime parece vacilar e estamos certos de uma abstenção geral, no caso de uma profunda convulsão que derrube o edifício constitucional em vigor. Desde que Portugal não coloque em causa a segurança das vias marítimas que ligam a Europa às Américas, Mediterrâneo e Atlântico Sul, é previsível o encolher de ombros perante o que possa vir a acontecer. Um render da guarda em Lisboa, pode até vir a ser silenciosamente bem-vindo.

 

As notícias dizem que já começou a enxurrada de elementos desestabilizadores provenientes de outros países europeus (?), visando criar o caos em Lisboa. Especializados no vandalismo, apresentam-se praticamente impunes diante as cidades invadidas, pois a legislação ocidental a tudo aquiesce e sempre em nome dos "direitos básicos" das gentes. Em Londres, na Haia, Paris ou Berlim, vociferam imãs que apelam ao desbragado terrorismo e opressão, enquanto "multiculturalistas" incendeiam, espancam quem bem entendem e escaqueiram a ordem estabelecida.

 

O princípio falacioso do igualitarismo absoluto quanto ao direito de manifestação, faz esquecer aquela lei básica, consensual e informalmente consuetudinária, que dita o exercício da violência, como exclusiva propriedade e direito do Estado. De facto, a própria provisão de por vezes prolixos articulados que garantem Direitos, Liberdades e Garantias, é inseparável desse monopólio da "violência democrática" que a Lei geral estabelece com o exclusivo fim de proteger a esfera pessoal dos sujeitos singulares, assim como o interesse geral de que o Estado é o máximo, aliás, exclusivo, depositário ou representante.

 

Qualquer veleidade de reedição em Lisboa, das deploráveis cenas que rotineiramente preenchem durante alguns dias, a abertura dos telejornais em todo o mundo, deve ser precavida através do uso de todos os recursos disponíveis. Nas actuais condições de descalabro da ordem interna, qualquer movimento subversivo - pois é disso mesmo que se trata -, poderá ter as mais nefastas consequências. Simplesmente, a "República Portuguesa" não tem aquela força anímica que vimos noutras paragens, onde em Bangkok, por exemplo, permitiu um complicado movimento de exaustão dos desordeiros através do seu confinamento e posterior derrota em todos os campos. No Golfo do Sião, o Estado existe e tal como em Espanha, a Coroa é incomparavelmente mais poderosa que qualquer agente partidário de escolha de oportunidade. Portugal não suportaria a visão da Baixa a arder e a destruição da propriedade pública e privada. Nem nos mais desastrados momentos de descalabro da Ordem Constitucional - como no 3, 4 e 5 de Outubro de 1910 -, se assistiu a extensivas cenas de devastação, pois o alvo era tão conhecido como bem localizado e neste caso, foi a Igreja.

 

O que se prepara poderá ser muito pior e de difícil controlo. Centros comerciais, o Bairro Alto, o Chiado, a Avenida onde se estabeleceram as grandes marcas, o velho centro histórico sempre propício a golpes de mão e a rápidas retiradas, poderão ser os principais pontos de interesse para as milícias que não haja qualquer dúvida, estão profissionalmente organizadas. Pequenos hotéis, pensões da zona do Cais Sodré, Martim Moniz, Conde Redondo, Chile, Almirante Reis, Bairro Alto, Avenidas Novas - e até algumas casas e sedes partidárias -, poderão ser algumas bases onde se refugiarão os "activistas". Os elementos internos, decerto minoritários, são bem conhecidos e deles tivemos uma fraca ou patética notícia nas cerimónias do Centenário do Regicídio, quando um punhado de marginais conotados com o BE, "vivaram" abertamente o recurso ao assassínio do Chefe de Estado e família. Possivelmente estarão já em contacto com os energúmenos que vão chegando de outros pontos da Europa. Outro factor a ter em conta, será o possível afluir de vulgares saqueadores que deparando com uma oportunidade única, decerto a aproveitarão, aliando-se aos "políticos".

 

Tal como qualquer país civilizado, Portugal tem a imperiosa necessidade de serviços de informação que garantam a segurança dos cidadãos, dizemos, do Estado. Para isso, exige-se a circunspecção dos agentes políticos - que escandalosamente não tem existido -, o sentido do interesse geral e o não hesitar perante qualquer tipo de ameaça à segurança interna. Se para tal urgir mobilizar todo o tipo de unidades policiais e militares disponíveis na área metropolitana de Lisboa, que assim se faça e sem qualquer tipo de pruridos. Se é ou não legal trazer regimentos para o centro da capital, essa é uma discussão a ter após o fim da Cimeira. Não poderá existir qualquer tipo de "diálogo contemporizador com os organizadores do evento". Deverá ficar bem claro que Portugal não é a Suíça, a Alemanha ou a Espanha. Aqui, não!

