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No previsível final de um reinado mais longo que o da rainha Vitória, há quem pretenda tirar partido da transição
O que hoje se passa nas ruas de Bangkok, teria sido rapidamente resolvido à bastonada na Lisboa de Cavaco - o caso da Ponte e da manifestação dos policias - ou na Atenas de Papandreu. São os métodos da democracia. Ora, a Tailândia é uma democracia e o governo tem sido de uma estranha condescendência. Aguardemos pela evolução, mas manifestemos a perplexidade.
Os recentes acontecimentos na Tailândia e no Quirguistão parecem obedecer a um esquema passado a papel químico e que visa o assalto ao poder. Os argumentos são sempre os mesmos - nepotismo, garantias constitucionais, "liberdade", "democracia", etc -, mas o que se torna cada vez mais perceptível, é uma subterrânea luta entre grandes potências que se lançam agora ao assalto de posições na Ásia. Os alvos estão á vista e os processos - que verificámos há uns tempos no Nepal - seguem uma cartilha idêntica. O recrudescer do terrorismo nas provincias tailandesas do sul, a clara influência chinesa nas lutas da casta plutocrática expulsa de Bangkok - Thaksin -, a Junta birmanesa fortemente apoiada por Pequim, a assistência ao Irão nuclear, o laos e o camboja. O quadro parece compor-se.
Enrijece a luta pela hegemonia e controlo dos recursos: os mananciais de água, os hidrocarbonetos e as posições estratégicas na cordilheira dos Himalaias que abrem o caminho às vastidões da Ásia Central ex-russa e aos mares quentes do Andamão e do Golfo do Sião.
A Rússia, a China e os EUA uma vez mais em liça. A Europa parece querer participar nos bastidores, mas desengane-se, porque quase nada conta para o resultado final. Simplesmente, não existe.