 

Portugal não suportará em Lisboa, a repetição dos acontecimentos que o mundo presenciou na capital da Tailândia. Os mesmos homens vestidos de negro, a mesma prepotência, o desastre anunciado. As forças da ordem têm forçosamente de garantir a circulação de pessoas e bens, assim como a manutenção da normalidade do comércio, transportes públicos e privados. No caso de ceder e consentir no enxovalho, o regime arrisca-se a um 5 de Outubro, mas desta vez bem diferente. Mais precisamente, ao contrário.

 

Simplesmente e em resumo, o regime não pode falhar.

publicado às 09:42

Bangkok e Maputo em "observação"

por Nuno Castelo-Branco, em 01.09.10

Há uns meses, os distraídos "observadores" a prazo contado, iam pintalgando chamadas de piedosa atenção para o desvario que os radicais vermelhos fizeram desfilar pela capital tailandesa. A contemporização do governo de Abhisit era encarada como fraqueza e os óbvios apoiantes estrangeiros dos "reds", nem sequer deram conta da vontade em evitar a violência por parte das forças da legalidade constitucional e democrática. Pelo contrário, desejaram ardentemente a queda do regime que é uma ilha de liberdade num âmbito geográfico de terríveis ditaduras. O problema era a Monarquia, sugeriam em entrelinhas. Agora, com as ruas de Maputo a transformarem-se num símbolo de revolta contra a opressão oligárquica do partido que é um sinónimo de miséria para 95% da população, os tais "observadores" quedam-se no esperado comprometimento com os algozes. Já sabíamos que assim seria e dentro de poucas horas, já haverá quem apode os revoltados famélicos, de "bandidos a soldo".

 

Esta tarde, na Antena Aberta da RTPN, dizia um moçambicano que a tudo assistia in loco, que ..."este país era auto-suficiente nos tempos coloniais". Uma novidade arcaica de 36 anos, mas que incomoda muita gente, a começar por aquela que se passeia pelos corredores de S. Bento, ONU e UE. Os tais que patrocinam o "observadorismo" cooperante e politicamente correcto.

 

Adenda: o discurso presidencial não mencionou "bandidos a soldo". Por enquanto, ficou-se pelos "ingénuos manipulados". Veremos o que as próximas horas trarão.

publicado às 21:59

Derrota vermelha em Bangkok

por Nuno Castelo-Branco, em 30.08.10

Aconteceu o que há muito se previa. Os azuis e brancos do Partido Democrático, venceram as eleições locais na capital tailandesa, com uma enorme vantagem de votos e de mandatos. Em segundo lugar, o partido "vermelho" ficou-se pelos 15% dos sufráfios e por um número irrisório de assentos. Onde está a "maré vermelha", onde ficou a avalanche proletária e operária que queria construir um "Estado Novo tailandês", uma república ao estilo de outras mais a nordeste? Os seus lídimos apoiantes ocidentais, não tardarão muito em exigir novas eleições e até, sugerir irregularidades eleitorais. O dinheiro fala bem alto e esta gente não hesita na insistência. Podem até aprender com o exemplo de um Portugal de outros tempos, quando a miséria eleitoral do PRP, implicou a adopção de nova praxis, baseada na bomba, difamação e caceteirismo militante. Suspeita-se que dentro de pouco tempo, voltarão as barricadas e a tomada como refém, de uma ou outra cidade tailandesa.

 

"Os vermelhos do Peua Thai, ainda fortes em algumas zonas da capital, receberam com alguma estupefacção os resultados, pois ainda ontem acreditavam na possibilidade de ganhar nos grandes bairros operários dos arredores. Há ou não democracia na Tailândia ? Ou só há democracia quando se tomam de assalto as ruas, se incendeiam edifícios e se alvejam as forças da ordem ?"

publicado às 10:34

Festa no Sião

por Nuno Castelo-Branco, em 13.08.10

"Foi ontem pela noitinha. A habitual massa humana, ostentando na lapela o monograma da Rainha e segurando uma vela amarela acesa na mão direita, repetiu no Terreiro Real (Sanam Luang) o solene juramento de fidelidade ao trono e à rainha. Não pude ir, mas como tantos outros milhões de pessoas espalhadas por todo o país, fiz o juramento em casa, na companhia dos vizinhos. A monarquia é, indubitavelmente, um grande dique face às misérias da plutocracia e da alvar patetice que domina meio mundo. Ontem foi o Dia da Mãe, aniversário natalício da Rainha Sirikit, sem dúvida um dos mais fortes pilares da liberdade neste país há pouco ameaçado pelas garras canalhas do dinheiro e da americanice."

publicado às 11:17






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